abandonada, esperando o frio consumi-la por completo. Mas não havia dor em seus ossos, não havia o gosto de sangue em sua boca. O teto
a penteadeira coberta de perfumes caros, a cama ampla com lençóis macios. Tocou a colcha com dedos trêmulos, como se precisasse confirmar que não
er... - murmurou,
a juventude de alguém que não conhecera o peso da miséria. O cabelo, longo e brilhante, caía em cascata sobre os ombros. Olhos marejados encarav
via vo
o feridas abertas. Sentia o gosto amargo da traição, o peso de cada lágrima, o frio da calçada molhada. O coração pare
e, uma batida su
ecoou, familiar demais. - Seu pai
homem cuja honra seria destruída, cuja fortuna seria tomada, cuja vida terminaria no mais absoluto desgosto. S
respondeu, a
s dentro de si. Não era um sonho. Não podia ser. O relógio sobre a mesa confirmava a
percorreu-l
acreditara ser amor. O gosto da mentira queimava-lhe a garganta, mas agora não havia ingenuidade
ia com aquele brilho gentil, e o pai, imponente e sereno, lia o jornal com expressão firme. Ambos pareciam intocados pelas
perguntou a mãe, servin
deu, a voz embarg
ndo folheado. Tudo que perdera, tudo que fora roubado dela, estava ali, vivo e ao alcance. Sent
ntes que rondavam a família, nos olhares cobiçosos sobre os negócios do pai, nas visitas frequentes da babá - a m
lgo ainda m
irmes, escreveu o primeiro nome que lhe viera à mente: o amigo do orfanato. O único que não a esqu
magnata, envolvido em um acidente, permanecia em coma enquanto seus parentes devoravam
har com você... - sussurrou
ando, e faria com que despertasse cercado de lealdade, não de traição. Ele não a encontraria morta em uma r
vingança a movia, mas também a gratidão profunda por aquele que, mesmo sem
atacar, quem proteger, quem desmascarar. O coração, no entanto, apertava a cada vez que pensava no noivo que em breve tentaria se aproximar.
ue acreditara no amor, mas uma mulher renascida, marcada pela dor e pela determ
. Uma vida em que ela não seria a vítima da