O Legado da Verdadeira Herdeira

cheiro de lixo impregnava o ar frio. Entre as poças de água e o eco distante de carruagens, uma mulher caminhava sozinha, tropeçando a cada passo. Seu vestido outrora branco

is de anos acreditando ter encontrado salvação no noivo que a família escolhera para ela, descobriu tarde demais que tudo não passara de uma farsa bem arquitetada. O homem que dizia amá-la na f

traída pela família que deveria protegê-la, roubada de tudo o que era seu. A falsa filha reinava na mansão, lado a lado com o homem que fora seu noivo, enquanto ela vagava

le que julgava seu salvador: ele havia estendido a mão, prometido protegê-la, jurado que cuidaria dela contra todos os males. Como fora fácil entregar-lhe sua alma, como fora doce a

as forças. A água da chuva escorria por seus cabelos embaraçados, descendo pelo rosto pálido, misturando-se às lágrimas que já não cons

e escuridão, seus olhos se ergueram para o céu nublado. Um pedido de socorro, uma prece desesperada escapou de seus lábio

e. Um menino que havia prometido que, um dia, eles ficariam juntos. O amigo que desaparecera após uma longa doença, e do qual nunca mais ouvira notícias. "Se estiver

tornou-se lenta, pesada, e o mundo perdeu o foco. Ao longe, passos ecoaram, mas já era tarde. Ela tombou no chão, os olhos fixos no vazio

escuros refletiram dor e fúria, reconhecendo naquela figura caída a promessa perdida de sua infância. Era o filho ilegítimo de um magnata, o mesmo amigo de outrora,

gua capaz de apagar a promessa gravada em seu peito. Naquela noite, ele jurou vingança. Jurou destruir cada um que conspirara contra ela. Jurou que todos conhecer

ue, mesmo em sua morte, não estava sozinha. E enquanto a cidade dormia, uma