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AMOR NAS ALTURAS

AMOR NAS ALTURAS

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Sinopse

Índice

Um violento acidente de aviação… uma perigosa caminhada pela inóspita paisagem de Idaho… uma atração arrebatadora… e um jogo mortal do gato e do rato. Bailey é uma mulher bonita e jovem e acaba de se tornar viúva do multimilionário Winegate. Mas os seus problemas não terminam aqui: os filhos que ele deixou têm praticamente a idade de Bailey e quando descobrem que toda a fortuna ficou a cargo dela, passam a detestá-la ainda mais. Quando Bailey decide usar o avião particular para sair do inferno em que a sua vida se tornara, este despenha-se. Mas graças à perícia do seu piloto, Cam Justice, o acidente não lhe tira a vida. Afastada do mundo e com pouca esperança de ser salva, Bailey tem que confiar a sua vida a Cam, um homem tão rude quanto atraente. Neste seu romance, a autora vai deixar o leitor sem fôlego e a implorar por mais. No mundo de Keitlin Raiane, a confiança pode ser uma arma, um beijo uma ameaça, e a intimidade pode custar uma vida. Sexy e cheio de emoções fortes, Íntimo e Perigoso apresenta-nos, uma vez mais, Keitlin no seu melhor.

Capítulo 1 1

Um violento acidente de aviação… uma perigosa caminhada pela inóspita paisagem de Idaho… uma atração arrebatadora… e um jogo mortal do gato e do rato.

Bailey é uma mulher bonita e jovem e acaba de se tornar viúva do multimilionário Winegate. Mas os seus problemas não terminam aqui: os filhos que ele deixou têm praticamente a idade de Bailey e quando descobrem que toda a fortuna ficou a cargo dela, passam a detestá-la ainda mais.

Quando Bailey decide usar o avião particular para sair do inferno em que a sua vida se tornara, este despenha-se. Mas graças à perícia do seu piloto, Cam Justice, o acidente não lhe tira a vida. Afastada do mundo e com pouca esperança de ser salva, Bailey tem que confiar a sua vida a Cam, um homem tão rude quanto atraente.

Neste seu romance, a autora vai deixar o leitor sem fôlego e a implorar por mais. No mundo de Keitlin Raiane, a confiança pode ser uma arma, um beijo uma ameaça, e a intimidade pode custar uma vida.

Sexy e cheio de emoções fortes, Íntimo e Perigoso apresenta-nos, uma vez mais, Keitlin Raiane no seu melhor.

1

Bailey Wingate acordou a chorar. Outra vez.

Odiava quando isso acontecia porque não conseguia perceber qual a razão para ser tão piegas. Se estivesse miseravelmente infeliz, se estivesse só ou em luto, chorar até adormecer faria sentido, mas nada disso era verdade. Na pior das hipóteses, sentir-se-ia irritada.

Nem mesmo a irritação conseguia ser um estado de espírito a tempo inteiro. Era-o apenas quando tinha de lidar com os seus enteados, Seth e Tamzin, o que, graças a Deus, acontecia apenas uma vez por mês, quando assinava a transferência das quantias que recebiam da herança do seu falecido marido. Quase sempre a contactavam por essa altura. Ou antes, para exporem o seu desejo de mais dinheiro, que nunca aprovara, ou depois, para lhe dizerem, de formas específicas a cada um, que a achavam uma cabra desprezível.

Seth era, de longe, o mais desagradável e deixara-a emocionalmente ferida em mais ocasiões do que as que desejaria contabilizar, mas, pelo menos, era directo na sua hostilidade. Por mais duro que fosse suportá-lo, Bailey preferia lidar com ele a ter de aguentar a insuportável agressividade passiva de Tamzin.

Seria naquele dia que as quantias mensais seriam transferidas para as contas bancárias respectivas, o que significava que podia esperar um telefonema ou mesmo uma visita. Que alegria. Uma das torturas preferidas de Tamzin era visitá-la e trazer consigo os seus dois filhos de tenra idade. Sozinha, Tamzin era já difícil de aguentar, mas, juntando à mistura as suas crianças birrentas, mimadas e carentes, Bailey sentia vontade de fugir para longe.

— Devia ter pedido subsídio de risco — resmungou em voz alta, enquanto afastava as cobertas e saía da cama.

Logo de seguida, censurou-se mentalmente. Não tinha motivo de queixa e, muito menos, motivo para chorar enquanto dormia. Aceitara casar com James Wingate sabendo como eram os seus filhos e como reagiriam às determinações financeiras do pai. Aliás, o pai contara com essas reacções e planeara em concordância. Bailey envolvera-se na situação com os olhos bem abertos e, agora, não podia queixar-se. Mesmo da sua sepultura, Jim pagava-lhe bem para fazer o seu trabalho.

Entrando na casa de banho luxuosa, observou o seu reflexo, algo difícil de evitar quando a primeira coisa que via era o espelho ocupando toda uma parede. Por vezes, quando se observava, sentia um corte quase completo entre a pessoa reflectida e o que sentia no seu interior.

O dinheiro íizera-a mudar, não tanto por dentro como por fora. Estava mais magra, mais tonificada porque agora tinha o tempo e o dinheiro para um treinador pessoal que a visitava em casa e a fazia sofrer no seu ginásio privativo. O cabelo, outrora sempre de um louro escuro, tinha agora madeixas de diferentes tonalidades de louro aplicadas com tanta mestria que pareciam absolutamente naturais. Um penteado caro favorecia-lhe a face e desenhava linhas tão graciosas que, mesmo naquele momento, acabada de sair da cama, o cabelo mantinha um aspecto francamente apelativo.

Sempre tivera uma aparência cuidada e sempre se vestira tão bem quanto o seu salário permitia, mas havia uma enorme diferença entre «cuidado» e «vistoso». Nunca fora bela e, certamente, continuaria a não se qualificar para essa categoria, mas, por vezes, conseguia ser «bonita» ou até «marcante». A aplicação meticulosa dos melhores cosméticos disponíveis tornava o verde dos seus olhos mais intenso e vibrante. As roupas eram preparadas para lhe servirem a ela e a mais ninguém, não tendo de as partilhar com milhões de outras mulheres que vestiam o mesmo tamanho genérico.

Como viúva de Jim, tinha o direito de utilização plena e inquestionável daquela casa em Seattle, de uma em Palm Beach e de outra no Maine. Nunca voava em voos comerciais, a não ser que o desejasse. As Empresas Wíngate fretavam aviões privados e havia sempre um disponível para si. Pagava apenas os seus objectos pessoais, não tendo de se preocupar com contas. Era, inegavelmente, o aspecto mais positivo do acordo que fizera com o homem que com ela casara e que, menos de um ano depois, a deixara viúva.

Bailey fora pobre e, apesar de a acumulação de riqueza nunca ter sido o seu principal objectivo ou ambição, precisava de admitir que ter dinheiro tornava a vida muito mais fácil. Continuava a ter problemas, sendo Seth e Tamzin os principais, mas os problemas pareciam diferentes quando não envolviam o pagamento atempado de contas. Desaparecia o sentimento de urgência.

Bastava-lhe zelar pelos fundos instituídos para cada um deles, uma responsabilidade que levava muito a sério apesar de nenhum deles acreditar nisto, limitando-se a ocupar os seus dias conforme bem entendiam.

Bolas, como estava entediada.

Jim previra tudo no que dizia respeito aos filhos, pensou, ao entrar no chuveiro redondo e rodeado de vidro fosco. Salvaguardara as suas heranças, garantindo tanto quanto possível que teriam segurança financeira, e, com grande perícia, avaliara as suas personalidades ao fazê-lo. No entanto, os planos não tinham incluído o decorrer da vida de Bailey depois da sua partida.

Era provável que não se tivesse importado, pensou, com mágoa. Fora o meio para atingir um

fim e, mesmo que tivesse gostado dela e o sentimento fosse recíproco, nunca fingira sentir mais do que isso. Tinham tido uma relação profissional, iniciada e controlada por ele. Mesmo que tivesse sabido de forma antecipada que o fariam, não se teria incomodado por os seus amigos, que a haviam convidado diligentemente para os seus eventos sociais enquanto Jim fora vivo, a apagassem das listas de convidados como se fosse uma batata quente, mal ele fora sepultado. Os amigos de Jim pertenciam maioritariamente ao seu grupo etário e muitos deles tinham conhecido e sido amigos de Lena, a primeira mulher. Alguns também tinham conhecido Bailey quando ela ocupava o cargo de assistente pessoal de Jim. Sentiam-se desconfortáveis por ela passar a desempenhar o papel de sua mulher. E também ela se tinha sentido desconfortável. Não podia culpá-los por se sentirem da mesma forma.

Não era a vida que pretendera para si. Sim, o dinheiro era agradável, muito agradável, mas não queria passar o resto da vida sem fazer nada além de angariar dinheiro para duas pessoas que a desprezavam. Jim estivera certo de que a humilhação sentida por Seth por ter a sua herança controlada por uma madrasta três anos mais nova do que ele próprio o chocaria ao ponto de mudar de comportamento e começar a comportar-se como um adulto responsável, em vez de uma versão masculina e mais velha de Paris Hilton, mas, até àquele momento, isso não acontecera e Bailey já não tinha qualquer fé de que viesse a acontecer. Seth tivera bastantes oportunidades para se aplicar, para se interessar pelas empresas que financiavam o seu modo de vida de luxo e ócio, mas não decidira ocupar-se de nenhuma delas. Seth fora a esperança de Jim porque Tamzin era absolutamente desinteressada e incompetente para o tipo de decisões financeiras exigidas por imensas quantidades de dinheiro. Interessava-se apenas pelo resultado final, o dinheiro à sua disposição, e queria receber a totalidade da sua herança para poder gastá-la como entendesse.

Bailey estremeceu ao considerar essa possibilidade. Se Tamzin adquirisse o controlo da sua herança, queimaria o dinheiro num máximo de cinco anos. Se não fosse a própria Bailey a controlar os fundos, teria de ser outra pessoa a fazê-lo.

O telefone tocou no momento em que fechou a torneira do chuveiro e estendeu a mão para uma toalha cor de champanhe para enrolar em redor do corpo. Enrolando outra sobre o cabelo molhado, saiu e pegou no telefone sem fios do quarto, olhando a identificação de chamada e voltando a pousá-lo sem atender. O número fora bloqueado. Registara todos os seus números na lista nacional de números a não contactar e era pouco provável que fosse alguém tentando venderlhe algo. Isso significava que Seth teria acordado cedo, pensando nos insultos que usaria, e recusouse a lidar com ele antes de tomar café. A sua consciência do dever tinha limites e aquilo ultrapassava-os.

Por outro lado, e se houvesse algum problema? Seth ia de festa em festa, raramente se deitando antes da madrugada, pelo menos na sua cama. Não era normal que lhe ligasse tão cedo. Sentindo os limites diluírem-se um pouco, voltou a pegar no telefone, pressionando o botão de atendimento de chamada, mesmo que o atendedor automático já tivesse iniciado a sua lengalenga.

— Estou — disse sobre a mensagem gravada com a voz masculina enlatada que vinha programada de origem no sistema. Mantivera-a em vez de gravar uma mensagem própria porque a voz enlatada era mais impessoal.

O atendedor parou a meio de uma frase quando atendeu, emitiu um apito e silenciou-se.

— Olá, mãe.

O sarcasmo na voz de Seth era intenso. Suspirou mentalmente. Nada estava errado. Seth experimentava apenas uma nova forma de a incomodar. Ouvir um homem mais velho chamar-lhe «mãe» não a incomodava, mas ter de lidar com ele sim.

A melhor forma de lidar com Seth seria não mostrando grande reacção. Eventualmente, acabaria por se cansar e desligaria.

— Seth. Como está? — respondeu, no tom frio e racional aperfeiçoado enquanto trabalhara como assistente pessoal de Jim. Nem o tom nem a expressão transmitiam qualquer indício quanto ao que sentia.

— Não podia estar melhor — replicou Seth com uma alegria forjada, — considerando que a

puta avarenta da minha madrasta vive à grande com o meu dinheiro enquanto que eu nem sequer lhe posso tocar. Mas o roubo será sempre aceitável em família, não é?

Habitualmente, deixaria que os insultos lhe passassem ao lado. «Puta» fora o que usara quando ouviu as determinações previstas pelo testamento do pai. De seguida, acusara-a de ter casado por dinheiro e de se ter aproveitado da doença de Jim para o persuadir a deixar o dinheiro dos filhos sob o seu controlo. Também jurara e ameaçara contestar o testamento em tribunal, fazendo o advogado de Jim suspirar e desaconselhar tal acção porque seria um desperdício de tempo e dinheiro. Jim segurara as rédeas do seu império até poucas semanas antes da morte e o testamento fora elaborado quase um ano antes, precisamente no dia a seguir ao seu casamento com Bailey.

Ao saber disso, Seth pusera-se muito vermelho, disse algo tão obsceno sobre ela que fez os outros presentes suster o fôlego e saiu disparado. Depois disso, Bailey educara-se para não mostrar qualquer reacção e um simples «puta» não provocaria grande efeito.

Por outro lado, incomodava-a que lhe chamassem ladra.

— A propósito da sua herança, há uma oportunidade de investimento que quero estudar — disse, calmamente. — Para maximizar os lucros, precisarei de investir o máximo possível. Não se importa que reduza a sua mesada para metade, pois não? Será apenas de forma temporária. Um ano deverá bastar.

A proposta provocou um instante de silêncio e, a seguir, Seth rugiu com voz plena de raiva.

— Puta. Hei-de matar-te.

Era a primeira vez que reagia aos insultos dele com uma ameaça própria e o choque fê-lo afastar-se do seu padrão predefinido. A ameaça não a alarmou. Seth tinha experiência em fazer ameaças que não concretizava.

— Se tiver outras propostas de investimento que gostasse de submeter à minha consideração, terei todo o gosto em estudá-las — disse ele, tão educadamente como se a tivesse questionado sobre os pormenores do negócio em vez de ameaçar matá-la. — Estude-as com cuidado e submeta-as por escrito. Dar-lhes-ei atenção logo que possível, mas é provável que leve algumas semanas. Vou de férias depois de amanhã e espero estar fora durante um par de semanas.

Como resposta, o telefone foi-lhe desligado na cara. Não era uma grande forma de começar o dia, pensou, mas, pelo menos, conseguira evitar o seu encontro mensal com Seth. Se, ao menos, conseguisse evitar também Tamzin...

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