Minha tela ficou preta, e a voz fria de Pedro Almeida ecoou pelo escritório: "Luna Silva, você está demitida." Em choque, gaguejei: "O quê? Por quê?". Ele me acusava de falhar no projeto Vanguarda e, pior, de tentar sabotar Sofia, minha colega. Sofia, de choramingos infantis a sorrisos maliciosos, a cada palavra, me apunhalava. João, meu colega de baia e suposto amigo, desviou o olhar quando lhe pedi que falasse a verdade, esmagando o último resquício de apoio. Fui escoltada para fora como uma criminosa, humilhada sob a chuva. A dor da traição era física, uma pontada aguda no peito. Senti-me vazia, destruída, todo meu esforço em vão. A ingenuidade que eu carregava morreu naquela tarde chuvosa. Voltei ao escritório para pegar minhas coisas, apenas para encontrar Pedro, Sofia e João brindando e zombando da minha queda. A satisfação em seus rostos, a celebração da minha ruína, era um soco no estômago. Sofia já estava construindo a narrativa da "amiga leal e solidária", manipulando a todos a seu favor. Depois, veio o incidente do meu design "Íris", uma homenagem à minha mãe. Eles invadiram minha casa, e Pedro, com um sorriso cruel, ordenou que João jogasse o disco rígido na lareira. Vi minha criação, a memória da minha mãe, ser destruída em chamas. A traição não foi um ato isolado, mas um veneno lento que me derrubou. Eu não entendia: o que fiz para merecer tal deslealdade? Por que, sendo eu a verdadeira idealizadora e criadora, fui descartada em favor de uma mentira e de manipulações tão sórdidas? Naquele momento, olhando para o fogo, jurei que não seria mais a vítima. Aceitei o casamento arranjado, e ao lado de Gabriel Santos, na nossa festa de casamento, revelei publicamente a verdade, com provas irrefutáveis e o poder da minha família. Eles me subestimaram; agora, enfrentariam as consequências.