O ar pesado do hospital sufocava João Carlos enquanto ele encarava o quarto do filho, Pedrinho, um misto de desinfetante e desespero no ambiente. Seu mundo ruiu quando o médico anunciou a falência renal de Pedrinho, e a única esperança, um transplante, veio com uma condição impensável. O único doador compatível era Pedro, seu meio-irmão, que, sem pestanejar, exigiu duas casas, dez milhões de reais e vinte por cento das ações da sua empresa pelo rim. Sofia, sua esposa, clamava por milagre, enquanto seu pai, Sr. Carlos, e Dona Laura, sua madrasta, faziam coro, transformando a vida do seu filho em um impiedoso leilão. Em um ato que chocou a todos, João Carlos recusou-se veementemente: "Não. Não vou negociar a vida de ninguém, nem sacrificar meu futuro por uma doença sem cura garantida." A decisão fria de João Carlos ressoou como um trovão, virando-o de herói incompreendido a vilão. Sofia, em prantos, o acusou de deixar o próprio filho morrer, enquanto a multidão no hospital o condenava ao inferno, descrevendo-o como um monstro sem coração. O auge veio quando ele, implacavelmente, bloqueou todas as contas de Sofia, dizendo que a responsabilidade era dela. "Você é a mãe dele, Sofia. Por que você não faz alguma coisa?" ele vociferou, revelando a farsa familiar em público. Mas, o que o levou a tal crueldade? Por que João Carlos arriscaria a vida do filho? A verdade, ainda mais sombria, estava prestes a ser revelada, e não era sobre dinheiro, mas sobre uma traição que viraria o mundo de todos de cabeça para baixo.