Minha colega de quarto, Sofia, chegou de madrugada, trazendo consigo aquele cheiro insuportável de perfume barato e cigarro que dominava nosso pequeno espaço. Ela jogou a bolsa na cama e começou a falar alto no celular: "Amiga, você não acredita! A festa bombou, rolou uma 'collab' com o cara da marca de bebida!" Enquanto eu fingia dormir, sonhando com as cinco da manhã e o trabalho exaustivo que me esperava, Sofia vivia sua farsa de "influencer" , sustentada por mentiras. Mas, então, veio o pior: a notícia do exame de saúde obrigatório no hotel. O pavor nos olhos de Sofia foi imediato, e em três dias, ela simplesmente desapareceu. Quando voltou, as marcas roxas no pescoço e a caneca da minha mãe na mão confirmaram meu medo: havia algo muito errado. "Onde você estava?" , eu perguntei, a voz ríspida, enquanto esfregava a caneca como se pudesse apagar a doença que eu temia. Minha intuição gritava que Sofia escondia algo contagioso, algo que ela arriscaria tudo para manter em segredo. A chefe exigiu o exame, e ver o gerente, Ricardo, protegendo-a com um atestado falso, me mostrou que se tratava de um conluio. Eles tentaram me silenciar, me ameaçaram por ser imigrante, mas eu, Maria Clara, não vou ficar calada. Não há doença mais contagiosa do que a corrupção e a mentira. Eles acham que me venceram, mas o jogo mal começou.
