Era para ser o dia mais feliz da minha vida. Estava noiva de Lucas, herdeiro de uma das famílias mais tradicionais de São Paulo, minha carreira como influenciadora digital estava explodindo. Mas em segundos, tudo desabou. Fui brutalmente atacada no estacionamento, meu rosto foi desfigurado, três dentes arrancados. Caída no chão, o cheiro de lixo e chuva misturado ao meu próprio sangue, ouvi a verdade mais cruel. Meu pai e meu irmão, conversando, frios e calculistas, planejavam me manter dopada e sem tratamento. "O casamento da Rafaela com o Lucas precisa acontecer." "O rosto dela pode esperar." Minha própria família, me sacrificando impiedosamente por dinheiro e status. O pânico subiu pela minha garganta. Lucas me ligou, mas não para perguntar se eu estava bem, mas para me acusar de dívidas de jogo. Ele acreditou nas mentiras que eles plantaram para me difamar. Minha imagem, minha honra, tudo estava sendo destruído por aqueles que eu amava. Eu era apenas uma peça a ser descartada, um problema a ser gerenciado. Como eles puderam ser tão cruéis? Por que eu? Eles pensaram que tinham me quebrado. Mas, na escuridão do meu quarto de hospital, uma brasa fria de raiva se acendeu. Sussurrei para uma enfermeira: "Preciso de um celular. Minha mãe. Em Portugal. Ela vai me tirar daqui." A partir daquele momento, a vítima que eu era, deixou de existir.