O ar no escritório da TechNova estava pesado, um vídeo granulado de péssima qualidade circulava, mostrando uma mulher semelhante à minha namorada, Marina, entrando em um hotel de luxo com um homem desconhecido. Os murmúrios e olhares disfarçados se espalhavam na minha direção. De repente, Rui, o gerente de projetos de quem sempre invejou meu sucesso, empurrou o celular na minha cara com um sorriso presunçoso. "João, já viu isso? Parece que sua namorada influenciadora não é tão fiel quanto parece." Na minha vida anterior, a dor da traição me esmagou. Corri para casa e confrontei Marina, gritei, a acusei. Não a deixei explicar, e suas lágrimas, para mim, eram prova de culpa. No trabalho, Rui e Clara me isolaram, me convenceram de que eu era a vítima e Marina, a vilã. Secretamente financiados por Rui, trolls iniciaram uma campanha de ódio brutal contra Marina, demolindo sua carreira e a deixando sozinha. Eu, em minha dor egoísta e cega, não fiz nada. A pressão se tornou insuportável. Uma noite, a polícia ligou: Marina estava morta em um acidente de carro. Eu sabia que foi um suicídio, e a culpa me esmagou. Luto e uma sede desesperada por respostas me abriram os olhos. Invadi o sistema de Rui e encontrei o vídeo original: a mulher no hotel era Juliana, a noiva dele, e o homem, o próprio Rui. Ele encenou a própria traição com sua noiva e usou a semelhança dela com Marina para me incriminar. E-mails revelaram o plano detalhado para me destruir e garantir a promoção de Rui. Eu saí para confrontá-lo, munido de provas. Mas Rui não confessou, ele atacou. Dois capangas me espancaram até a morte em um beco. Meu último pensamento foi de arrependimento por não ter confiado em Marina, por não tê-la protegido. E então, escuridão. E depois, luz. Abri os olhos. Eu estava na minha cama, no dia daquele mesmo pesadelo. Eu estava de volta.