No escritório, a humilhação parecia ser a nova política. Todo ano, Paula, minha chefe e a mulher por quem eu secretamente nutria sentimentos, organizava a cruel "Lista dos Mais Feios". Desta vez, fui o "campeão", e minhas cartas de amor e o convite para a festa da empresa se tornaram o palco de um escárnio público, rasgados e zombados por Pedro, o queridinho dela. A verdade das minhas intenções foi distorcida, minha dignidade pisoteada, e o que era para ser um gesto de carinho virou chacota. Senti a raiva fria me consumir, enquanto observava Mariana, a garota quieta, ser também nomeada a "Mais Feia", seus ombros tremendo em um choro silencioso. A injustiça, a crueldade gratuita, era demais para suportar. Naquele instante, algo explodiu dentro de mim; a vergonha se transformou em uma fúria silenciosa, e, com uma dignidade recém-descoberta, estendi a mão para Mariana, oferecendo-lhe não apenas uma carona para casa, mas um chocolate que Paula jamais mereceria, selando um destino que poucos poderiam prever e redefinindo quem eu realmente era, o herdeiro Albuquerque.