O meu mundo desabou quando o médico disse que o meu pai tinha cancro do pâncreas. O meu marido, Diogo, estava lá, a segurar-me a mão, prometendo que resolveríamos tudo. Mas a sua voz calma transformou-se em urgência quando a irmã, Clara, chamou a pedir ajuda. Ele tinha vendido a nossa casa, o nosso único lar, e agora ia usar todo o dinheiro, não para o meu pai moribundo, mas para salvar a sua irmã da falência. "A família vem primeiro," disse ele, antes de me deixar sozinha no corredor frio do hospital, esvaziando a minha vida e a do meu pai de esperança. Ele escolheu a sua irmã, um problema financeiro, em vez da vida do meu pai. O que é que eu era? E o meu pai? Éramos descartáveis? Como ele pôde fazer isto? Como a sua família podia ser tão cega, tão cruel? Foi então que soube: o meu casamento tinha acabado. Mas a luta do meu pai não. Eu tinha que o salvar, custasse o que custasse, nem que fosse sozinha no mundo. Levantei-me, limpei as lágrimas e decidi: lutaria por ele, mesmo que isso significasse deixar tudo para trás.