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A Escolhida Do Alfa. Ilha do Corvo

A Escolhida Do Alfa. Ilha do Corvo

5.0
93 Capítulo
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Sinopse

Índice

— Eu não amo você. — murmurei. Ele deixou seu vinho de lado e se levantou, devagar ele diminuiu a distância entre nós, e com a ponta dos dedos tocou meu queixo, seu olhar vagou para minha boca e depois permaneceu em meus olhos. — Eu também não a amo princesa, e nem pretendo. Ele disse essas palavras com total frieza e se afastou se sentando novamente e isso me enfureceu. — Porquê lutar em um torneio pela minha mão então? tudo isso porque sou uma princesa? — disparei. — Você é uma princesa Lancaster e eu preciso de um herdeiro digno. — Eu desejo que meu ventre seja seco como as areias do deserto, comandante. Ele me encarou e vi um lampejo de raiva em seus olhos negros, mas no mesmo instante ele o escondeu e colocou seu sorriso cínico no lugar. — Então nesse caso teríamos que tentar muitas vezes querida, até que seu ventre se torne menos seco, eu tentaria pelo resto da vida até. — rebateu maliciosamente. Em um torneio pela mão da princesa Helena Lancaster ela vê seu destino se cruzar com John Chase, um comandante e guerreiro temível, com uma personalidade peculiar, ele era tudo que ela detestava, possessivo, audacioso, autoritário, e dominante ao extremo, e ele era o que mais tinha chances de ganhar o torneio por sua mão. Mas John Chase era muito mais que um comandante da ilha do Corvo, ele escondia um segredo sombrio, que mudaria sua vida para sempre. Uma Ilha repleta de homens misteriosos, com seus próprios segredos e conflitos, e ela seria senhora deles, logo Helena descobriria que um grande perigo a ronda na ilha, poderia ela confiar no marido para protegê-la?

Capítulo 1 O Comandante

Eu estava em um precipício, olhando impotente o homem que amava duelar pela minha mão em casamento, e perder miseravelmente, não só minha mão, mas sua vida.

Meu amado Cristhofer lutava com tanto afinco contra o comandante John Chase, um homem alto e que estava perto dos 28 anos, ele governava na ilha do Corvo que ficava ao lado de Shivia, e o motivo dele lutar pela minha mão não era amor, era por política e poder, porque eu era Helena Lancaster, irmã do rei Carlos segundo Lancaster que achou divertido sediar um torneio até a morte pela minha mão.

Que romântico não? homens vindo de todo canto só para morrerem competindo pela chance de casar comigo.

Então quando a cabeça do único homem que eu desejava que ganhasse o torneio caiu sobre a arena de luta, eu senti que era meu fim.

John Chase estava nas finais do torneio pela princesa, e a plateia rugia em regozijo ao show sangrento que ele proporcionou para eles, do alto da nossa tenda real eu olhei pela primeira vez nos olhos do homem que tinha grande chances de se tornar meu marido, seus cabelos negros caíam molhados de suor sobre a fronte, seus olhos eram negros como pedras de ônix, e seu rosto com uma barba para fazer, o nariz desenhado e o queixo forte, suas características físicas eram atraentes, se não fosse pelo sangue de Cristhofer em seu rosto, ele poderia parecer comum e bonito.

Ele olhou para cima, para o local onde eu estava sentada com o rei que batia palmas entusiasmado com a matança, seu olhar negro cruzou com os meus e eu vi um abismo neles, uma obscuridade neles profunda, como uma noite fria e escura, assim eram seus olhos.

Eu realmente não podia me casar com aquele homem!

Eu me levantei da cadeira sentindo as lagrimas ameaçarem cair na frente de todos, elas me traíam as emoções, tentando a todo custo liberar a dor que eu tentava mascarar, porque eu não podia mostrar para aquelas pessoas que o meu amado caiu morto enquanto eles comemoravam, então desci do lugar reservado ao rei sendo acompanhada pelos guardas para a carruagem, de volta ao palácio, onde em meus aposentos eu poderei chorar por Cristhofer.

Quando passei pelas portas meu quarto estava repleto de servas preparando um banho e caminhando com vários vestidos para bailes, eu gritei para todas saírem, eu sabia o motivo daquele alvoroço, pouco antes do rei anunciar os finalistas das semifinais, ele anunciou que o vencedor que ganhasse sua vaga para a luta final, seria convidado para um baile sediado no palácio real, esta noite.

Eu acreditei que essa noite eu estaria nos braços de Cristhofer...

Quando as servas arregalaram os olhos com meus gritos eu não consegui ter pena de estar gritando com elas, porque meu coração estava destroçado pelo homem que acabei de perder, e a ultima coisa que queria era ficar em um salão de baile com o homem que o matou friamente.

Quando voltei meu olhar para elas novamente percebi que embora elas estivessem assustadas com minhas ordens, elas não se moveram de seus lugares, e embora minhas lagrimas ameaçassem cair eu as segurei, e quando me virei para olhar a direção do olhar das servas, imediatamente percebi o motivo da hesitação delas.

— O que pensa que está fazendo Helena? vocês voltem ao trabalho. — ordenou Hera, a rainha, também conhecida como megera.

Eu respirei fundo e encarei aqueles olhos azuis inquisidores, meu relacionamento com Cristhofer era um segredo, porque ele não era nobre, mas graças ao torneio ele teve a chance de competir pela minha mão, porque essa era a parte do torneio que movimentou homens de vários cantos do reino, não era necessário ter um título nobre para participar.

Então minha atitude carrancuda e histérica despertou aquele olhar azul desconfiado.

— Hoje é uma noite importante, olhe para você com essa cara chorosa, esses olhos cansados como se não tivesse dormido a noite! isso não é a aparência de uma princesa, tome um banho e deixe que as servas deixem você apresentável.

Com essas duras palavras sem se quer me dar a chance de rebater que esse baile não era importante para mim, ela se virou sendo acompanhada de sua guarda para o corredor, me deixando parada no centro do quarto morrendo de vontade de dizer o quanto a odiava.

As horas seguintes foram seguidas de um banho quente, colocar vestidos e joias, servas arrumando meu cabelo...

O resultado final foi eu com um vestindo cor vinho com um decote um pouco revelador demais, perguntei as servas porque daquele vestido, mas elas só disseram que eram ordens superiores, que ponto degradante eu havia chegado, sem poder escolher minha própria roupa.

Uma maquiagem impecável que iluminava o cinza dos meus olhos, o cabelo preto caia com cachos espessos até minha cintura, no topo da minha cabeça uma tiara emoldurada com cristais, tudo aquilo era apenas uma demonstração do prêmio valioso que eu era, como se eu não fosse uma pessoa, mas apenas mais uma joia da coroa.

Acredito que era assim que as mulheres de todos os lugares eram vistas pelos homens, um prêmio a ser conquistado, essa constatação me deixou enjoada mas também evocou lembranças dolorosas.

O rosto de Cristhofer, com seus cachos loiros ao redor dele, seu sorriso solto e sincero quase infantil, que sempre estava nele, os olhos verdes amorosos... ele não me via como uma joia no palácio de um rei.

Para ele meu valor não era estimado em nobreza, ou riqueza...

E por isso eu o amei.

Enquanto eu caminhava pelo corredor sendo acompanhada dos guardas o som de festa e conversas barulhentas ficava cada vez mais alto, eu queria simplesmente desfazer essa maquiagem, jogar essa tiara na parede e retornar aos meus aposentos, mas na metade do corredor eu paralisei, meu corpo não despertava esse alerta há muito tempo, senti aquela sensação de perigo tangível, e eu não sabia explicar quem era responsável por despertar isso em mim até as portas do salão de baile serem abertas e um homem passar por elas.

Esse homem era John Chase.

Ele estava vestido de maneira elegante, trajando as mesmas cores que eu, vinho, e tons de preto mas estranhamente nele parecia reluzir mesmo que ele não usasse nenhuma joia.

Seu olhar negro se lançou sobre mim, analisando meu vestido e previsivelmente se detendo em meu decote, e comecei a me questionar sobre quem havia dado tal ordem do vestido, não seria nenhuma surpresa se ele tivesse oferecido ouro e prata ao rei e a rainha só para escolher minha roupa esta noite, mas se ele fez isso, o fez antes da luta, e isso só mostrava o tamanho de sua autoconfiança e arrogância.

Ele estava com a barba feita exibindo mais claramente a pele pálida e impecável de seu rosto, suas sobrancelhas eram pretas e espessas, elas deixavam uma seriedade permanente em seu semblante, seus olhos eram escuros demais, não revelando nada dele, a não ser que era astuto.

Quando eu continuei paralisada a alguns metros dele, sua voz grave ressoou:

— Minha presença assustou a princesa? — então a seriedade que eu vi antes havia abandonado completamente sua expressão, que agora era de um cinismo lascivo, um sorriso provocador brincou em seus lábios perfeitos, porque era exatamente isso que ele desejava, me amedrontar, que homem mais vil!

Eu melhorei minha postura, tentando ignorar os tremores que sentia, tentando não transparecer que sua presença no corredor mesmo sem o sangue da arena, em roupas limpas e bonitas, era intimidante, sua aura gritava para mim que ele era um homem perigoso, em todos os sentidos, e foi isso que me fez parar quando o vi.

Chame de sexto sentido, intuição, habilidade especial, mas isso era algo que me acompanhava desde que nasci.

Então eu o encarei, o sorriso provocador em seus lábios me dizia que ele não estava nenhum pouco abalado com a vida que a algumas horas atrás ele tirou, ele era completamente frio em relação a isso.

— Você não é tão assustador quanto pensa. — rebati e forcei minhas pernas a continuaria o percurso, mas quando cheguei perto das portas ele as bloqueou.

Olhei para os guardas que se opuseram contra ele, mas John Chase sorriu novamente, e dessa vez retirou do bolso um papel onde exibia o selo do rei, ele o estendeu para mim.

Quando peguei o papel vi o que dizia.

E nem deveria ficar surpresa, mas fiquei. Ou melhor, horrorizada.

— Como a princesa ficou sem palavras, tenho certeza que devido a emoção do que leu, vou esclarecer para vocês nobres guardas. — ele pegou o papel da minha mão e o abriu diante dos guardas ansiosos. — Eu rei Carlos Lancaster segundo autorizo o comandante da ilha do Corvo John Chase a passear com a princesa pelos jardins do palácio. — Anunciou John Chase fazendo voz solene.

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