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Eu tinha 27 anos quando tudo aconteceu. Uma viagem de trabalho que deveria durar poucas semanas acabou se estendendo por tempo indeterminado. O hotel, antes confortável, passou a pesar no meu orçamento e no meu humor. Foi aí que recebi uma proposta inesperada de Júlia, uma antiga colega de faculdade: ficar temporariamente na casa dela, onde havia um quarto vago. Aceitei sem pensar duas vezes.
A casa era ampla, aconchegante, com janelas grandes e muita luz natural. Júlia era gentil, mas vivia ocupada com seus plantões - ela era enfermeira e quase não parava em casa. Eu teria paz, espaço e uma cama decente. Não esperava muito mais que isso. Até conhecer Daniel.
Daniel morava ali também, ocupava o quarto do fundo. Ele era fotógrafo freelancer, vivia em horários bagunçados e tinha um charme despretensioso que me desarmou desde o primeiro instante. Alto, cabelos escuros levemente ondulados, ombros largos e um sorriso que parecia prometer segredos. Havia uma intensidade tranquila nele, uma confiança que vinha sem arrogância.
Na primeira semana, trocamos apenas cumprimentos educados e algumas palavras soltas entre uma refeição e outra. Mas eu percebia o modo como os olhos dele passeavam por mim quando achava que eu não estava olhando. Sentia o ar mudar quando entrávamos no mesmo cômodo. Havia algo ali - tensão elétrica, densa, como o silêncio antes de uma tempestade.
Comecei a buscar mais esses encontros casuais. Passava mais tempo na cozinha, aparecia na sala quando sabia que ele estava lá. Uma noite, sentei no sofá com uma taça de vinho, usando um vestido leve demais para o clima. Daniel apareceu, parou na porta e me olhou de cima a baixo. Seu olhar queimava.
- Está esperando alguém? - perguntou, com aquele sorriso de canto de boca.
- Só o sono - respondi, dando um gole provocante na bebida.
Ele se aproximou e sentou do meu lado, mais perto do que o necessário. Seus olhos passeavam pelo meu corpo sem disfarce.
- Esse vestido... parece feito pra provocar acidentes - disse, olhando para minhas coxas.
Meu corpo respondeu na hora. O calor subiu pelas minhas pernas e se instalou entre elas.
- Talvez eu esteja provocando um - retruquei, sentindo a tensão crescer como uma corda esticada demais.
Nos dias seguintes, os flertes ficaram mais explícitos. Ele se inclinava para pegar algo na cozinha e sua mão "por acaso" roçava minha cintura. Eu deixava a porta do meu quarto entreaberta ao trocar de roupa. Certa tarde, ao me ver de toalha depois do banho, ele parou no corredor e me encarou com olhos famintos.
- Se continuar andando assim pela casa, vai acabar me obrigando a fazer algo que talvez não seja certo - disse, com a voz rouca.
- E se eu quiser exatamente isso? - devolvi, sem hesitar.
Ele se aproximou até ficarmos com os rostos quase colados. Sua respiração batia quente na minha boca. Mas ele não me beijou. Sorriu e se afastou. Estava me provocando de volta. O jogo tinha começado.
Foi numa quinta-feira quente que tudo foi além do limite.
Cheguei mais cedo do trabalho. O sol ainda entrava pelas janelas quando fechei a porta atrás de mim. A casa parecia vazia. Mas ao passar pelo corredor, ouvi um som abafado vindo do quarto de Daniel. Não foi o tipo de som que se ignora. A porta estava entreaberta, e mesmo sabendo que não devia, meu corpo agiu antes da razão.
Me aproximei em silêncio. O que vi me deixou imóvel, com o coração na garganta.
Daniel estava deitado na cama, nu, uma das mãos acariciando lentamente o próprio sexo. Seus olhos estavam fechados, a respiração pesada, os músculos contraídos. Ele se tocava com precisão, com um ritmo sensual, como quem se conhece bem demais. Sua ereção era impressionante - grossa, pulsante, erguida como uma promessa indecente.
Meu corpo reagiu na hora. Os mamilos endureceram sob a blusa fina. Um calor úmido se formou entre minhas pernas, pulsando com o mesmo ritmo das carícias dele. Saí dali com dificuldade, trêmula, cambaleando de volta ao meu quarto. Me joguei na cama e me toquei sem vergonha, com pressa, com fome. Imaginei a boca de Daniel no meu corpo, suas mãos segurando minha cintura, sua pele contra a minha. Gozei forte, mordendo o travesseiro, ainda ouvindo seus gemidos na memória.
No dia seguinte, tentei agir normalmente, mas cada vez que o via, meu corpo se acendia. Ele percebia. Eu sabia que percebia. Os olhares duravam mais tempo. As conversas tinham silêncios carregados de segundas intenções. Começamos a esbarrar com mais frequência nos corredores apertados. O calor aumentava.
Em uma noite especialmente abafada, Daniel entrou na sala e me encontrou sentada no chão, encostada na parede, de regata e calcinha. O ventilador girava preguiçoso. Ele me olhou por longos segundos e se sentou ao meu lado.
- Está muito quente - ele murmurou.
- Dentro e fora de mim - respondi sem pensar. Nossos olhos se encontraram e o silêncio seguinte foi denso como fumaça.
- Você fica tão linda quando provoca... - Ele se aproximou mais, sua coxa encostando na minha.
- Eu fico molhada quando você me olha assim - sussurrei.
A tensão quase tinha gosto. Nossos rostos estavam tão próximos que podíamos sentir o calor um do outro. Quando seus dedos tocaram meu rosto e desceram pelo meu pescoço, segui o movimento, inclinando a cabeça. Mas de novo, ele se afastou.
- Hoje não. Ainda não. Eu quero que você esteja implorando. - E se levantou, deixando um rastro de desejo.
Era sábado. Júlia estava de plantão. Eu estava no sofá da sala, de pijama curto, bebendo uma taça de vinho, fingindo assistir a um filme. Daniel apareceu com uma cerveja na mão e se sentou ao meu lado. Perto. Muito perto.
- Você anda me evitando - ele disse, depois de um tempo.
Engoli em seco. - Como assim?
- Desde aquele dia. Quando chegou mais cedo...
Meu rosto ardeu. Ele sabia. Claro que sabia. Sorriu devagar, como um lobo que sente o cheiro do desejo.
- Eu pensei em parar... mas saber que você estava me assistindo me deixou mais excitado do que deveria admitir.
Meu coração disparou. Minhas pernas ficaram moles. Eu já não sabia se era o vinho ou o jeito como ele me olhava, mas tudo em mim pulsava.
- Eu não devia ter olhado - sussurrei.
- Mas você olhou. E agora está aqui, tremendo, com vontade de repetir aquilo... comigo te assistindo.
Soltei um suspiro entrecortado. Ele se aproximou mais e me tocou pela primeira vez. Os dedos deslizaram pela minha coxa exposta, subindo devagar, como se testasse limites. Quando sua mão encontrou minha pele nua por baixo do pijama, não recuei. Abri as pernas. Recebi o toque. Implorava por ele sem dizer uma palavra.
Ele me beijou então. Um beijo quente, faminto, daqueles que consomem o fôlego. Suas mãos estavam por toda parte: em minha cintura, minhas costas, meus seios. Me pegou no colo com facilidade e me levou até o quarto dele.
Quando me jogou na cama, subiu por cima de mim e rasgou meu pijama com as mãos, senti um arrepio de prazer que percorreu cada nervo. Ele não queria me despir com calma - queria me desnudar como quem tem fome.
Meus seios estavam à mostra, e ele os devorou com a boca. Sugava com força, alternando entre lambidas circulares e mordidas suaves. Eu gemia alto, arqueando o corpo sob ele, implorando por mais.
Suas mãos abriram minhas pernas, e ele desceu com a boca até minha intimidade. Quando sua língua me tocou, soltei um grito. Ele sabia exatamente o que fazer. Seu rosto afundado entre minhas coxas, chupando meu clitóris com precisão, enquanto dois dedos entravam e saíam de mim num ritmo delicioso.
Meu corpo tremia. Meus quadris se moviam involuntariamente, buscando mais, pedindo mais. Gozei na boca dele, gritando seu nome, segurando seus cabelos com força.
Mas ele não parou.
Subiu por cima de mim, e senti o toque da sua ereção contra minha entrada ainda úmida e sensível. Ele não perguntou. Me olhou nos olhos, esperou meu sinal. E eu apenas empurrei meu quadril contra ele.
A penetração foi lenta, profunda. Meu corpo se abriu para recebê-lo. Senti cada centímetro invadir meu corpo, preenchendo espaços que eu nem sabia que existiam. Ele começou a se mover. No início devagar, depois mais rápido, mais forte, com os quadris batendo nos meus, o som do sexo preenchendo o quarto.
Eu gemia sem pudor. Dizia coisas que nunca tinha dito. Ele me chamava de "minha" no ouvido, dizia que estava obcecado, que sonhava comigo todas as noites. Mudamos de posição. Fui por cima. Rebolei lentamente, vendo seus olhos revirarem de prazer. Depois ele me virou de costas, e me tomou por trás com força, segurando minha cintura, falando coisas sujas no meu ouvido que me faziam gozar ainda mais.
Gozei de novo, sentindo as pernas falharem, e ele gozou logo depois, enterrado até o fim, rugindo de prazer.
Caímos na cama, ofegantes, suados, completamente saciados - por ora.
O silêncio que se seguiu foi diferente. Não havia culpa, não havia confusão. Apenas um calor compartilhado, um desejo que havia finalmente se concretizado.
- Isso muda tudo - ele disse, a voz rouca.
- Eu sei. - Sorri, passando a mão no peito dele. - E eu não mudaria nada.
Nos dias que seguiram, continuamos. Não era mais apenas um desejo passageiro. Era uma obsessão. Aproveitávamos cada momento em que Júlia saía. Fazíamos sexo na cozinha, no banheiro, contra a parede da sala. Eu me tornava outra mulher nas mãos dele - mais ousada, mais viva, mais intensa.
Mas também havia carinho. Daniel me olhava como quem vê algo raro. Me beijava depois do orgasmo. Me cobria com o lençol. Me fazia café.
O desejo virou vício. O vício virou paixão.
E, mesmo sabendo que aquela hospedagem era temporária, que tudo acabaria quando meu trabalho terminasse, eu me joguei por inteiro. Porque algumas experiências não pedem permissão. Elas apenas tomam conta de você.
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