Era o dia do lançamento de "Mundo Semente", o projeto da minha vida, um jogo educativo gratuito. Mas, de repente, meu mundo desabou: fui acusada de plágio, e a pivô era Bruna, minha própria irmã mais nova, a quem eu ensinei a programar. Do dia para a noite, meu nome virou lama online: "impostora", "ladra de ideias", "fraude". Ninguém ouviu minhas provas, preferiam a narrativa da irmã mais nova carismática oprimida. Eu me tornei uma pária, me escondi do mundo. Mas o pior ainda estava por vir. A tempestade de ódio virtual se tornou real. Fãs de Bruna, com rostos cobertos, foram até o prédio dos meus pais. Eu estava no telefone com minha mãe quando ouvi os gritos e o barulho de vidro quebrando. Corri, mas cheguei tarde demais. Meus pais, pessoas simples e boas, foram empurrados da varanda do décimo segundo andar, assassinados por fãs extremistas. Minha alma morreu naquele dia. Como Bruna, minha própria irmã, podia ser tão cruel, roubando não só minhas ideias, mas também o futuro da minha família? A dor e a injustiça eram insuportáveis, uma ferida aberta na minha alma. Então, a escuridão. E de repente, abri os olhos. O cheiro de café, o sol na janela. Era 23 de outubro de 2023, o dia do lançamento de "Mundo Semente", o início do meu pesadelo. Eu não estava morta. Eu tinha voltado ao começo, com a memória do futuro. Uma segunda chance, não para perdoar, mas para fazer justiça.