Três anos. Três anos do cheiro de metal retorcido e pneu queimado. Três anos desde que a vida de Maria Eduarda, ou Duda, se partiu em duas com a morte do seu Rafael, em um acidente de carro "trágico demais". No aniversário da morte dele, sentada no banco do motorista do velho sedã que pertencia ao seu amor, ela ouviu. No meio da estática do rádio, a voz dele. "Não foi um acidente." Seu coração parou. A voz que ela tanto ansiava, agora a assombrava com uma verdade devastadora, "A verdade... eles mentiram...". A polícia, incluindo o Inspetor Silva, arquivou o caso. Ninguém acreditou na viúva "delirante" que falava com fantasmas. Nem mesmo Carolina, sua melhor amiga e rochedo por três anos, que a aconselhou a "seguir em frente e vender essa lata velha". Mas a verdade era uma faca, e agora a lâmina se voltava para ela. A voz de Rafael, vinda do além, revelou o choque final: "Carolina". Não, não podia ser. Sua Carolina? A amiga que a consolou? A mulher que a ajudou a enterrar Rafael? O mundo dela desabou pela segunda vez. Como a pessoa em quem ela mais confiava pôde ser uma traidora? Como ela pôde viver uma mentira por tanto tempo? A dor da traição era um fogo que consumia qualquer resquício de luto, deixando para trás uma fúria fria e afiada. Maria Eduarda, a jornalista investigativa, emergiu das cinzas. Ela olhou para o carro de Rafael, não mais como uma relíquia, mas como a primeira peça de um quebra-cabeça mortal. Ela não era mais a viúva em luto. Ela iria descobrir a verdade. E faria cada um deles pagar.