Eu dei a ele meus melhores anos, sacrificando tudo para que Mateus, o homem que eu amava, alcançasse seus sonhos políticos. Ele me prometeu o mundo, sussurrando que eu seria sua rainha assim que ele vencesse. Mas quando a carreira dele estava em risco, fui eu quem assumiu a culpa por um desvio de dinheiro, fui eu que, para tornar a história convincente, sofri um "acidente" que me deixou com uma cicatriz medonha no rosto e uma mão aleijada. Mateus me prometeu que nunca esqueceria meu sacrifício, que me compensaria por tudo; eu, na minha ingenuidade, acreditei. Hoje, vendo-o tomar posse como deputado federal na TV, ele anunciou sua noiva: uma mulher linda, sem cicatrizes. Ele me descartou como lixo, me humilhou publicamente na festa, me chamando de "criatura" com "problemas mentais", e jogou dinheiro no chão para que eu sumisse. Eu estava quebrada, mas uma brasa de raiva acendeu. Decidi que voltaria para o sertão, para o lugar de onde vim, para o esquecimento. Quando Mateus invadiu meu apartamento, ele revelou seu verdadeiro eu: um monstro que me via como sua propriedade, sua maldição. Ele me disse que me manteria como empregada de sua noiva, para me lembrar do meu "lugar". A dor e a humilhação eram insuportáveis, mas eu não seria sua escrava. No auge do meu desespero, quando a violência dele me derrubou, um homem misterioso e seus capangas surgiram, mudando o rumo da minha noite e me oferecendo uma chance inesperada de salvação e, talvez, de justiça.