Quando acordei no hospital, a primeira coisa que vi foi o rosto do meu marido, Léo. Ele estava preocupado, mas os seus olhos não estavam em mim, e sim no meu braço, ombro, perna, procurando marcas. O cheiro a desinfetante era forte, e a minha cabeça doía do acidente de carro. Mas foi um simples anel de pedra da lua na mão da minha irmã, Ana, que me fez perceber que a tragédia era um plano cruel. Eu e a Ana estávamos no carro quando um veículo passou o sinal vermelho. Pensei que tinha sido apenas um acidente, resultado de um mundo caótico. Mas depois, uma mensagem anónima no meu telemóvel gelou o meu sangue: "Não foi um acidente. Verifica os travões do teu carro. E a apólice de seguro de vida que o teu marido fez para ti." Foi um golpe duplo: a traição do homem que amava e da minha irmã, que chorava ao meu lado. Os meus próprios pais chegaram ao hospital e, ao invés de me apoiarem, a minha mãe defendeu a imagem do casal perfeito, enquanto o meu pai, ao descobrir o anel na mão da Ana, desabou em silêncio. Eu estava presa na cama, com o corpo dorido, enquanto todos à minha volta pareciam parte de uma conspiração para me silenciar, ou para me culpar pela "verdade" que apenas eu via. A revolta cresceu em mim, e a pergunta ecoava: Como é que os meus próprios entes queridos puderam tentar matar-me? Não era apenas um caso de infidelidade, era uma tentativa de homicídio. A minha vida não valia nada para eles, apenas a minha morte. Mas eu não ia ser uma vítima. Ainda que sozinha, decidida a descobrir a verdade e a fazê-los pagar, comecei silenciosamente a minha própria investigação, e descobri uma arma secreta que mudaria tudo.