Quando abri os olhos no hospital, o cheiro a desinfetante e um vazio insuportável no meu ventre diziam-me que tinha perdido o meu bebé. O meu filho Leo, de cinco anos, estava desaparecido. Liguei ao Miguel, o meu marido, a contar-lhe que tínhamos sofrido um acidente terrível. Mas em vez de preocupação, ouvi a voz da Clara, a minha prima, ao fundo, preocupada com o braço partido do filho dela. "Miguel, o Lucas partiu o braço, e o nosso filho está em coma depois de uma cirurgia ao cérebro, e tu estás com ELA?", gritei, antes que ele me bloqueasse. A minha sogra, Helena, só se preocupava com a reputação do filho, não com a vida do meu neto. A dor e o luto foram esmagadores. Mas o mundo virou-se de cabeça para baixo quando um inspetor de polícia me ligou. "Os travões do seu carro foram adulterados. Isto não foi um acidente, foi uma tentativa de homicídio." No mesmo dia, a minha mãe revelou que a nossa conta conjunta tinha sido esvaziada. O Miguel e a Clara não estavam apenas a ter um caso; eles queriam a minha morte. A raiva gelou o meu sangue. Era uma guerra, e eu ia lutar.