Meu nome é Sofia e, desde pequena, aprendi que a sobrevivência era meu único objetivo. Eu flutuava pela vida como uma sombra, evitando ser notada, porque problemas, para mim, eram doenças contagiosas. Meu pai, um chefão do crime quase invisível, garantia que o dinheiro nunca faltasse, uma proteção perigosa e distante. Até que um dia, Jonas e seus capangas invadiram minha casa, certos de que eu era uma presa fácil, com sorrisos maliciosos e a pergunta: "E aí, princesinha? Sozinha em casa?". Mas eu não estava. Eu sabia que violência bruta era para estúpidos; eu era estrategista. Usei minhas ferramentas, e Jonas e seus amigos desapareceram na noite, sem rastros. Limpo, eficiente, seguro. Mas a falsa tranquilidade desmoronou numa terça-feira chuvosa, quando homens mascarados invadiram minha casa, e desta vez o alvo era eu. Escutei-os se aproximando, suas vozes abafadas, enquanto me escondia, apavorada, no sótão, com meu coração batendo forte. Não era para me matar, percebi depois, mas um teatro orquestrado para me lançar nos braços do rival do meu pai, Marco. Fui um peão, manipulada para um jogo muito maior. A raiva borbulhou em mim, não era mais sobre sobreviver, era sobre vingança. E eu, Sofia, a filha que ele tentou usar, faria a música dele dançar no meu ritmo.