A noite estava fria, mas o clique da câmera do celular e as risadas grosseiras daqueles homens tornavam tudo pior. Eles me despiram, fotografaram e publicaram tudo online, transformando um pesadelo em uma humilhação que queimava por dentro. Juro que ouvi um deles sugerir: "Chefe, essa atriz é linda, que tal a gente se divertir um pouco com ela antes de entregar para o contratante?". E então a risada baixa e perigosa do "chefe": "Ok! Mas limpem tudo depois!". O terror me dominou, um grito silencioso preso na garganta enquanto eles me agarravam. Acordei jogada na terra, um objeto quebrado, enquanto as fotos já se espalhavam como fogo pela internet. Thiago, meu chefe e namorado, meu porto seguro, prometeu cuidar de mim e disse que superaríamos juntos. Eu acreditei, me agarrei a ele como se minha vida dependesse disso. Até que, em uma noite escura, acordei de um pesadelo e o encontrei na varanda, falando em videochamada. A voz do assistente veio do celular: "Chefe, aqueles bêbados já foram pagos e enviados para uma área remota, como você pediu. Mas eu não entendo, a Joana está em ascensão, por que você quer arruiná-la?". Meu coração parou enquanto Thiago, com uma frieza que eu nunca conheci, respondeu: "Se ela estiver no elenco, a Manuela não vai conseguir o papel principal em 'Luar'. Por isso, eu tive que fazer isso!". Naquele instante, a verdade me atingiu com a força de uma avalanche: ele era o arquiteto da minha destruição. Mas algo mais aterrissou em mim, gelado e absoluto: Thiago, assim como eu, também tinha renascido.