O telefone em minhas mãos tremeu, mas não tanto quanto meu corpo inteiro. A voz melosa de Sofia, minha meia-irmã, ainda ecoava em minha mente, descrevendo em detalhes íntimos sua noite com Marcos – meu noivo. Eu estava no estacionamento do meu próprio império, que construí do zero, mas o chão parecia ter desaparecido sob meus pés. Não era apenas a traição do meu noivo, era da minha própria família, uma conspiração para roubar tudo o que eu tinha. Ninguém nunca se preocupou se eu estava feliz, apenas se eu estava sendo útil. A dor em meu peito era real, uma ferida antiga que nunca cicatrizou. Eu não era mais uma vítima. Eu não era um caixa eletrônico. Eles me subestimaram pela última vez. Peguei meu celular, abri o navegador e digitei palavras que nunca imaginei procurar: "acompanhante de luxo."