Dez anos de um amor que parecia fortaleza, mas se revelou um castelo de areia. No meu leito de morte, após um "acidente" de carro, o cheiro de desinfetante e o apito das máquinas se misturavam à fria revelação: meu marido Leo, com quem pensei ter construído tudo, me entregava um Formulário de Consentimento para Transferência de Bens, enquanto seus olhos impacientes buscavam outra. De repente, uma enfermeira o chamou: "Paciente Sofia está chamando pelo senhor. Ela está muito agitada." Sofia. Minha melhor amiga. O gelo na minha alma se misturou à adrenalina da traição. A verdade esmagou a neblina dos medicamentos: eles estavam juntos no acidente, e ele estava me abandonando para morrer. Meu coração disparou, o monitor enlouqueceu. Não vi um marido em luto, mas um traidor apressado, ansioso por outra mulher. Ele largou a prancheta e saiu, me deixando afogar na escuridão. Mas a escuridão deu lugar à luz familiar do meu quarto, o cheiro de café fresco em vez de hospital. O calendário marcava cinco anos antes. O destino me deu uma segunda chance, e desta vez, eu não seria a vítima. Eu seria a caçadora.