O médico entregou o relatório do teste de ADN, com uma expressão séria. O tipo de sangue do meu filho, Leo, era AB, e o meu O, tal como o do meu marido, Pedro. Geneticamente, o Pedro não podia ser o pai biológico do nosso filho. A mão que segurava o relatório começou a tremer. Pedro arrancou-mo, o rosto dele ficou pálido e, de repente, furioso. "Impossível! Clara, explica-me isto!" Antes que eu pudesse respirar, a minha sogra, Helena, irrompeu, lendo-o e gritando para todos ouvirem: "Clara Costa! Eu sabia que não eras uma mulher decente! Como te atreves a trair o meu filho? Dás à luz um bastardo!" Fui humilhada publicamente, as acusações de adultério ecoavam no corredor do hospital, sentindo-me nua sob olhares a julgar. Pedro virou-me as costas, a sua voz dura: "Vamos para casa. Precisamos de falar sobre o divórcio." Divórcio? O nosso filho acabara de fazer um ano. Eu sabia que nunca tinha traído Pedro, mas a lembrança de uma noite embriagada com um colega lançou uma sombra de dúvida. Como era possível? Eu só tinha estado com Pedro. O relatório de ADN parecia uma sentença, esmagando a minha vida. Mas o quê? Porquê? De quem era o filho, então? Eu não entendia... Nada fazia sentido! Tudo o que se seguiu foi uma traição impensável. Mas eu não ia ficar de braços cruzados. Tinha de lutar pela minha inocência e pela verdade. Pelo meu filho.