Era meu aniversário, mas Ana ainda não havia chegado em casa. Ela, minha esposa e estilista famosa, sempre manteve uma barreira, uma regra tácita entre nós e o mundo. Nenhum homem, exceto eu, podia se aproximar. Mas então, vi a foto. Pedro, meu afilhado e parceiro de negócios dela, a abraçando por trás, as mãos na cintura dela. E o sorriso dela... um sorriso que eu raramente via. Meu sangue gelou. Comentei um simples "?" na postagem, e o inferno começou. "José, você viu a foto?", a voz dela, irritada, no telefone. "Eu vi", minha voz saiu mais fria do que eu queria. Ela me ordenou que apagasse o comentário, minimizando tudo: "Não seja bobo, José. É só uma foto pra promover o trabalho. Não significa nada." Ela me chamou de possessivo, me defendeu publicamente para defender aquele homem. A raiva me consumiu. Não era apenas ciúme; era desrespeito. Passei a mão pela mesa, derrubando o vaso de cristal. O som do caco quebrando no mármore foi ensurdecedor. Pela primeira vez, eu perdi o controle. Eu me perguntava, como pude ser tão cego? Eu, o investidor que o tirou do nada, estava sendo humilhado pelo homem que criei, pela mulher que deveria me apoiar. Eu não iria chorar, não iria implorar. O jogo deles era sujo. O meu seria eficiente. Eles queriam guerra? Tudo bem, eu mostrarei a eles como se joga para vencer.