Meu filho, o pequeno Tiago, nasceu prematuro. Por uma semana, agarramo-nos a cada batida do seu coração, com a irmã do meu marido, Eva, a pediatra-chefe, prometendo zelar por ele. Mas quando o médico proferiu as palavras terríveis, o meu mundo ruiu. Pedro, o meu marido, parecia uma estátua fria, e Eva, a tia que devia estar lá, optou por uma "reunião importantíssima". Em casa, entre os berços vazios, Pedro mentiu-me sobre dívidas da empresa. Depois apanhei-o a suplicar a Eva para vir, que ignorou a morte do sobrinho por um encontro com investidores para o seu centro de investigação. A raiva borbulhou. Como podiam ser tão desumanos? Tão preocupados com a carreira e o dinheiro, em vez do luto do nosso filho? Foi então que encontrei os extratos bancários: Pedro estava a desviar o dinheiro do meu pai, o meu dote de casamento, para Eva e este "projeto". Tudo se encaixou: eles roubaram-nos, não apenas o nosso futuro, mas até a dignidade da nossa tragédia. Agarrei nos papéis e olhei para Pedro. "Eu quero o divórcio," disse, a minha voz uma lâmina fria. Já não era uma vítima. Ia lutar.