O médico disse que a minha mulher, Sofia, tinha morrido na mesa de operações. Eu estava à beira de me tornar pai, mas um telefonema do meu irmão, Tiago, mudou tudo. Ele e a minha cunhada, Clara, precisavam de ajuda urgente na autoestrada. Eu fui, deixando a Sofia, em pleno trabalho de parto, para trás. Nunca pensei que seria a última vez que a veria viva. Sofia morreu de hemorragia pós-parto, enquanto eu não estava lá. A minha sogra, Helena, chamou-me de monstro, encheu-me de raiva e dor, e jurou tirar-me o meu filho recém-nascido. A culpa e o luto consumiam-me. Mas o pior estava por vir: a minha própria família, para se proteger, tentou que eu mentisse em tribunal. E foi então que descobri a verdade chocante por trás da "emergência": tudo não passava de uma fútil desculpa do meu irmão para fugir à sua própria crise conjugal. A minha mulher morreu por causa de uma mentira patética. A fúria gelada apoderou-se de mim. Chega de mentiras, chega de covardia. Esta era a minha última chance de honrar a memória da Sofia e de lutar pelo meu filho. Mesmo que isso significasse destruir o que restava da minha família e enfrentar o mundo sozinho.