Naquela manhã, descobri que o meu filho estava livre de uma doença genética, mas o meu marido, Diogo, era portador. Um alívio imenso, que durou segundos. Minutos depois, liguei para partilhar a boa notícia, mas Diogo estava "ocupado" a levar a mãe da ex-namorada, Clara, ao hospital por um "ataque de pânico". Onde estava a sua família? Helena, Pedro? Sempre em segundo plano. Não era a primeira vez, nem a décima. Ele sempre teve desculpas para a Clara, a "fragilidade" dela. Mas eu? Eu estava sozinha no hospital, a tremer à espera de um diagnóstico que podia mudar as nossas vidas. E ele não sabia que tinha a mesma doença, porque estava demasiado ocupado a "ajudar" a ex. Naquele hospital, com o relatório do ADN nas mãos, uma decisão tornou-se mais clara que a luz da manhã: Se eu e o Pedro não éramos a sua prioridade, então ele também não seria a minha. Ele não sabia o que iria enfrentar no futuro, mas eu sim. Era hora de lutar pelo meu filho e por mim. Era hora de fugir. Era hora de lhe mostrar as consequências das suas prioridades.
