Eu estava a polir o troféu de "Piloto do Ano" do meu marido, Leo. Éramos casados há cinco anos, e eu tinha desistido da minha carreira para o apoiar. De repente, o telemóvel dele vibra, e vejo um nome: "Isabela". Era a terceira chamada dela hoje. A mensagem seguinte congelou-me: "Leo, o nosso filho está com febre alta. Estou no hospital." "O nosso filho." Estas duas palavras atingiram-me como um raio. Leo tinha um filho com outra mulher. Ele entrou em casa, sorriu, mas o sorriso desapareceu quando viu o telemóvel na minha mão. "Quem te deu permissão para tocares nas minhas coisas?" A voz dele era dura. Quando confrontei-o, veio a resposta brutal: "Tu és estéril, lembras-te? Não me podes dar um filho, por isso tive de encontrar alguém que pudesse." Ele nem sequer negou. Nem sequer mostrou remorso. Decidi divorciar-me, mas a minha sogra, Dona Elvira, apareceu para me intimidar. "Se insistires neste disparate de divórcio, farei da tua vida um inferno. Vais sair daqui sem nada." Pensei que estava sozinha, destruída. Como pôde a minha vida virar do avesso tão rapidamente? Como pude ser tão cega? Por que é que ninguém se importava com a minha dor? Estava presa num casamento mentiroso, humilhada e sem um tostão. Mas o meu irmão, Tiago, ligou. "Faz as malas, Sofia. Vou buscar-te." Naquele momento, soube que a minha capitulação tinha acabado. Esta não era a minha queda, era o meu renascimento. E eu ia certificar-me de que Leo e a sua família iriam pagar por cada lágrima.