Na noite do meu aniversário de casamento, preparei um jantar romântico, velas acesas e pratos cheios de esperança. Mas o meu marido, Pedro, não voltou para casa. Em vez disso, recebi uma mensagem fria: "A Sofia torceu o tornozelo, estou a levá-la ao hospital. Não me esperes acordada." Sofia. A minha melhor amiga. E a ex-namorada dele. Ele desligou o telemóvel e deixou-me sozinha, no nosso dia, com a comida a arrefecer e as velas a consumirem-se. Minutos depois, o telefone tocou. Era a minha sogra. "Lia, o que se passa contigo? O Pedro está no hospital com a Sofia, e tu não apareces? Que tipo de esposa és tu?" Ela chamou-me egoísta, insensível, por ousar valorizar o nosso aniversário em detrimento da "urgência" da Sofia. Até quando eu seria a segunda opção na minha própria vida, no meu próprio casamento? Cansada de lutar por um amor que nunca foi totalmente meu, tomei um decisão: não mais seria a "boa rapariga" que aceita as migalhas. Levantei-me da mesa gelada. O jantar foi para o lixo. Assim como o meu casamento.