No dia do meu casamento, o altar estava pronto e a música tocava. Mas o meu noivo, Pedro, desapareceu. Não foi um acidente trágil, nem uma emergência inesperada. Ele estava com a sua ex-namorada, Clara, que alegava ter sofrido um acidente de carro. Deixada sozinha no altar, com o meu vestido branco a parecer uma piada cruel, senti o olhar de pena de todos os convidados. A minha cunhada, Sofia, confessou a verdade: Pedro correu para a mulher que uma vez jurou ter superado, no dia mais importante da nossa vida. A raiva borbulhava dentro de mim, seguida por um vazio frio. Como ele pôde fazer isto? Abandonar-me para consolar uma mulher com um simples arranhão? Fui confrontá-lo ao hospital, apenas para vê-lo beijar a testa dela, com uma ternura que ele nunca me dedicou. Naquele momento, atirei-lhe o anel de noivado. «Está acabado. Não me procures mais.» Perdeu uma noiva, uma casa, uma empresa, mas ganhou a Clara. Mas, ao contrário do que ele esperava, eu não chorei. Eu decidi naquele instante que era hora de reconstruir a minha vida, mas desta vez, apenas para mim. Venderia tudo o que nos ligava e partiria para um lugar onde ninguém me conhecesse. Seria o meu novo começo. Mas será que o passado, e o próprio Pedro, me deixariam seguir em frente tão facilmente?