Acidente Do Destino

Acabei de entrar de férias do Departamento de Narcóticos. Teria um mês só para mim. Não estou exatamente feliz com isso, meu trabalho é a única coisa que tenho para me distrair. Agora que estou de férias, realmente penso que isso é um saco.

Estava dirigindo pela parte mais perigosa do morro da Rocinha. Já receberam muitas chamadas de roubo por aqui. Quando ainda estava na Polícia Militar, comparando as coisas daquela época com agora, estava muito mais seguro. Nem sequer poderia andar tão livremente naquela época. Agora estava mais acostumado a agir infiltrado, então ninguém ali sabia quem eu era. Além disso, ando sempre com a minha arma.

Ao descer o morro, parei no primeiro sinal, esperando impacientemente. Quando o sinal finalmente abriu, acelerei, acertando alguém que entrou na frente do meu carro.

Desci do carro e vi uma mulher caída no chão, uma visão da sua bunda apertada pelo mini short. Honestamente, me perguntava como uma mulher poderia usar algo que parecia tão desconfortável. Me aproximei, vendo-a se mexer no chão, pelo menos estava viva. Já tinha muitos problemas com meus superiores.

— Ei, garota, você está bem?

Perguntei, ouvindo um suspiro irritado sair dos lábios dela. Era engraçado como ela estava irritada, sendo que foi ela quem decidiu correr quando o sinal abriu. Seus olhos verdes eram diferentes de tudo que já vi antes.

— Estou maravilhosa, um idiota me atropelou.

— Foi você quem resolveu correr para frente do meu carro quando o sinal abriu.

— Me ajuda a levantar, idiota.

A ajudei a se levantar, vendo que ela só tinha arranhado o cotovelo. Enquanto ela tirava o pó das roupas dela, pude ver um homem aparecer correndo, quase sem fôlego, parando ao meu lado e olhando a mulher de forma hostil. Ele estava alterado, se aproximou de mim.

— Você... sua vadia! Me devolve.

— Senhor, algum problema?

Ele me olhou de cima a baixo, como se eu fosse nada. Talvez, se eu estivesse com meu uniforme, não me olharia assim. De qualquer modo, estava de férias e não me meteria em nada sem necessidade.

— Essa vaca me roubou, já não basta tentar me seduzir...

Meus olhos passaram pelo homem, um senhor de meia-idade, levemente pançudo, suando como um porco. Parecia mais uma piada do que outra coisa. Parecia mais que ele estava assediando ela e ela só aproveitou. Mas eu ainda era um policial, por isso não poderia me meter em confusão sem necessidade.

— O quê?

Me aproximei, mesmo sem querer me envolver. Tentei tocar em seu ombro, mas ela me empurrou para cima do homem pançudo e caímos. Levantei-me rapidamente. Ela correu quando o sinal abriu novamente e já estava entre as pessoas do outro lado da rua. Como o sinal abriu, seria impossível alcançá-la agora.

— Minha carteira, isso é culpa sua. É porque você não a segurou?

O homem falou, cuspindo na minha direção. Quando o dedo dele bateu no meu peito, não gostei. Se fizesse aquilo de novo, não me responsabilizaria por meus atos. Ele pareceu entender quando o encarei.

— Droga.

Agora eu havia ganhado algo para gastar meu tempo. Ela era uma ladra um tanto gostosa. Realmente curioso para saber o que estava acontecendo ali, quem estava errado. Acabei pensando tanto nela que acabei sonhando com aquela mulher, principalmente com a bunda dela.

Virei na cama, sentindo o suor, um sonho erótico com uma mulher que nunca tinha visto até a noite anterior. Podia lembrar do corpo curvilíneo dela, cabelos curtos e pintados de branco. Os olhos verdes realmente chamavam atenção. Perguntei-me se teria alguma chance de transar com ela, mas minha cabeça sempre me fazia repensar.

Precisava de um banho. Estava excitado com uma mulher que nem conhecia. Passei a mão por dentro do meu cabelo, sentindo os fios loiros grudarem na minha mão. Talvez saísse para procurá-la mais tarde. Tenho certeza de que, com o argumento certo, levaria ela para minha cama.