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O Charme De Um Lobo

O Charme De Um Lobo

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Sinopse

Índice

Era uma noite fria de inverno, quando eu estava voltando para casa, uma noite simplória, até dele cruzar meu caminho, um lobo de quase três metros de altura, com dentes enormes e pelos negros como a escuridão. Nunca acreditei em contos de fadas, mas aquilo não era uma alucinação, nem ao menos um mal-entendido. Até mesmo mais improváveis situações podemos sentir prazer, ainda mais quando compartilha com quem nos ama, mesmo sendo um lobo, eu podia sentir que meu sentimento não mudaria, e poderia estar errada em achar que aquele era o homem que eu amava, e seu eu estivesse iria aproveitar aquela aventura completamente inesperada e insana.

Capítulo 1 Chuva de Janeiro

Eu caminhava lentamente pelas ruas, pensando em minha nada calma discussão com Logan Striker, meu, agora oficialmente ex namorado, eu ainda sentia o gosto amargo na boca por conta daquela briga, vinha segurando as lagrimas desde que havia saído do apartamento dele, mas eu havia prometido a mim mesma que não derramaria uma lagrima por ele novamente, ainda mais quando o motivo termino não foi realmente esclarecido, tudo o que ele disse, foi que não poderíamos ficar junto, além da sua nada coerente conversa sobre ser por culpa do seu maldito sangue! Seja lá o que isso quer dizer?

Namorávamos a anos, Logan nunca se comportou como um babaca, mas por nos últimos meses ele se tornou um? Ainda mais após nós termos feito tantos planos juntos, mas eu sei que a culpa era mais minha do que dele, eu me iludi sozinha, fazia meses que estávamos mantendo o nosso relacionamento escondido, era como se eu fosse uma amante?

Eu respirei fundo aquele ar gélido de janeiro, estava disposta a esquecer, Logan, mas eu sabia que era mais fácil falar do que realmente fazer, ainda mais quando era ele que me aquecia durante a madrugada, esse homem havia marcado não só meu corpo, mas como minha mente e alma.

— Liv!

Pode escutar meu apelido sendo chamado, mas eu realmente estava fugindo de todos no momento, sentindo que ia desabar, eu só queria chorar e sofrer em paz, de preferência na minha casa, debaixo da coberta, ouvindo alguma música triste ou o silêncio que sempre fazia ali.

Mas antes que pudesse cruzar a rua, eu senti aproximação repentina, olhei para lado vendo o rapaz sorrir abertamente, aquele era uma das últimas pessoas que eu queria encontrar, Carter, um conhecido em comum meu e de Logan, mas não podíamos dizer que era um amigo, ele nunca escondeu que tinha interesse em mim, embora ele tenha interesse na metade das garotas da cidade, o seu desejo em mim, era especial, porque ele tinha uma rivalidade com Logan sem igual, coisa que costumava apenas ignorada por mim, ainda mais quando ele tentava de alguma maneira flertar comigo, só que nesse instante, eu não tinha paciência para isso.

— Oi, Carter.

Eu o cumprimentei, sendo educada, honestamente não queria ter que cumprimentar ninguém nesse instante, mas minha mãe me deu uma boa educação, além de que ignorá-lo só faria que ele tagarelar ainda mais atrás de mim, Carter parou ao meu lado, o sinal abriu, comecei a caminhar pela faixa notando o rapaz me seguir.

— Posso te acompanhar? Você estava indo encontrar com Logan ou já o viu?

Os meus olhos deslizaram levemente para ele, pensei um pouco, não poderia saber o porquê dele estar perguntando sobre o Logan, para evitar uma dor de cabeça eu dei de ombros, além disso, poderia apenas dispensá-lo, mas que diferença iria fazer? Ao menos teria companhia até em casa.

— Você pode ir comigo.

— Você parece um pouco triste?

Ele perguntou, enquanto eu apenas ficava em silêncio, era verdade que eu estava triste, porem, nunca fui o tipo que falava dos meus problemas com outros, eu era reservada quanto a isso, ainda mais se tratando de Logan, mas, por que agora as palavras querem sair da minha boca? Isso era porque estava obviamente chateada.

— Eu e o Logan, as coisas estão muito estressantes, quer dizer, agora não tem mais estresse, dessa vez eu acho que não tem mais volta.

Eu confessei, mesmo que falasse que ainda estávamos bem, uma hora a verdade se espalharia, isso só me faria parecer mentirosa, pode perceber os olhos claros de me analisar, ele suspirou audível, era quase como se ele estivesse com pena, olhei novamente de soslaio, Carter era o tipo do cara que qualquer uma teria o prazer e desprazer em conhecer, ele era bonito e inteligente, e um cafajeste. Esse era um dos motivos para Logan nunca gostar de ver ele perto de mim, mas quando você tem um Logan sua vida ninguém pode se comparar com ele, porque ele era o homem que fazia sua calcinha molhar só de olhar.

— Por quê?

Eu olhei para um lado e depois para outro para poder atravessar a rua, embora não fosse necessário, por ser um dia frio e chuvoso, poucas pessoas se arriscam pelas ruas molhadas durante a noite, o que deixava o trânsito quase inexistente, ainda mais em um bairro novo como aquele.

— Acho que ele está me escondendo algo? Eu não devo ser boa o suficiente para ele confiar.

Pode ouvir ele rir de repente, eu o encarei, não ligava se ele ria de mim, aquilo tinha mais a ver do porquê ele ria? Mas o homem ao meu lado pareceu entender errado, vendo que a risada dele morre aos poucos e uma tosse forçada se apossou da sua boca.

— Você não acredita nisso? Ele só pode estar louco? Você é mais do que suficiente para qualquer homem.

— Acho que não para ele.

Eu disse em desânimo, poderia ser dramático para ele, mas às vezes parecia isso, que Logan não confiava em mim o suficiente, sempre se escondendo, me evitando, até mesmo o sexo se tornou escasso, ele não queria me tocar, nem ao menos me beijar, de repente, uma estranha sensação se apossou de mim, era como se cada passo meu estivesse sendo vigiado, um frio passou pela minha espinha me deixando nervosa, mas eu tinha essa sensação quase sempre, por isso, sabia que era apenas coisa da minha cabeça.

Eu olhei para Carter que falava algo que sequer escutava, estava ocupada com minha própria paranoia, tudo ficou ainda pior quando o movimento da rua desapareceu, um movimento de carros que já não existia de qualquer forma, eu sempre seguia por aquela rua, havia um pequeno bosque no fim dela, geralmente ele era usado para cortar caminho.

— Olivia.

Carter parou, ele me chamou com incerteza em sua voz, não demorei a virar para ele, a admirei em silêncio, seu rosto marcado pelos traços fortes, o cabelo castanho preso em um rabo de cavalo mal feito, ele era lindo, mas Logan, Deus, era um nível tão diferente.

— Já que você e o Logan não tem mais nada, que tal nós saímos para curtir um pouco?

Eu queria ser do tipo que se entrega pro primeiro que surgisse, ainda mais sendo tão bonito assim, mas eu não poderia estar mais triste, Logan sempre fora minha paixão, o homem que amei desde a infância, e em algum momento e ele me correspondeu, mas não é mais a mesma coisa, de algum modo o sentimento dele por mim, pareceu morrer.

Tudo o que eu sabia, era que de alguma forma o pai de Logan estava envolvido nisso, se bem que eu não poderia chamar ele de pai, de qualquer forma, aconteceu alguma coisa envolvendo a sua família, alguma coisa que fez ele se afastar, mudar comigo, fazia muito tempo que ele me evitava ao máximo, sumia, e agora ele simplesmente me chutou.

E o que eu poderia fazer? Nunca fui do tipo que faria algo para ferir os sentimentos de alguém por birra, mesmo que eu saiba como Logan e Carter se odeiam, eu não poderia por Carter em uma situação difícil, ainda sabendo como o Striker lida com a raiva, além de ter aquela pequena questão, Logan ligaria para isso?

— Eu não estou muito a fim de sair, mas você poderia me acompanhar até meu apartamento.

Eu sorri, tentando não soar arrogante ou grossa, gostava de Carter, mas apenas com um bom amigo, não passaria disso, pode ver ele retribuir o sorriso em silêncio, sabia que isso para um homem como ele, era um enorme chuto no ego, ao menos ele pareceu aceitar rápido.

— Eu não sou muito fã de chuva.

Carter comentou, eu podia sentir as gotículas de água caírem sobre meu casaco, eu não poderia dizer o mesmo, amava chuva e frio, sempre foi assim, minhas noites preferidas eram sempre as chuvosas.

— Eu gosto, acho mais agradável que o sol torrando minha pele.

Quando adentramos o pequeno bosque, as luzes dos postes já não alcançaram as árvores ali, o caminho era escuro, porém, a lua iluminava um pouco da trilha à frente, era um cenário perfeito para uma história de terror, às vezes eu ainda me questiono por que eu andava por ali a noite, mas se eu fosse pela rua teria que andar mais de um quilômetro, então esse atalho não era tão ruim.

Nós andávamos tranquilamente pela trilha, enquanto reparava que algo ali não parecia normal, estava incrivelmente silencioso, nada habitual, devido aos sons de animais que sempre estavam ali presentes, era algo que eu gostava de admirar, já estava acostumada com aquele lugar, tudo nele me agradava, mas hoje tinha algo estranho, algo assustador.

E eu não fui a única a notar, Carter parecia desconfiado desde que havíamos entrado ali, seus passos parecem acelerar, e sua mão veio até o meu braço segurando com certa força enquanto ele me puxava.

— Escuto isso, Olivia?

Ele perguntou, o rapaz parou repentinamente, os olhos dele avaliaram toda a nossa volta, eu apenas tentava ouvir algo, qualquer som que fosse suspeito, mas eu não conseguia notar de diferente, além da minha própria respiração.

— O que foi isso, Carter?

Eu observei em um canto escuro, um brilho vermelho sair do meio dos arbustos, o vulto negro pulou por cima de mim, eu só pode observar ele aterrizar no chão, ir em direção ao Carter, um grito parou em minha garganta, eu não sabia o que era aquilo.

— Corre, Olivia.

Carter gritou sendo arrastado pelo que seja aquilo, ele sumiu junto a criatura, eu não pode ouvir um grito ou qualquer outra coisa, além daquele som, apenas a pesada mandíbula batendo com força uma na outra, mas de repente o silêncio voltou a soar. Dessa vez quem iria ser a caça seria eu, com esse pensamento corri o mais rápido que conseguia, ao menos tentar chegar em casa, mas não foi suficiente, quando dei por mim ele estava a minha frente, os olhos vermelhos eram hipnotizantes, os dentes brilhavam com a saliva fluorescente misturada ao sangue, sangue que temia ser do meu amigo.

Eu parei, sentindo meu pulmão pedir por ar, a verdade era que não era tão fã de esportes, uma sedentária nata, por isso, eu não pode acalmar meu coração quando parei e minha respiração parecia querer fugir de mim.

Sempre fui o tipo que acredita no que a ciência mostra, nunca acreditei em contos de fadas, para mim, coisas sem explicações lógicas não eram plausíveis, porém, aquilo não poderia ser encontrado em uma sensação sobre animais habituais, aquilo parecia que eu encontraria na seção dos contos infantis, aquilo parecia um lobisomem.

Ele parecia calmo, apenas me encarando enquanto eu planejava uma maneira de fugir, meu coração saltava no peito ainda mais forte, quando ele deu um passo à frente, aquilo claramente me assustou, já que tombei para trás sem motivo, fazendo cair de bunda no chão.

Ele pareceu entender aquilo como uma fuga, já que antes ele estava em pé sobre as duas patas traseiras, saltou para frente, correndo sobre as quatro patas, ele avançou sobre mim me fazendo deitar sobre a úmida e nada confortável grama, os olhos vermelhos me analisavam mais uma vez, eu tinha certeza que teria um ataque do coração, pois eu podia sentir os meus batimentos até pelos meus próprios dedos da mão, eu fechei os olhos, esperando os dentes dele me rasgarem.

Mas eu senti apenas o focinho dele passear pelo meu corpo, começando cheirar minhas pernas, sugando ar como se necessário para sua vida, eu apenas sentia uma sensação estranha se apossar do meu corpo, era pavor e confusão juntas, mas algo ficou estranho quando ele deslizou o focinho ainda mais para dentro da minha saia, o calor que ele tinha de alguma forma absurda fez o meu corpo se aquecer, eu só podia ser louca, como eu poderia sentir excitação num momento como aquele?

Senti quando seu focinho deslizou pela minha coxa lentamente, fazendo a minha pele se arrepiar, de repente ele voltou deslizar para dentro da minha saia, ele sugou o ar profundamente como se aproveitasse aquilo.

Então ele se afastou, os olhos vermelhos pareciam ainda mais selvagens, eu sentia uma familiaridade ao ser na minha frente, pude ver ele se pôr de pé, seu corpo era gigante, coberto pelo espesso pelo negro mais escuro que a própria noite, o seu tamanho diminuiu, ganhando uma forma mais humana, mais ainda assim, permanecia com uma forma selvagem, mas eu não conseguir ver tão bem o seu rosto ou corpo, aquele lugar era escuro, apenas a luz da lua iluminava o local.

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