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O VIÚVO NEGRO

O VIÚVO NEGRO

4.7
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Sinopse

Índice

Este romance retrata a história de um homem altamente obcecado por uma mulher, e este amor o levará ao limite, onde ele será capaz de ir as últimas consequências para conquistá-la. Se você não gosta de romances com homens: possessivos, controladores, ciumentos e obcecados, não o leiam, ele poderá despertar gatilhos. Mesmo depois do aviso decida lê-lo. Lembre-se, FERAL é altamente viciante, ele manipulará sua mente.

Capítulo 1 O VIÚVO NEGRO

Dias Atuais...

Fazia dois dias que havia chegado do internato e só vi meu pai no dia

em que ele foi me buscar no aeroporto, e nós mal nos falamos, nem

parecíamos pai e filha. Eu deveria estar acostumada, já que desde os meus

oito anos não convivemos. Nos falávamos apenas por videochamada, ou

quando me visitava na Inglaterra, e mesmo assim era por pouco tempo, no

máximo um fim de semana. Ficávamos em nossa casa na cidade de York, e

ainda assim quase não o via. Passei a metade do tempo sozinha, e quando

cheguei na adolescência, nossos encontros se restringiram aos hotéis da

cidade onde ficava o internato. Fazia um ano que não o via.

E é por isso que não entendo a ideia de um baile para me apresentar

aos seus amigos, não encontro motivos para tal exibição. E aqui estou, de

frente para o espelho, admirando meu corpo em um vestido que sempre

imaginei usar, pois no internato, mesmo já sendo uma moça, éramos

obrigadas a trajar uniforme convencional. O vestido azul-marinho, justo ao

meu corpo, ressaltou todas as minhas curvas, e estufou meus seios, tornando-

os muito maiores do que são.

Mesmo sendo um pouco decotado, gosto do que vejo. Eu tenho uma

pele clara e os meus cabelos castanhos com fios acobreados, deixa-os

brilhantes, sedosos e com reflexos dourados. Meus olhos cristalinos —

parecidos com os da minha mãe —, contrastam com meus cabelos, dando-me

um ar misterioso, elegante e lindo de se olhar. Eu sei que sou uma moça de

beleza estonteante. Cresci escutando isso, mesmo sem precisar usar

maquiagem, ou qualquer enfeite em meu corpo. Enfim, sou uma jovem

encantadora.

Devido a tudo isso, eu vivo dizendo a mim mesma que papai me ama e

me protege, por medo de que qualquer dia algum homem queira me

machucar. Segundo algumas meninas do internato, os homens só nos querem

para o sexo e dar-lhes filhos, pois não passamos de vacas parideiras e vasos

sanitários para que eles nos usem quando quiserem fazer suas necessidades

carnais... Entretanto, essa noite, papai queria me apresentar à sociedade, o

que contradiz tudo o que pensava.

— Oh, menina, você está tão bonita! — Paulina, nossa governanta ao

me vir, quase se desmancha em lágrimas. — Tão adorável! — Ela vem até

mim, pega minha mão e os seus olhos me avaliam com admiração. — Venha,

minha querida...

Sou tomada pela mão e atravessamos o grande corredor do andar de

cima da minha casa, de onde já posso escutar as vozes dos diversos

convidados. Por medo e nervosismo, puxo minha mão e estagno no lugar.

— Safira, os convidados lhe aguardam e seu pai já está soltando

fumaça pelas ventas. — Pauline começa a se impacientar ao perceber que

minha intenção é voltar para o quarto, sendo assim, me segura, tentando me

puxar. — Menina, seu pai vem planejando esse baile desde o dia que soube

que estava voltando definitivamente para casa, ele convidou pessoas de

todos os cantos do mundo só para conhecer sua única filha.

— E para que isso? Não quero conhecer ninguém, só quero ficar quieta

e recomeçar meus estudos na faculdade. É só isso que desejo.

— Meu Deus! Olhe para você, tão bonita! — exclama Pauline. — Não

desperdice sua juventude com livros, precisa encontrar um homem que a ame

e cuide de você. Mas isso só acontecerá enquanto estiver com o rubor da

inocência imaculada, após isso, você deixará de ser novidade e passará a

ser apenas uma moça comum no meio de tantas. Seja inteligente e conquiste

o coração daquele que se jogará aos seus pés com apenas um olhar.

— Que horror, Pauline, estamos no século vinte e um, os homens não

se importam mais com a inocência, muito pelo contrário, eles querem

mulheres cultas, inteligentes, independentes, não submissas que acatem suas

ordens. — Não acredito no que acabei de escutar. — Nem eu que fui criada

em um internato, sei que as mulheres se emanciparam e os homens não

querem mulheres que se dediquem apenas ao lar.

— Engana-se, minha filha, os homens só querem alguém para dividir

as despesas, casa arrumada, roupa limpa e sexo de graça, E as mulheres

emancipadas achando que conquistaram seus direitos e liberdade de

pensamentos, pobres coitadas. Ainda existem homens que necessitam cuidar,

mimar e amar uma mulher. E se eu estivesse em seu lugar, faria qualquer

coisa para conseguir um. E tem mais, seu pai jamais permitirá que se case

com um homem que não tenha um alto poder aquisitivo, ou que possua pelo

menos alguns milhões para gastar contigo.

— Isso é besteira, eu não passei treze anos da minha vida trancafiada

em um colégio interno para virar prisioneira de um marido. E tem mais, não

pretendo me casar tão cedo e isso só acontecerá se um dia eu me apaixonar,

o que eu duvido muito que aconteça.

— Pois acho melhor ir se acostumando com esta ideia, seu pai já tem

planos para você. Está na hora, e vá por mim, minha querida, você não terá

outra opção.

— Papai não me obrigaria a me casar com um desconhecido, ele pode

até não ser o melhor pai do mundo, mas jamais faria isso comigo.

— Safira, você viveu a maior parte de sua vida protegida pelos muros

do colégio, não faz ideia das coisas que aconteceram por aqui, não se engane

com todo esse glamour. Agora vamos, seus convidados estão lhe

aguardando.

Pauline envolveu a mão em meu pulso e saiu me puxando pelo imenso

corredor. Fiquei sem ação, não consegui assimilar as palavras que foram

jogadas em meu rosto.

Será que papai realmente procurava um marido para mim, um

homem excêntrico e muito rico, mas por quê?

Nós somos ricos, não precisamos do dinheiro dos outros!

— Não, Pauline, isso é mentira, papai não faria isso comigo. Eu não

quero me casar com ninguém, sou muito jovem para isso, nunca namorei,

nunca beijei, como posso me casar com o primeiro que surgir em minha

vida? Isso é cruel!

Tento puxar meu braço de sua mão, eu queria fugir dali. Não serei uma

boneca, para apreciação dos velhos amigos do papai.

Imediatamente Pauline me detém.

— Acalme-se, Safira, seu pai só quer o melhor, ele sabe o valor que

você tem, não a entregará para qualquer um, e acredite, poderá até amar seu

futuro marido antes mesmo do casamento.

Então é verdade, papai pretende mesmo me casar com algum homem

que está presente nesta festa.

Eu já estava pronta para correr escada acima, quando escutei a voz

melosa de meu pai.

— Olha só como está belíssima, minha linda princesa. — Ele sobe as

escadas lentamente, olha-me com um sorriso esticado nos lábios. Logo em

seguida, toma a minha mão e seguimos as escadarias em direção ao

aglomerado de pessoas, que nos olham com admiração e sorrisos

estampados nos lábios.

— Papai, precisamos conversar — sussurro enquanto caminhamos

para o centro da grande sala. Papai se finge de morto, apenas sorri.

— Meus queridos amigos, silêncio, por favor! — Todos se calam. —

Esta é a minha linda filha, Safira Stuart, por treze anos a escondi de olhos

invejosos e ambiciosos, entretanto, não poderia escondê-la para sempre do

mundo, portanto, aqui está o meu bem mais valioso.

Minhas bochechas queimam de vergonha, estou me sentindo uma peça

cara de leilão.

Como papai pôde fazer isso comigo? Será que ele pensa que ainda

tenho quinze anos?

Sou apresentada à grande sociedade; senhoras elegantes, moças lindas

e sorridentes, algumas me olham com admiração, outras com ódio, e outras

com desdém. Os homens parecem lobos famintos, sem distinção alguma,

casados, solteiros, velhos, novos. Um a um, que aperta ou beija minha mão,

fazem meus pelos se arrepiarem, não de emoção, mas de temor. Só um dos

amigos do papai desperta a minha atenção, mas este não me foi apresentado.

Ele fica distante, apenas me observando.

Alto, elegante, lindo! Se parece um anjo demoníaco, com toda a

devassidão estampada em sua expressão facial.

Assim que se vira, meu coração começa a bater descompassadamente.

Não sei dizer exatamente o que estou sentindo, mas é um misto de

sentimentos: medo e fascínio.

Aonde eu vou, seus olhos me seguem, mesmo estando de costas eu sei

que ele me observa, sinto sua presença mesmo à distância. E é assim durante

toda a noite, até quando me sento e penso estar longe do olhar congelante do

tal homem, e tomo coragem e pergunto para o papai quem é aquele que me

devorou com o olhar, pois ele é o único a quem não fui apresentada.

— Papai, quem é o homem que está na última mesa próxima à porta de

vidro que leva ao jardim? — Papai sequer olha para o local que indiquei.

— É o senhor Lennox Feral Prysthon, mas todos o chamam de Feral.

Nossa! O nome faz jus à pessoa, desde que o vi, fiquei com uma

sensação diferente. E sabendo agora seu nome, é como fogo queimando por

dentro, algo naquele homem me diz para ficar bem longe.

— Ele é um dos homens mais ricos da Espanha, se não for do mundo.

— Ele é espanhol?

— Não, seus pais eram americanos, faz alguns anos que ele adotou a

Espanha como terra natal. Ele tem várias cidadanias, inclusive a nossa, só

não me pergunte como ele conseguiu, acho que dinheiro compra muitas

coisas.

— Ele dá medo... fica me olhando de um jeito...

— Ele dá medo a qualquer pessoa, principalmente se estiver frente a

frente com ele. Tem um olhar demoníaco, um olho de cada cor, uma íris é

azul e a outra dourada como as chamas do inferno.

— Pai, há pessoas com este tipo de anomalia genética, se chama

heterocromia, não é normal, mas acontece.

— Eu sei, mas nunca vi uma anomalia igual a dele, às vezes,

dependendo da luz, as írises, ou ficam completamente douradas, ou azuis, é

esquisito. Por isso ele ganhou o apelido de Feral.

Assim que papai termina de falar, olho na direção da mesa onde o tal

Feral está sentado, mas ele desapareceu. Por algumas horas o procuro com o

olhar, mesmo me sentindo observada, não o vejo mais.

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