Nancy Dixon olhava para o telemóvel, o ecrã a brilhar na escuridão do seu quarto. Casada há dois anos, o seu marido William Gordon parecia um estranho. A sua resposta à mensagem "Sinto a tua falta" foi um seco e frio "Ok.". O desprezo habitual, uma muralha de gelo que nunca conseguiu quebrar. Mas naquele dia, a cruel indiferença transformou-se em navalhas. A sua melhor amiga revelou-lhe a traição velada: Juliette Holt, a sua rival de sempre, estava em Angola. Contratada para o projeto do William, ela publicou uma foto do seu "brilhante William Gordon". Ele não lhe disse nada. Nada. Lágrimas ardentes escorreram, enquanto William não atendia as suas chamadas. O "Ok." devastador à sua mensagem de divórcio rasgou-lhe o peito. Mas o golpe final veio de Benjamin, o seu irmão. William levara outra mulher para Angola, no jato particular "Minha Nancy", símbolo do seu suposto amor. A traição era tão profunda, tão suja, que o ar lhe faltou. A dor e o choque foram esmagadores. Ela desmaiou, cega pela injustiça e pela humilhação. Quando acordou, não estava na sua mansão. Estava no campus da Universidade de Lisboa, jovem, sem aliança, no dia da sua humilhante declaração de amor pública a William. Ela tinha renascido. Voltou ao início de tudo. Mas desta vez, agarraria o controlo do seu destino. Não mais seria a tola apaixonada.