A memória do meu pai, José, sempre esteve atrelada ao cheiro de sal e peixe, de frente para o mar que nos deu tudo. Mas essa vida simples ruiu quando Bruna, uma mulher ambiciosa e com um sorriso que não alcançava os olhos, surgiu e o cegou com sua beleza e falsas promessas de progresso. Vi com meus próprios olhos minha mãe, Ana, ser expulsa de casa com uma mala e o coração em pedaços, enquanto meu pai dizia que ela "não se encaixava mais naquele mundo". Minha vida virou um inferno com Bruna e seu filho mimado, enquanto observava a parasita drenar a fortuna da minha família e meu pai, cego, cair em suas armadilhas. Tentei alertá-lo, mostrei as provas de desvio de dinheiro, mas ele só via ciúmes em mim, até o dia em que levantou a mão para me mandar embora, preferindo Bruna à própria filha. A última coisa que vi foi um par de faróis antes da escuridão, e o diagnóstico: coma. Eu era uma prisioneira no meu próprio corpo, ouvindo os sussurros de Bruna sobre como ela cuidaria de tudo que era "meu". O ódio me deu força. Eu precisava proteger minha mãe e fazer Bruna pagar. A escuridão cedeu, mas a luz que vi não vinha de um hospital. Acordei em outro corpo, velho e enrugado. Era o corpo da minha avó paterna, a única pessoa que meu pai ainda ouvia e respeitava. Eles me deram uma segunda chance numa nova identidade. Bruna, você não perde por esperar. O jogo apenas começou, e a vingança está apenas começando.