Nossa relação de dez anos era meu porto seguro, meu alicerce. Eu conhecia cada gesto e tom de voz de Ricardo, ou assim eu pensava. Mas um filme de privacidade suspeito no celular dele e uma mensagem ambígua de "Mariana" me jogaram num abismo de incerteza. A semente da dúvida, uma vez plantada, cresceu rápido e dolorosamente. No casamento da minha melhor amiga, a verdade explodiu: Ricardo e Mariana não eram apenas amantes, mas cúmplices num plano cruel para me destruir. Descobri que ele me manipulou, desde a infertilidade dele até o roubo de uma joia da minha avó. A humilhação pública na festa me fez questionar: como pude ser tão cega? Como pude entregar dez anos da minha vida a um sociopata que usou minhas maiores fraquezas contra mim? A dor era imensa, mas a clareza veio como um raio. A inocente Sofia morreu naquele dia. E outra nasceu, pronta para lutar. Ele queria uma guerra? Ele teria um inferno. Eu ia reescrever o roteiro, e nele, a vítima seria a vingadora. E o meu irmão, João, seria meu único porto seguro.