A última coisa que senti foi o vento gelado no rosto enquanto caía do arranha-céu. Lá embaixo, Laura, minha ex-melhor amiga, sorria triunfante, a mão ainda estendida, e Pedro, meu ex-namorado, observava com frieza congelante. Anos de traição culminaram neste momento: eles me humilharam, sabotaram minha bolsa de estudos crucial, e me viram afundar. Eu lutei, me reergui do zero, construí uma carreira de sucesso, apenas para o destino nos trazer de volta, com eles arruinados. O desprezo de Pedro naquela noite foi o estopim para a inveja de Laura, que explodiu em um empurrão. Mas o impacto nunca veio, e acordei em minha cama, no quarto da adolescência. O suor escorria frio, o coração martelava, e a data no celular me fez prender a respiração: três meses antes da prova que eles sabotariam. Renascida, meu riso foi seco e sem alegria, pois esta não era uma segunda chance para felicidade, mas para vingança. No mesmo dia, na escola, Pedro e Laura protagonizavam um espetáculo de "amor" com um banner brega e rosas. O olhar de Laura por cima do ombro de Pedro me gelou a espinha: ela também havia voltado. Não para me esmagar, mas para que eu os esmagasse. Eles escolheram o teatro, a ostentação e a ruína, enquanto eu escolhi o conhecimento do futuro e a sede de vingança. "Olha só quem está aqui, a futura gênia fracassada" , Laura sibilou na biblioteca, derrubando meus livros. Minha calma foi minha primeira arma, e ao me erguer, encarei Laura friamente: "Eu pego o que é meu. Já você, tome cuidado para não se perder no meio de tanto lixo." Deixei-os para trás no silêncio constrangedor que criaram, a guerra havia começado, e desta vez, eu estava pronta para lutar.