Minha cabeça latejava, um martelo batendo em meu crânio, enquanto a luz do sol invadia o quarto de hotel desconhecido. Lá estava ele, Ricardo, impecável em seu terno caro, me olhando com desprezo, como se eu fosse um objeto indesejável. Sua voz, fria como mármore, sentenciou: "Não se faça de desentendida, Maria Eduarda. Você conseguiu o que queria." Ele zombou, acusando-me de persegui-lo e armar para um casamento forçado. A humilhação queimou em meu rosto, mas não por ele, e sim pela minha burrice de ter cedido. Ele propôs casamento como uma punição, afirmando que eu era a culpada. Isabela, o nome na tela de seu celular, virou seu rosto de frieza para a mais pura doçura, me ignorando por completo. A antiga Maria Eduarda teria chorado de alegria, agarrando-se a qualquer migalha. Mas eu, renascida, senti apenas nojo. "Não" , eu disse, a voz firme e clara. "Eu não vou me casar com você."