Acordei no hospital, com o rosto do meu marido, Tiago, sobre mim. Ele descascava uma maçã, parecendo o esposo mais carinhoso do mundo. Mas eu sabia que tudo era uma farsa. Há poucas horas, enquanto eu jazia presa nos escombros de um supermercado, ele ignorou o meu pedido de socorro. Atendeu ao telefone apenas para me dizer que tinha de ficar com a Sofia, a ex-namorada dele, que estava em trabalho de parto prematuro e a sangrar. Ele desligou, deixando-me à beira da morte, sem bateria no telemóvel e sem esperança. Depois de sobreviver, propus o divórcio, mas ele agiu como se eu estivesse louca, negando tudo. Eventualmente, a máscara caiu, e ele tentou manipular-me, virando a culpa para mim, chamando-me de "mesquinha". Ele recusou-se a assinar os papéis do divórcio. Não satisfeito, ele usou os seus contactos para me acusar anonimamente de roubar dados confidenciais na minha empresa. Fui suspensa, a minha carreira e reputação em risco. O homem que eu amava estava a destruir-me, pedaço por pedaço, por puro revanchismo. A fúria e o desespero consumiam-me. Como poderia eu lutar contra um homem tão cruel e manipulador? Foi então que o meu advogado sugeriu: "Ele usou a amante dele como arma contra si. Vamos usar a amante dele como arma contra ele." Eu tinha de enfrentar a mulher que destruiu o meu casamento. Não como inimiga, mas como uma aliada. Esta guerra estava longe de terminar, e eu tinha de lutar fogo com fogo.