Acordei no hospital, cercada pela minha família preocupada, mas uma estranha sensação de alívio preencheu o vazio na minha mente. O meu corpo lembrava-se do acidente, da chuva forte, do carro a derrapar, mas havia um nome que todos repetiam que não fazia sentido: Benjamin. Diziam que ele era o meu namorado de infância, o meu futuro. No entanto, quando ele apareceu, com a voz monótona e sem remorso, oferecendo-me flores às quais eu era alérgica, percebi que não me lembrava dele, e que ele nunca me tinha conhecido de verdade. Porque é que todos insistiam que eu estava a negar uma dor imensa, quando tudo o que eu sentia era paz? Como podia o meu cérebro apagar uma pessoa tão presente na minha vida, enquanto me lembrava de todos os outros detalhes? E que segredos estavam por trás desta amnésia conveniente? Foi quando a minha melhor amiga, Sofia, sussurrou a verdade sombria: ele tinha-me abandonado à chuva após uma discussão. Naquele instante, uma nova vida se abriu, e eu sabia que era tempo de lutar para me reencontrar.