A minha vida desmoronou com três palavras do médico: "O feto não é do seu marido." Agarrei o relatório com dedos trémulos, o "0%" de paternidade a incinerar a minha alma. O Pedro, o meu marido, aquele que prometeu ser o melhor pai do mundo, transformou-se instantaneamente, o seu rosto escurecendo. "Não me traíste? Então como explicas isto?" A minha sogra, Laura, que nunca me aceitou, aproveitou-se da situação, atirando o relatório amachucado na mesa: "Pergunta à tua nora maravilhosa de quem é o bastardo!" Eles exigiram que eu abortasse o meu bebé, aquele que tanto desejámos, sob a ameaça de divórcio e de me deixar sem nada. Expulsa de casa, sem telemóvel, sem um tostão, fiquei sozinha e grávida, acusada de uma traição que juro não ter cometido. Como é que isto podia ser possível? A quem mais eu podia recorrer, senão à minha única amiga? Mas uma raiva gelada começou a crescer dentro de mim. Aceitaram-me de volta à sua casa, mas a verdade estava prestes a vir à tona. Eu faria o meu próprio teste. E desta vez, eles não teriam onde se esconder.