Grávida de oito meses, a água gelada subia pela cave da nossa casa. Era uma tempestade avassaladora, e eu, Eva, estava presa, lutando pela vida do meu filho. Mas o meu marido, Tiago, ignorou os meus apelos desesperados. Em vez de me salvar, ele priorizou a irmã, Lia, que tinha um "pneu furado" a uma hora de distância. Ele desligou-me o telefone na cara, selando o destino do nosso bebé. Perdi o meu filho, afogada no desespero e na água fria. Saí do hospital com a barriga vazia e a alma destroçada. Quando pedi o divórcio, Tiago e o seu pai, Artur, lançaram um ataque implacável. Congelaram as minhas contas, tentando deixar-me sem um tostão. Acusaram-me de ser "mentalmente instável" e "dramática" para me descredibilizar. Apanhei-o a esconder um vestido da Lia, e uma foto deles que mais pareciam amantes do que irmãos. Enfrentava-os sozinha, sem apoio, e com a minha própria mãe calada diante de tudo. Como podia ele, o pai do meu filho, dizer que era "apenas um bebé"? Como puderam eles tentar destruir-me por completo, como se a minha vida não valesse nada? A traição era profunda, e a dor, insuportável. Eu estava no fundo do poço, desprovida de tudo o que conhecia. Mas subestimaram a fúria de uma mãe. Naquela fatídica reunião familiar, quando Tiago proferiu a cruel frase sobre o nosso filho, a minha mãe, Marta, quebrou o silêncio. Ela revelou os segredos obscuros do Artur: a conta na Suíça. Depois, os do Tiago: as transferências de milhares de euros para a Lia, sua amante, não irmã. A verdade gritava, e a sua revelação foi o meu bilhete para a liberdade. A guerra deles tinha-me libertado. Agora, era a minha vez de lutar, e de vencer.