Eu estava na esquadra da polícia, grávida de sete meses, a dar o meu depoimento. O meu marido, Pedro, estava do outro lado da sala, a consolar a sua irmã Sofia. A mesma Sofia que acabara de tentar esfaquear-me com uma faca, no meu próprio estômago. Ele nem sequer me olhou, enquanto a minha barriga proeminente o lembrava da sua paternidade iminente. "Ela não teve a intenção!", vociferou Pedro, defendendo a agressora. A sua mãe chegou, chamando-me de "monstro", enquanto a minha sogra me lançava um olhar cheio de ódio. Eu era a vítima, mas aos olhos deles, a agressora. Senti o sangue ferver de injustiça quando o Pedro, o pai do meu filho, congelou as minhas contas e cancelou os meus cartões, espalhando mentiras sobre mim. Eles foram ainda mais longe, exigindo a custódia total do meu bebé ainda por nascer, em troca de uma quantia ridícula de dinheiro. Queriam COMPRAR o meu filho! Não era só o meu casamento que estava em ruínas, era a minha dignidade, a minha sanidade e a segurança do meu filho. Como poderiam ser tão cruéis? Como poderiam tentar roubar-me o meu próprio bebé, depois de me terem quase matado? Mas eu não ia ceder. Não podia deixar que me levassem o que de mais precioso tinha. Eu não era um acessório, nem um útero descartável. "Diz-lhes que podem ir para o inferno", disse ao meu advogado. Esta era uma guerra. E eu lutaria com tudo o que tinha pelo meu filho.