No dia do meu casamento, chovia. Estava em frente à igreja, no meu vestido de noiva manchado, de pé no altar sozinha. O Pedro, o meu noivo de cinco anos, tinha-me abandonado. Nenhuma chamada, nenhuma mensagem. Apenas o silêncio atordoante. Mas o pior ainda estava para vir. A sua mãe, a Dona Helena, surgiu, os olhos cheios de ódio. Deu-me uma bofetada na cara, acusando-me de ter um caso com o seu filho mais novo, o Miguel. O Pedro acreditou na mentira, roubou as nossas poupanças e desapareceu. Mal tive tempo para processar esta traição brutal, recebi uma chamada. O Miguel, o irmão do Pedro, tivera um acidente grave e precisava de sangue. O meu sangue, O negativo. Mesmo depois de todas as acusações, eu fui ao hospital e salvei-o. Lá, a Dona Helena repetiu as calúnias, ignorando o perigo de vida do filho. O Miguel, quase de morte, revelou a verdade chocante: a ex-namorada dele, a Carla, inventou tudo. Era demais. Abandonada, roubada, difamada. Mas a dor transformou-se em raiva fria. Recuperei o meu dinheiro, confrontei a Carla e deixei o Pedro a afogar-se na sua miséria. Fechei esse capítulo. Mas o destino tinha outros planos. O Miguel, o homem que eu salvei, começou a ver-me de outra forma, e, pela primeira vez, eu também me permiti olhar para além do passado.