Minha filha, Sofia, tinha leucemia e precisava desesperadamente de um transplante de medula óssea. Eu, Clara, passei por fertilização in vitro, injecções e procedimentos dolorosos, tudo para lhe dar um irmão compatível. Finalmente, engravidei, pensando que a esperança havia chegado. Mas então, a notícia que desmoronou o meu mundo: "Seu bebé não é do seu marido, Pedro." O meu coração afundou, e liguei para o Pedro, apenas para ouvir a voz doce e calculista da minha cunhada, Ana, dizendo que ele estava a dar-lhe banho. Pedro, cego pela acusação, explodiu: "Estás louca? Andaste a dormir com outro homem? O único erro aqui és tu!" Ele não acreditou em mim, desligou na minha cara, e poucos minutos depois, a minha sogra ligou, exigindo o aborto do "bastardo" e ameaçando tirar-me a Sofia. Fui abandonada e acusada pelo meu próprio marido e família, por um erro que eu sabia que não era meu. Como era possível que o bebé que eu carregava, a única esperança de Sofia, não fosse do Pedro? Será que tinha havido um erro médico, ou uma traição que eu não conseguia conceber? O choque, a dor e a raiva viraram-se para o desespero de ser a única a lutar por este bebé e pela minha filha. No auge do meu desespero, recebi um telefonema da clínica de fertilidade, com uma voz grave a pedir-me para ir lá urgentemente. Houve um "incidente" com o meu procedimento de FIV. Naquele momento, eu soube: Eu não estava louca, e a verdade, embora terrível, começaria a vir à tona. E a verdade era mais sombria do que eu poderia imaginar.