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A mulher em mim. Memórias e destino

A mulher em mim. Memórias e destino

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319 Capítulo
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Sinopse

Índice

Depois de escapar de um casamento forçado, Isabela embarca em uma aventura emocionante e misteriosa com consequências inesperadas. Um presente incomum daquela noite louca a levará a questionar sua existência e a enfrentar sua própria força interior. A jovem decide assumir as rédeas de sua vida e buscar uma nova perspectiva. Inesperadamente, Isabela se encontra trabalhando como assistente do atraente CEO, que sofre de amnésia devido a um grave acidente. À medida que ambos passam tempo juntos, suas vidas se entrelaçam de maneira surpreendente e complexa, criando uma conexão mais profunda do que qualquer um deles poderia ter imaginado. No meio de intrigas, romance e momentos de ação, Isabela e o CEO descobrem juntos a verdade sobre seus passados e o poder do amor verdadeiro. Neste romance de superação pessoal e romance, os protagonistas terão que enfrentar desafios e tomar decisões que mudarão suas vidas para sempre. Será que Isabela pode encontrar sua verdadeira liberdade e forjar seu próprio caminho, ou sucumbirá às pressões ao seu redor? Uma história cativante que te manterá em suspense até o final.

Capítulo 1 ISABELLA SARDINO

Toda a gente pensa que ser herdeiro de uma família milionária traz felicidade. Nas suas mentes, criam uma vida de fantasia maravilhosa que, no meu caso, está longe da realidade. Apesar de ser a única herdeira de uma das famílias mais poderosas do meu país, não sou apenas a herdeira dos meus pais, mas também do meu avô Santiago Sardino, um temido milionário da máfia. No entanto, sou a pessoa mais infeliz que posso imaginar desde que me lembro.

Nos muitos romances que li, os miúdos ricos como eu são sempre retratados como petulantes, presunçosos e fazem tudo o que querem sem se preocuparem com nada. Enfrentam os pais sem medo. Garanto-vos que não é esse o meu caso, sou o oposto deles. A minha mãe certificou-se disso, e agora estou preso nesta vida miserável que me impuseram.

Já passaram mais de seis meses desde que estou a viver a farsa de um casamento arranjado. Até agora, não tenho queixas. O meu falso marido, Luís, quase não passa tempo nenhum em casa. Eu dedico-me aos meus estudos e visito os meus avós todos os dias depois das aulas. Pelo menos, estou livre da presença insuportável da minha mãe. Sinto-me bem à minha maneira, sinto-me livre. Só tenho de aguentar o tempo suficiente e serei completamente livre.

Tenciono viajar e estudar o que realmente gosto, longe de toda a gente. Quando esta farsa acabar, receberei uma parte da minha herança e poderei fazer o que quiser. Pelo menos foi isso que o meu pai me disse. Apesar de não sermos próximos e de ele quase não falar comigo na presença da minha mãe, acho que ele me ama. Muitas vezes vejo-o perdido em pensamentos, com um olhar cheio de tristeza. Sobretudo quando a minha mãe está presente e me repreende por qualquer coisa. Ele parece ter medo dela e é cauteloso quando se aproxima de mim ou mostra interesse em mim. Pelo menos, não me maltrata e é muito simpático comigo quando estamos sozinhos.

Hoje passei mais tempo do que o habitual na biblioteca a fazer alguns trabalhos que nos foram atribuídos. Quero ter boas notas para ver se o meu pai fica contente. Além disso, se tiver boas notas, não terei de estudar durante o fim de semana e poderei ir pescar com os meus avós. Regresso a casa depois das nove da noite e fico surpreendida por ver todas as luzes acesas quando estaciono o carro. Quando entro, vejo Luís na companhia de uma mulher loira.

—Boa noite — cumprimento-o, embora não goste da imagem que vejo. No entanto, decido não dizer nada e esperar para ver o que acontece.

—Finalmente estás aqui, Bella! — Luis exclama quando me vê e se aproxima. - Vem conhecer a Vivian, o amor da minha vida.

Não posso acreditar! Uma coisa é ele ter um caso fora de casa, mas é completamente diferente ele trazê-la aqui para mim. No entanto, como o nosso casamento é uma farsa, respiro fundo e tento sorrir quando a loira se aproxima de mim. Ela dá-me um sorriso e estende-me a mão.

—Olá, Isabela,— diz ele com uma voz a brincar, e continua a falar com uma expressão de triunfo que não consigo perder. Quando ela acaba de falar, percebo porquê. Espero que sejamos muito bons amigos agora que vamos viver juntos.

—O quê? —exclamo com uma surpresa genuína. Viro-me para Luís, que sorri alegremente como se tudo estivesse resolvido, o que me enfurece.

—Sim, Bella. Não vale a pena eu pagar renda com esta casa tão grande-, diz ele cinicamente, ainda a sorrir, enquanto passa um braço à volta dos ombros de Vivian. Tu continuas a viver no primeiro andar, nós ficamos com o segundo.

—Luis, isso não estava no acordo! —expressei o meu aborrecimento. Isto é demasiado.

—Isabella, não me irrites! —repreende-me enquanto caminha na minha direção, mas eu decido enfrentá-lo. Se eu te disser que vamos viver juntos, vamos mesmo!

— Não concordo com isso. Não tenho nada contra a vossa relação, mas ela não vai viver aqui. Não vou permitir isso, ponto final! — digo-lhe com firmeza.

— Bella, estás a irritar-me a sério! — Ele reage muito perto da minha cara, que está vermelha de fúria, como se me quisesse assustar. — Se voltas a abrir a boca, parto-a!

— Não penses que tenho medo de ti, Luís. Se me tocas, o negócio vai para a merda— digo com determinação.

Por um momento, ele fica a olhar para mim, como se não conseguisse acreditar que eu, a suposta tola Isabella, o estou a confrontar e a antagonizar.

— Estás a ameaçar-me, Isabella? — pergunta ele, retomando a sua atitude ameaçadora.

— Querido, não sejas assim. Ela só está surpreendida com a notícia. Eu disse-te que tinhas de falar com ela primeiro — diz a loira em tom de brincadeira. Olho para ela com um olhar cheio de raiva.

— Vivian, não te metas nisto. Vai para o nosso quarto enquanto eu acabo de falar com a Isabella.

— Ela não vai ficar aqui, Luís. Se o fizeres, chamo os meus pais.

Ameaço-o com o pai, que penso que virá ao menor problema se eu o chamar. Ele avisou-o que, se me fizesse alguma coisa, ia passar um mau bocado. Não vou deixar que ele faça de mim motivo de chacota mais do que já sou. Porque, apesar de o escondermos muito bem, toda a gente sabe que ele tem outras mulheres e, até agora, as aparências desvaneceram-se.

—Vivian, vai lá para cima e deixa-me resolver isto com a minha mulher—, ordena Luís, com as mãos nas ancas e de costas para mim. Vivian olha-me com ar de troça e até de pena. Dá um beijo nos lábios de Luís e afasta-se em direção às escadas.

— Tudo bem, querido. Não há atrasos. Boa noite, Isabella. É melhor não a antagonizar, ou não vais gostar do que te vai acontecer.

Não consigo acreditar na audácia desta mulher. Ela afasta-se com um brilho malicioso no olhar. Fico a observá-la caminhar em direção às escadas que conduzem ao primeiro andar, impotente. Estou prestes a pegar na minha mala para ligar ao meu pai quando vejo Luís virar-se rapidamente e empurrar-me com força, fazendo-me perder o equilíbrio e cair no chão.

— Que esta seja a primeira e última vez que me envergonhas assim em frente à minha mulher, Isabella — diz ele, furioso, segurando-me firmemente pelos cabelos contra o chão. — Aqui manda-se o que eu digo.

— Deixa-me ir, por favor! — suplico com voz trémula, lutando com todas as minhas forças para me libertar, mas sem sucesso.

— Tu devias ver-te ao espelho! — continua ele, encarando-me com desprezo. — Nenhum homem olharia para uma mulher como tu. A única razão pela qual alguém te olharia seria pelo dinheiro dos teus pais.

— Vais arrepender-te disto, Luís, garanto-te, vais arrepender-te pelo resto da tua vida — digo com determinação, embora as minhas palavras sejam marcadas pelo medo.

— Não me ameaces mais, Isabella! — Ele responde bruscamente, puxando o meu cabelo novamente, forçando-me a levantar-me. Com os dedos, aperta o meu rosto. — Tens de fazer tudo o que eu disser e quando eu disser. A Vivian e eu vamos viver aqui, e tu só apareces quando for oficial. Percebeste?

Olho para ele com ódio, sentindo um nó na garganta pela impotência da situação e por não poder fazer nada. Ele vira-se e dirige-se para as escadas, deixando-me sozinha e dorida no chão. Lágrimas de frustração escorrem-me pelas faces, mas tento recompor-me e levantar-me. Então, ele vira-se e grita-me dali:

— Bella, tu não és uma mulher, és muito feia! Tens muito mau gosto na roupa! És horrível! O teu corpo é deplorável! Para mim, é uma vergonha ter de andar contigo ao colo e apresentar-te como minha mulher! Sabes porque é que me casei contigo! — Cuspiu todo esse veneno com raiva.

Não posso acreditar no que acabou de acontecer. Luís não só me magoou com as suas palavras ofensivas como também me agrediu fisicamente. Apesar de tentar manter-me forte, dói-me profundamente saber que ele não me valoriza como pessoa. Esta situação abriu-me os olhos para uma realidade que tinha evitado enfrentar durante muito tempo.

Desde criança, sempre senti a pressão de agradar aos meus pais e de manter as aparências de uma família perfeita. Mas agora apercebo-me de que não posso continuar a viver assim, prisioneira deste casamento falso e a sofrer abusos emocionais e físicos.

Nunca ninguém me maltratou desta maneira em toda a minha vida. Uma bofetada ocasional da minha mãe quando ela se chateava e o meu pai não estava por perto era o máximo que tinha suportado, mas nada comparável ao que acabou de acontecer. O meu coração está cheio de dor e desilusão. Sinto-me vulnerável e perdida, mas também sei que não posso permitir que isto continue. Não mereço ser tratada desta forma!

Até agora, tínhamos mantido uma relação cordial. Eu sabia, desde criança, que ele era abusivo, pois eu própria sofri com os seus maus tratos durante as nossas férias. Mas não esperava que ele me humilhasse e me batesse como acabou de fazer. Sinto-me traída e usada, como se fosse apenas um objeto para o benefício dele. Contudo, não vou permitir que ninguém tire a minha dignidade e a minha liberdade.

"Isto é inédito e eu não tenho de o aceitar! Não senhor! Nunca mais levarei uma tareia de um homem! Nunca!" — a determinação ressoa na minha mente. Chegou a hora de tomar controlo da minha vida e ser dona do meu destino. Não quero continuar a viver nesta farsa de casamento, amarrada a uma pessoa que não me respeita nem me valoriza.

Levanto-me do chão, enxugando as lágrimas, com determinação nos olhos. É altura de enfrentar esta realidade e tomar decisões que me permitam ser feliz e viver com dignidade. Não sei como o vou fazer, mas sei que encontrarei a força para mudar a minha vida. Assumirei o controlo do meu destino e encontrarei uma forma de me libertar desta opressão.

"Talvez possa falar com o meu pai e contar-lhe o que está a acontecer. Talvez ele possa ajudar-me a encontrar uma solução." Ou talvez seja altura de procurar o apoio dos meus avós, que sempre me trataram com amor e compreensão. De qualquer forma, não posso continuar a permitir que a minha vida seja controlada pelos outros e que a minha felicidade dependa de agradar aos outros.

Hoje, nesta noite escura e dolorosa, encontrei a força para enfrentar a minha realidade e procurar um caminho para a liberdade. Por mais difícil que seja, estou disposta a lutar pela minha felicidade e pelo respeito que mereço como ser humano.

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