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A Última Guerreira

A Última Guerreira

5.0
2 Capítulo
17 Leituras
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Sinopse

Índice

Passado & Mentira Sabem o que os dois tem em Comum?? É que uma hora ou outra eles vêm à tona revelando seus maiores segredos e mistérios, mudando para sempre sua vida pra melhor ou pra pior. E Karen sabe exatamente como é. Pois foi por causa dos segredos e mistérios escondidos no seu passado que sua vida teve uma reviravolta, que nem ela esperava. Quando os deuses resolveram dar um pouco de aventura para sua vida, bagunçando e mudar drasticamente o seu destino. Lutando lado a lado de seu Guardião contra os obstáculos, mentiras e segredos, eles seguem sua jornada, sem imaginar que enfrentariam o maior de todos os desafios. O Sentimento. Juntos contra o Mudo Negro da magia e separados pelos seus próprios sentimentos. Escolhida pelos deuses para proteger o seu mundo. Uma Guerreira Um Guardião E uma Feiticeira Seguem seus caminhos separados, porém entrelaçados pelos segredos e mistérios que os unem pelo passado que lhes rodeia.

Capítulo 1 Prólogo

O sol começava a beijar as montanhas geladas do reino proibido em um ato de despedida de uma missão cumprida, a brisa da noite começa acordar do seu longo sono, e junto a ela, todos os seres noturnos e animais que antes estavam dormindo, acordando com o sopro do vento noturno, famintos em busca de um alimento para saciar a sua fome; os espíritos sombrios dançam a nossa volta tentando abraçar o nosso espirito e nos fazer desistir do nosso destino para nos levar com eles ao mundo dos mortos para juntos vagarmos pelas sombras por toda a eternidade.

O cair da noite significava que tínhamos que procurar um abrigo e levantar acampamento. Depois de uma pequena busca achamos uma pequena caverna embaixo das raízes de uma enorme árvore, verificamos para saber se não tinha nenhum morador indesejável no interior da caverna para não sermos devorados durante a noite.

Acendemos uma pequena fogueira apenas para esquentar a sopa que trouxemos conosco, após esquentá-la, junto de um pouco água para o chá de flores mágicas, apagamos o fogo e cobrimos o rastro da fogueira para ninguém seguir a fumaça, e para nenhum ser que se guia pelo calor ver as faíscas do fogo e assim chegar até nós. Após comermos e bebermos nos preparamos para dormir, pois o caminho ainda era um pouco longo, e tínhamos que ter energias porque não sabemos quais inimigos e lutas nos esperam pela frente.

- Bom, então agora está na hora de descansarmos um pouco – Digo me levantando e olhando para os meus companheiros – Afinal, temos um longo caminho pela frente e precisamos estar descansados para enfrentar seja lá o que nos espera em nossa jornada.

- Eldar tem razão – Diz Dilian, o que achei estranho, pois desde o começo da nossa jornada ele só me contrariou – Afinal Eldar tem que descansar para poder sonhar com a voz que o guiará até o lugar onde ninguém jamais viu, nem ouviu falar, mas todos conhecem – Disse dando uma grande gargalhada seguido pelos nossos companheiros, que desde que falei que uma voz de uma mulher estava nos guiando através dos meus sonhos, eles não perdem uma oportunidade de tirar uma com a minha cara.

- Bom, pelo menos eu estou fazendo alguma coisa – Digo me referindo à ele – O que você fez desde que começamos essa nossa aventura? – Pergunto com um tom de desdém e superioridade na voz – Quase nos matou três vezes, colocou cogumelos venenosos em nossa comida com aquela conversa fiada de que eles aumentam os poderes, quase expos a nossa localização quando passamos perto do reino de Azoria brincando com seus poderes e quase contou nosso plano para um dos animais espiões do reino. Você só deu trabalho e nenhuma ajuda o caminho todo, e ainda se acha no direito de tirar uma comigo, se coloca no seu lugar e vai aprender a controlar seus poderes, e depois você dirija a palavra à mim. – Digo o encarando com um olhar de quem diz vem para cima.

- Ora seu – Diz correndo em minha direção para começar uma luta...

- Parem – Disse Alanis a humana do nosso grupo, porém a mais sábia. Depois de mim é claro – Estão agindo feito duas crianças, já esqueceram por que estamos aqui? – Perguntou olhando para todos nós – Estamos aqui para um propósito maior, muito além das nossa diferenças, crenças e medos; nunca na vida eu me imaginei em uma missão com um elfo, um druida, um duende e um feiticeiro, mas cá estamos, lutando para alcançar um objetivo que temos em comum. Então parem de criancices e de ficarem provocando uns aos outros e vamos nos concentrar no que viemos fazer aqui, agora vamos descansar por que estamos cansados e amanhã conversaremos como pessoas civilizadas. Okay? – Perguntou olhando para Dilian e para mim.

- Okay – Dizemos ao mesmo tempo.

- Vougan concorda com a linda Alanis – Diz se aproximando da Alanis – Vougan apoia a linda Alanis em tudo que ela disser, por que Vougan ama Alanis – Diz agarrando Alanis e aconchegando a sua cabeça em seus seios – Alanis é tão macia – Diz acariciando os seios de Alanis com a cabeça.

- Vougan você é muito sem vergonha para um serzinho tão pequeno – Diz cerrando o punho e dando um soco no pobre Vougan que voou longe, caindo de cabeça no chão perto de Aramis que estava morrendo de dar risada.

- Você não perde tempo mesmo né seu pilantrinha.

- Bom – Diz Aramis se levantando e balançando a poeira da roupa – Vamos seguir o conselho da Alanis e ir dormir, pois temos um longo caminho pela frente.

Então, adentramos na caverna e cada um foi se aconchegando no seu cantinho, Vougan tentou dar uma de espertinho para cima da Alanis e acabou levando outro soco, Aramis o segurou e colocou sua cama perto dele para poder vigiar o pilantrinha. Eu antissocial como sempre me aconcheguei no fundo da caverna, o mais longe de todos e adormeci, ouvindo-os conversar e contar histórias. Assim que deitei e encostei a cabeça na bolsa que fiz de travesseiro, peguei no sono quase que de imediato, pois estava cansado demais da longa caminhada de hoje. Logo que o sono chegou, eu comecei a sonhar com aquela linda voz, meiga, suave e triste que me chamava todas as noites. A mesma voz que chamou os meus companheiros para essa jornada e nos reuniu, porém eu sou o único que ainda a ouve.

Em meu sonho, eu estava de pé em frente a caverna e a voz começou a me chamar, e como um passe de mágica, no meio das árvores começou a aparecer um caminho invisível que me guiaria até onde estava a dona daquela voz que continuava a me chamar mais uma vez, porém dessa vez, além do meu nome, ela me disse mais uma coisa.

- Eldar – Disse a voz meiga e suave de sempre, mas dessa vez, ela estava mais triste – Rápido Eldar, preciso que me ajude, estou perdendo minhas forças – Disse mais fraquinha – Eldar depressa meu destemido soldado, depressa Eldar estou sem forças – Diz quase sumindo por completo, comecei a correr em sua direção, porém quando mais eu corria, mais distante ela ficava.

- Eldaaarrrr. – Quase que em um grito de desespero ela me chamou pela última vez, e assim eu acordei.

Levantei em um pulo assustado e cansado por correr atrás dela no sonho. Com o meu pulo nem percebi que acordei os meus companheiros que me perguntaram o que tinha acontecido e o que eu tinha visto no sonho. Sem tirar meu olhar do horizonte, e sem me esquecer das palavras dela eu apenas disse:

- Temos que ir, estamos ficando sem tempo e ela está desaparecendo, temos que chegar ainda hoje, pois o tempo dela está quase no fim.

Após dizer essas palavras, meus companheiros se levantam e arrumam suas coisas. Cobrimos nossos rastros e saímos antes do sol raiar e dos pássaros cantarem. Sem tempo para o café, pegamos algumas frutas no caminho e alguns pães que estavam nas mochilas, e assim seguimos nosso caminho, nos alimentando sem tempo para descansar e nem para pensar.

Mas em meu pensamento eu só podia pensar e dizer uma coisa "Estamos chegando minha donzela, aguente mais um pouco, só mais um pouco".

Eu tinha que chegar até ela, nós tínhamos que chegar. Pois prometemos e sempre cumprimos uma promessa. Por que não podemos ser cavaleiros se não conseguirmos manter uma promessa até o fim, afinal é um ato muito desonroso não cumprir uma promessa.

O sol já estava marcando meio dia no céu quando paramos para uma refeição rápida e para recuperamos o fôlego, nos assentamos embaixo de umas árvores frutíferas que foi nossa principal fonte de alimento, logo a frente se encontrava um rio de águas cristalinas, que por acaso era um rio de água doce, parecia que os deuses estavam do nosso lado ou era trabalho da minha linda donzela, pois em uma montanha coberta por um tapete frio e cruel do constante inverno que assolava aquelas montanhas, encontrar um local onde o rio não estava congelado e onde árvores ainda davam frutos era quase que impossível, quase não, era impossível, ainda mais por sermos invasores daquele solo sagrado, então o que ou quem estava nos ajudando? Bom seja quem ou o que for, estávamos simplesmente muito gratos.

Nunca havíamos chegado tão longe por nosso próprio mérito, porque ninguém que entra no território sagrado dos grandes monges e magos sai com vida, pois as armadilhas e os inimigos que espreitavam por entre as sombras daquele lugar eram capazes de aniquilar até o mais poderoso dos feiticeiros ou até mesmo o grande guerreiro. Se não fosse pela doce donzela das montanhas mostrando-nos o caminho e nos levando pelos atalhos longe dos protetores das montanhas, nunca teríamos chegado tão longe.

Após um breve descanso, reabastecemos nossos recipientes de água, colhemos algumas frutas e cogumelos para termos algum tipo de mantimento para nossa jornada, nos limpamos, cobrimos novamente nosso rastro e seguimos caminho, pois ainda falta uma longa distância entre nós e o topo das montanhas Oyzes. O tempo parecia estar com pressa, dava até a impressão de que não queria que chegássemos a tempo, um minuto atrás estava a nosso favor, agora parece ter mudado de ideia e se voltado contra nós. Para a nossa sorte, os anos de treinamento que cada um de nós teve que enfrentar durante nossas vidas, veio a calhar.

Aramis usa seu poder e conexão com a natureza para abrir espaço entre as árvores para passarmos, e apesar de ser solo desconhecido, elas obedeciam aos seus comandos e pedidos, o que era realmente muito estranho já que somos considerados intrusos e inimigos por estarmos ali, mas o destino e os deuses estavam realmente ao nosso favor. Quando Aramis se cansava, Vougan e eu usávamos nosso poder para manter o caminho por entre as árvores aberto e o mais impressionante é que elas nos atendiam mesmo não sendo o Aramis, elas nos escutavam; Quando nos víamos diante de um desfiladeiro ou algum penhasco que simplesmente apareciam do nada, Dilian usava seu poder e nos tele transportava para o outro lado em segurança.

Houve um momento da jornada em que ele teve que usar seu poder mais de dez vezes seguida, pois assim que chegávamos do outro lado de um desfiladeiro, um enorme penhasco surgia, depois outros desfiladeiros, logo após um penhasco, e assim se seguiu nessa sequência por mais um tempo, era quase como se alguém estivesse modificando o mapa original do lugar. E isso já estava nos deixando bem irritados.

- É só eu ou mais alguém percebeu a terra está criando vida e se modificando sozinha? – Perguntou Dilian ofegante logo após usar seu poder pela última vez.

- Não é só você não – Digo olhando para o topo da montanha, o que me causou um arrepio que tomou conta de todo o meu corpo. Eu podia sentir um enorme poder vindo do topo, um poder muito forte, maligno, porém forte, nunca havia sentido tamanho poder em toda minha vida. Um poder de uma magnitude capaz de destruir mundos inteiros, e atrás dele, um poder diferente, forte e muito forte, porém não seria capaz de derrotar o poder maligno que estava tomando conta de todo o topo da montanha – Estamos chegando perto, vejam.

Logo acima, a apenas alguns quilômetros, uma grande escadaria de pedras negras com detalhes dourados e verde musgo de uns cinquenta degraus começaram a tomar formar diante dos nossos olhos, pilares antigos de templos congelados pelo tempo e fortalecido pelo poder dos monges e dos magos se erguiam em cada dez degraus, um em cada lado como se fosse algum tipo de portal que para você continuar subindo tinha que atravessa-los, mas tendo em mente que uma armadilha mortal lhe esperava do outro lado do portal. No fim da escada, se encontrava uma corda dourada e preta que ia da ponta de uma das paredes da montanha até a outra ponta, selos mágicos se encontravam pendurados por toda a extremidade da corda formando um tipo de barreira mágica.

Mas o que eu não entendia era o que selos que são usados para conter seres poderosos e monstros que não podem ser derrotados, estava fazendo no lugar onde minha doce donzela estava sendo mantida? Como ela veio parar em um lugar como esse? Perguntas começaram a surgir mergulhando minha mente em um mar de confusão e distração, mas não tínhamos tempo para esse tipo de distração no momento e muito menos para obter respostas. Ela estava fraca e nós tínhamos que correr e a tirarmos daquele lugar o mais rápido possível.

- Parece que chegamos, temos só que correr esses lances de escada e estaremos lá – Disse Aramis olhando para cima preocupado e em estado de alerta.

- Então você também sentiu? – Pergunto me colocando ao seu lado – Eles estão esperando, não são os magos e nem os monges, mas sim seus fiéis protetores, os quais a verdadeira face nunca foi vista.

- Algo me diz que seremos os primeiros a vê-la – Diz se preparando para o combate.

- O que vocês estão olhando? – Perguntou Alanis, apesar do seu alto conhecimento em batalhas e sua força extraordinária, sua percepção para o sobrenatural era fraca demais – Por que estão se preparando para a batalha? – Perguntou confusa.

- Alanis é linda, mas sua energia espiritual é tão fraca – Diz Vougan com uma voz triste – Mas mesmo assim Vougan ama Alanis – Diz pulando em seus seios aproveitando a situação – Vougan pode ajudar Alanis se ela quiser – Diz mandando um beijo gosmento para Alanis que lhe retribui com um soco.

- Você é um serzinho asqueroso – Diz ela fazendo cara de nojo e limpando a gosma que a pele verde dele deixou em seu corpo.

- Alanis é muito bruta, mas Vougan ainda vai se casar com a linda Alanis – Diz Vougan piscando para Alanis, as vezes eu acho que ele é masoquista e gosta de apanhar da Alanis, mas se não fosse por ele nossa jornada não teria sido tão divertida.

- Seja o que for é muito forte e sabe se esconder muito bem nas sombras – Diz Dilian com seus olhos brilhando em um tom de Violeta – Estejam preparados companheiros, pois eles já estão aqui a muito tempo e nos esperam como um leão espera ansioso pela sua presa – Diz ele correndo nos servindo como linha de frente em um combate, a sua destreza, velocidade e conhecimento em confrontos contra seres místicos eram habilidades impressionantes, dava um certo orgulho de vê-lo em ação, disparando seus poderes com uma confiança e uma rapidez contra os nossos inimigos que se escondiam nas sombras como fantasmas, mas que apareciam um após o outro para confrontá-lo.

- Algo me diz que temos que o seguir – Diz Alanis desembainhando sua espada forjada pelo mestre dos artesões e encantada pelos deuses da guerra e da discórdia, apesar de ser humana e não ter nenhum poder sobrenatural, com apenas um golpe certeiro daquela espada ela é capaz de ferir e derrotar qualquer inimigo sobrenatural, isso foi provado quando ela golpeou um dos protetores e o destruiu com um golpe que pareceu ser ensaiado a anos, ela lutava com uma graciosidade e uma confiança que parecia uma luta ensaiada para um festival do rei. Se ela não fosse tão cheia de si seria uma mulher mais que perfeita, pois sua beleza é simplesmente inexplicável.

- É, acho que agora só nos resta nos juntar a eles, pois não teremos como passar despercebidos – Diz Aramis assumindo a sua assustadora forma de combate, se você tiver um amigo druida nunca, mas nunca mesmo o deixe irritado, pois você não vai gostar do que vai ver, Aramis era um amigo para todas as horas, mas em combate ele não está nem ai pra quem é amigo e quem não é, por esse motivo ele luta sozinho as suas batalhas, por que se não pode acabar matando um dos seus aliados. Suas habilidades de combate eram excepcionais e em um combate corpo a corpo ele sempre levava a melhor. Mas em batalhas com vários inimigos ele usava seus poderes druidas e se tornava um pesadelo que assola qualquer ser que vive na floresta. Ainda bem que o temos como aliado.

- Infelizmente tenho que admitir que você está certo – Digo desembainhando minha espada lâmina de negra de dois gumes (uma espada que ambos os lados da sua lâmina pode cortar os nossos inimigos); ela estava faminta por sangue, pois havia muitos anos que não entravamos em uma batalha juntos – Vamos, não temos muito tempo.

Começamos a correr para nos juntar à nossos companheiros na batalha que mudaria nossas vidas para sempre, aqueles degraus negros congelados e escorregadios já teriam feito uma pessoa normal ter caído e rolado para o pé da escada, mas nosso treinamento rigoroso nos ensinou várias habilidades que acabaram sendo muito uteis nessa jornada, nosso treinamento nos tornou capazes de lutar sobre qualquer circunstância climática. Assim que entro na batalha deixo a espada assumir o controle e nos tornamos um só, sedentos por sangue e por guerra, assim que ela assumi totalmente o controle de meu ser, meus olhos verdes claros se tornam totalmente negros com as pupilas vermelhas igual a de um felino, minha visão antes clara como a lua se torna vermelha como sangue. Confesso que no começo foi muito difícil a me acostumar com esse tipo de visão, mas agora que sou capaz de controlá-la, consigo enxergar qualquer ser invisível a uma distância de cem metros, é como se eu fosse uma águia olhando sua presa de cima esperando a hora certa para o ataque.

A batalha começou e foi mais árdua e tensa do que esperávamos, a cada par de pilar que atravessávamos os inimigos se tornavam mais fortes e mais difíceis de serem derrotados, tivemos que aprender a lutar em grupo, pois eles estavam usando ataques sincronizados e atacando juntos, então usamos o mesmo método de ataque contra eles, o que no começo foi um pouco difícil, pois Aramis diversas vezes nos atacou achando que fossemos o inimigo, mas depois de um tempo pude perceber que ele começou a perceber quem era o inimigo e quem era aliado, mesmo estando na forma assustadora de um druida, uma habilidade que ele desenvolveu que será de grande ajuda durante nossa jornada.

O sol estava escondido por nuvens negras de chuva, o que era muito estranho pois se olhássemos para trás podíamos ver que o sol estava brilhando fortemente por todo o tapete branco que cobria as montanhas, mas por algum motivo mágico e misterioso todo a área da escadaria até o topo da montanha estava escura por causa das nuvens.

Por esse motivo nossos inimigos podiam sair das sombras, criaturas enormes com uma aura fria como a noite e sombria como a morte, com quase dois metros de altura, olhos vermelhos e amarelos de felinos que pareciam examinar a sua alma e rasgar seu coração se ficasse encarando eles diretamente nos olhos por muito tempo, então nada de encará-lo a não ser que você queira morrer agonizando, um bafo de morte exalava de suas bocas com dentes pontiagudos e afiados, suas narinas soltavam fumaças que congelavam qualquer ser pequeno que passasse voando por ali, seus rostos escondidos pelas sombras que rodeava todo seu corpo, um rosto que ninguém nunca viu e aqueles que viram não sobreviveram para contar, espadas cobertas com sangue velho de desafortunados que passaram por aqui, foices capazes de cortar o vento e dizimar centenas de humanos fracos e despreparados. Se fossemos novatos já teríamos morrido de medo da sua poderosa presença, ou esmagados por sua aura sombria, ou decepados por suas armas muito bem afiadas e encantadas.

Lutando com um daqueles monstrengos asquerosos, uma fresta de luz conseguiu escapar por de trás das nuvens negras e atingiu a sua face revelando o seu rosto, a criatura sombria tinha a pele branca como a neve, banhada pela morte, sua feição era de velhice congelada pelo tempo, quase como um cadáver em decomposição, porém com o tempo que fiquei olhando sua face foi sumindo e uma criatura horrenda de chifres foi tomando conta da face em decomposição. Aquela visão me deixou atordoado por um tempo e deu vantagem a criatura que me deferiu um golpe no abdômen, apesar de estar paralisado consegui me mover a tempo e não tive nenhum ferimento fatal, com sua espada encravada em meu abdômen, segurei o pomo da mesma o impedindo de se afastar e encravei a lâmina negra da minha em seu pescoço de baixo pra cima, atravessando seu crânio. A criatura emitiu um som estridente e horrendo, doloroso aos nossos ouvidos e caiu sem vida enquanto seu corpo desaparecia como poeira levada pelo vento. E poeticamente é assim que termina a árdua batalha que nos proporcionou vários ferimentos. Fico ali parado olhando o seu corpo desaparecendo enquanto penso na visão que acabei de ter, como será que eles ficaram assim? Será que eles já nasceram assim? Seja como for fui tirado dos meus devaneios com a voz de Dilian ecoando em meu cérebro.

- Oh cabeça de marisco – Diz ele jogando uma pedra em minha direção, com apenas um golpe em uma velocidade que até eu me surpreendi cortei a pedra no meio e me virei para ele, sorri internamente com o olhar de medo que ele fez ao ver meus olhos, forçando um sorriso ele disse – Vamos que não temos muito tempo.

- É você tem razão, vamos, temos que salvá-la – Digo correndo na frente e cortando a corda como se a proteção sagrada fosse apenas uma simples folha.

Chegando ao topo da montanha a visão era surreal, as cinco montanhas formavam uma estrela de rochas e neve, a temperatura abaixo de zero tira nos congelado se não fosse pelo poder que corria em nossas veias, Alanis apesar de humana estava protegida pelo manto que sua espada a envolvia. No topo de cada montanha, um carvalho se encontrava coberto por neve, que depois de analisar bem, consegue se perceber que na verdade suas folhas que eram brancas e não que tinham sido congeladas. E abaixo dos seus galhos, pequenos templos de madeira foram levantados e estavam muito bem com preservados, dava a impressão de que tinham acabado ser construídos, presumo que seja onde os monges moram e treinam. Pontes feitas de cordas douradas e tábuas envelhecidas se encontravam no fim de cada montanha e todas se encontravam no meio, onde um prédio em forma de um cristal negro com as duas pontas afiadas, conhecido como a prisão dos grandes, se encontrava. As cordas de cada ponte davam a volta ao redor da prisão como se estivessem o mantendo no ar e ele estivesse mantendo as pontes suspensas no ar.

Chegamos mais perto da beira e percebemos que havia um grande abismo e que o único acesso para a prisão era usar uma das pontes. Dilian usou seu poder e enviou cada de nós a um templo para verificarmos se os monges estavam em suas casas, mas por alguma razão todos os templos se encontravam desocupados e vazios há dias pelo que deu a perceber. Após verificarmos todos os lugares possíveis, aceitamos que os monges não estavam em casa, então cada se dirigiu a uma ponte e começamos a atravessá-la correndo, porém cuidadosamente para não cairmos no fundo do abismo, afinal, nem um de nós queríamos ser queimados vivos, sim, queimados, no interior das montanhas que mais parecia um vulcão, se encontrava um caldeirão fervendo de lava esperando você cair em seus braços.

Assim que chegamos no fim das pontes tinha um grande vazio, não tinha terra e nem nada sólido para pisarmos, então como íamos chegar até a prisão? Estava pensando em uma maneira quando Aramis me chamou a atenção.

- Eldar....

- O que foi? – Digo olhando para ele.

- Veja – Diz apontando para o prédio – Acha que encontramos os monges.

Me viro na direção em que ele estava apontando e vejo que ao redor do prédio em cada uma das suas extremidades um monge e um mago usavam a suas forças, concentravam seus poderes e recitavam feitiços, o que mais me chamou atenção era que eles estavam em pé no ar e estavam com tanta firmeza que pareciam estar em terra firme. Em um ato de loucura ou por ter notado algo que nem eu mesmo tinha percebido de forma consciente, dei um passo para frente e meus companheiros gritam o meu nome pensando que eu ia cair, e por um momento confesso que achei que aquele seria meu fim, mas dou um suspiro de alivio por que ainda não tinha chegado a minha hora. Sinto os meus pés tocar uma superfície firme, dura e sinto o frio em meus pés apesar de eles estarem calçados, me viro para meus companheiros e digo.

- É uma superfície de gelo, venham é seguro – Digo andando de um lado para o outro, mas consigo perceber o medo em seus olhares – Vamos pessoal, não temos muito tempo, o poder da doce donzela está acabando, vamos, é seguro, confiem em mim – Mas mesmo dizem isso, percebo que ainda há medo em seus olhares, então começo a pular na superfície – Viram? – Digo continuando a pular sobre ela – É seguro, agora vamos.

Com isso eles começam um a um a caminhar em minha direção, surpresos pelo gelo ser tão fino e transparente e ao mesmo tempo tão firme e consistente.

- Como isso é possível? – Perguntou Aramis – Como pode ser tão fino e tão firme ao mesmo tempo? E como é que não derrete com o calor da lava? – Perguntou surpreso e encantado.

- Esse é o poder dos Monges e Magos de Oyzes, meu amigo – Digo sorrindo para ele. Estamos diante de um inimigo muito forte, penso comigo mesmo. Isso vai ser interessante.

Caminhando os cinco um ao lado do outro, determinados, preparados para mais uma batalha e prontos para darmos as nossas vidas, pois tínhamos consciência que se lutássemos com um dos monges, não iríamos sobreviver para contar a nossa história para ninguém. Com nossas armas prontas para a batalha, nos aproximamos dos monges e magos. Um poder muito forte emanava da prisão, alguém estava tentando sair e os monges estavam tentando contê-lo, estavam tão concentrados em sua missão que nem notaram nossa presença, só deram conta que estávamos ali quando abrimos a portão onde a minha doce donzela estava presa.

- Não – Escuto a voz dos monges e magos quando percebem o que eu havia feito - Você não sabe o que acabou de fazer – Diz um deles com um tom de medo em sua voz.

- Na verdade sei sim – Digo me virando para ele – Eu vim liberta minha doce donzela.

- Não – Diz o monge ancião – Você acabou de condenar a todos nós e todo o nosso mundo – Diz ele ofegante por estar usando poder demais para tentar fechar novamente o portão – Você vai ser culpado pela morte de muitos, haverá mais sangue em suas mãos do que nas da pessoa que você veio libertar.

- Creio que esteja enganado meu velho – Digo apontando a ponta da espada para ele – Eu vim libertar a donzela que tiraram de mim.

- Meu rapaz, que feitiço ela jogou em você? - Pergunta com uma voz de pena e dor.

- Feitiço? Do que está falando velho? – Pergunto nervoso com toda essa falação.

- Não dê atenção para o que diz esse monge louco e velho – Diz uma voz doce e forte, porém suave que eu reconheceria em qualquer lugar – Ele está apenas tentando te confundir e colocá-lo contra mim meu amado soldado, meu doce Eldar.

Acompanhando a doce voz da minha donzela um forte vento frio e sombrio explode a porta da cela e derruba os portões com uma explosão estrondosa, levando com ele os pobres dos velhos monges e magos das montanhas, os derrubando quase que na lava fervente, nos apressamos para terminar o serviço e matá-los, porém ela nos interrompeu.

- Não – Sua voz ecoou com o vento e assim todos conseguiram ouvi-la – Não os matem, quero que vivam para vivenciarem a destruição do seu povo e para eles se torturarem por saber que foram fracos e não puderam me impedir – Diz ela sorrindo e se deliciando com essa ideia.

Eu confesso que fiquei de boca aberta com o tamanho da sua beleza e pelo jeito eu não sou o único, Aramis e Dilian também se encantaram com sua beleza, o que me causou um certo ciúme, uma mulher de presença forte, dona de uma voz suave, de um poder incrível, de uma beleza incomparável, sua pele branca brilhante com uma certa elegância, seus lábios carnudos em um tom de vermelho a deixavam mais atraente, seus cabelos negros lisos estavam soltos caídos até a cintura, voavam livremente com o vento com uma certa autoridade, seus seios grandes se destacavam no decote em seu vestido, sua linda e fina cintura fazia com que o vestido ficasse colado em seu corpo o que tornava o seu andar mais poderoso e atraente, suas pernas longas estavam a mostra pelos longos rasgos na lateral do seu vestido negro como a noite e brilhante como as estrelas, seus pés estavam graciosamente apoiados em uma sandália preta de salto que amarrava nas pernas finalizado com um perfeito laço atrás, os olhos negros em um tom meio prateados no fundo se encontraram como os meus e eu pude sentir o poder dela envolvendo o meu ser e cada parte do meu corpo. Caminhou graciosamente desfilando sua exuberante beleza até chegar a mim.

- Eldar – Disse com um sorriso – Meu soldado destemido, meu herói – Disse depositando um beijo doce e longo em meus lábios, por instinto de homem uma de minhas mãos encontraram com sua cintura enquanto a outra foi de encontrou ao seu belo rosto, nossos lábios estavam entrelaçados como em uma bela valsa e parecia que diziam finalmente te encontrei. Sinto suas mãos se entrelaçaram em meu pescoço, depois de uns segundos que para mim poderiam durar muito mais, ela separa nossos lábios e sorri para mim– Finalmente me encontrou, esperei tanto por você, meu amado.

- Eu disse que te encontraria minha donzela – Digo encostando minha testa na dela.

- Eu nunca duvidei de você, meu soldado. E pode me chamar de Cristine – Disse com um sorriso – Provou ser digno de saber meu nome.

E foi no pôr do sol que banhava aquelas montanhas que nós cinco decidimos nosso destino e juramos seguir lealmente a doce Cristine na jornada para corrigir os muitos erros desse mundo.

E assim os seis desapareceram junto com o pôr do sol, dando espaço à noite fria e silenciosa de lua cheia que esperava ansiosa para nascer e dar início a era mais sombria e difícil que os reinos iriam vivenciar.

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