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Uma  noite de prazer

Uma noite de prazer

5.0
23 Capítulo
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Sinopse

Índice

Atenção: pode conter gatilhos. Aviso: O Dono do Texas, livro 1 da série Alma de Cowboy, é um volume único. Por ser com casais diferentes, cada livro da saga pode ser lido separadamente, mas é provável que o anterior contenha spoilers do seguinte. Hudson Gray, conhecido como o Dono do Texas, chegou à conclusão de que ter muito dinheiro não bastava. O bilionário arrogante não quer ser apenas um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, ele quer o poder. Para isso, ordena à sua assessora que trabalhe no que for necessário para transformá-lo no próximo governador do estado da estrela solitária[1]. O único problema, é que o CEO de conduta impecável em breve terá uma surpresa. Uma noite de prazer o levará diretamente a um relacionamento inesperado. A todos aqueles que como eu, amam uma história de um cowboy.

Capítulo 1 Uma noite de prazer

Hudson

Grayland[2] — Texas

Não perco o controle com facilidade. Sou famoso

pelo mau humor, arrogância e paciência curta.

Nenhum desses rótulos é exatamente lisonjeiro —

tampouco inadequado — mas apesar disso, não me lembro

de já ter partido para o confronto físico com alguém.

Agora, no entanto, enquanto observo meu primo

Callum, vestido apenas com uma cueca boxer e minha

esposa completamente nua sobre ele, agradeço a Deus

por não andar armado.

Descobrir uma traição de Evelyn, incrivelmente, não

me causa estranheza. Desde o início ela se mostrou

insatisfeita com o casamento. Eu andava tão ocupado com

o trabalho, que quando ela se aproximou, eu a analisei

como faço com minhas transações financeiras e decidi que

nossa união seria satisfatória o bastante.

Ela vem de uma boa família, é sofisticada e bonita.

Isso aliado a um sexo dentro da média, riscou outro item do

meu plano de vida, mas eu nunca a amei.

Assim, não chega sequer a me incomodar que tenha

me traído. O problema é com quem ela me traiu.

É tudo sobre ele. Meu sangue.

O homem que cresceu ao meu lado e compartilhou

dores e alegrias. Aquele em quem sempre confiei tanto

quanto nos meus três irmãos.

Por minha vontade, viro as costas e vou embora,

mas de jeito nenhum sairei sem que saibam que os peguei

em flagrante.

Não tem nada a ver com ciúmes, mas tudo sobre a

sensação de ser atraiçoado pelo meu melhor amigo.

Bato palmas para lhes chamar a atenção.

Evelyn desperta rapidamente, sentando-se na cama

com a culpa estampada no rosto. Callum, demora um

pouco mais.

— Hudson, eu posso explicar — ela diz, ao mesmo

tempo que meu primo pergunta.

— O que diabos está acontecendo aqui?

— Fodam-se os dois. Vocês se merecem — falo.

Viro as costas para sair, enquanto ela ainda me

chama uma última vez.

— Hudson…

— Nunca mais se aproxime de mim — interrompo,

com gelo escapando de cada palavra. — Meus advogados

entrarão em contato para tratarmos do divórcio.

Capítulo 1

Hudson

Dallas — Texas

Dois anos depois

— Ela finalmente assinou.

— Quanto isso vai me custar?

— Muito mais do que havíamos pensado a princípio,

mas você ainda deu sorte que ela nem desconfia das suas

intenções em se tornar governador. Eu não tenho dúvidas

de que se soubesse, o preço subiria.

Balanço a cabeça, concordando com a minha assistente

e também única amiga, Dominika. Claro que tem razão.

Estou há exatos dois anos tentando me livrar de Evelyn e

ela não recua.

Nesse meio tempo, muita coisa mudou, principalmente

meus objetivos.

Estava entediado com a carreira de CEO da indústria

petroleira apenas. O que mais eu poderia querer? Sou o

homem mais rico do Texas — daí o apelido que a mídia me

deu de o dono do Texas — e um dos cinco mais dos

Estados Unidos.

Eu precisava de algo que realmente me estimulasse,

assim, decidi focar em uma meta mais grandiosa: quero ser

o próximo governador do estado.

Como tudo em minha vida, criei um plano para atingir o

alvo. Um que não inclui uma ex-esposa gananciosa

perturbando minha assistente quase todos os dias.

— Então finalmente acabou? Sou um homem livre?

— Sim. Completamente. Vamos comemorar?

Ao invés de responder, ergo uma sobrancelha.

Ela me conhece bem demais para saber que não perco

tempo com essas bobagens. Sua sugestão foi uma espécie

de piada. Dominika tem um senso de humor estranho.

— Tudo bem, vou beber uma garrafa inteira de

champanhe francês e colocar na sua conta. Um brinde ao

fim dos telefonemas com sua ex gritando no meu ouvido.

— Faça isso. — Autorizo. Ela realmente merece por ser

meu escudo contra Evelyn, durante o tempo em que

ficamos separados até a assinatura do divórcio hoje.

Depois que a flagrei na cama do meu primo, nunca mais

fiquei em um mesmo ambiente com ela sem um advogado

presente. No começo, minha agora ex-esposa tentou de

tudo para conseguir uma reaproximação, mas quando

percebeu que não teria mais volta, se dedicou ao que

realmente a interessava: arrancar a maior quantidade de

dinheiro possível com o fim do nosso casamento.

— Ele telefonou novamente. — Dominika avisa e sei de

quem está falando. Callum. — Não perguntou por você.

Era sobre a propriedade ao norte do estado. Seu primo

quer saber se aceitará sua oferta e lhe venderá sua parte.

— Por que eu venderia? Não preciso de mais dinheiro

do que já possuo.

Ela suspira e sei que a irritei. É isso o que acontece

quando você é amigo de alguém por tempo demais.

Aprende a decifrar até seus suspiros.

— Não seja irracional. Vocês precisam chegar a um

acordo. Venda seu terreno ou compre o dele, mas se quer

um conselho, venda. Você não precisa daquilo.

— Não gosto de me desfazer dos meus bens.

— Você está sendo intransigente. Não há sentido em

estender a briga pessoal de vocês em uma disputa de

negócios. Ele não é um concorrente qualquer, mas seu

sangue. No seu lugar, eu também não sei se o perdoaria,

mas essa guerra entre vocês está trazendo sofrimento para

sua avó e irmãos também. Eles sentem sua falta.

Ela sabe que acertou um nervo exposto.

Até o incidente com Evelyn, eu não passava um fim de

semana sem visitá-los. A cidade em que vivem, Grayland,

pertence à minha família há gerações. Tanto eu quanto os

meus irmãos e Callum temos propriedades rurais enormes

lá e nos arredores. Apesar da minha vida sempre

atribulada, eu gostava da sensação de voltar para casa aos

fins de semana. Não importa o quão caras sejam as

minhas roupas, eu sempre serei um cowboy.

Agora, quase não volto mais para a minha terra. Eu falo

com meus irmãos esporadicamente. Com vovó, há um

contato diário por telefone ou mensagens, mas não é a

mesma coisa.

Minha avó criou meu primo junto com todos nós, já que

no acidente de barco que vitimou meus pais, também

estavam os dele. De uma hora para outra, vovó, que já era

viúva, se viu sozinha com cinco rapazes. Eu, meus três

irmãos e meu primo. Há cerca de cinco anos, ainda trouxe

para juntos de nós Rebecca[3], a garotinha que foi

encontrada vagando abandonada em nossa cidade.

Apesar de não ser particularmente carinhoso, me fazia

bem encontrar minha família com frequência.

Atualmente, essas viagens se limitam ao almoço de

Ação de Graças[4] e Natal e ainda assim, me mantenho o

mais afastado possível do bastardo traidor.

— Se há uma coisa em comum em todos os membros

do clã Gray, é o orgulho. — Dominika continua, se

mostrando mais impaciente.

— Não é uma questão de orgulho somente. Ele era um

irmão para mim.

— Eu sei, mas aquela bruxa acabou separando a

família, não percebe isso?

Minha assistente não conhece os detalhes do que

presenciei naquele dia no rancho de Callum, mas sabe o

suficiente da traição de Evelyn e do meu primo.

Sei que ela tem razão quando diz que houve perdas de

todos os lados. Nós éramos muito unidos. Embora minha

relação com meus irmãos estivesse longe de ser uma

enseada calma, nos mantínhamos perto uns dos outros,

para o bem ou para o mal.

Desde a minha separação de Evelyn, Dallas, que

sempre foi um lugar em que eu somente trabalhava

durante a semana, acabou se tornando meu lar em

definitivo.

Meus parentes optaram por condenar Evelyn e acreditar

na palavra de Callum, de que nunca houve nada entre os

dois, mas eu sei o que vi.

— Tudo pronto para minha viagem a Chicago? —

Pergunto e ela comprime os lábios, sabendo que assim

estou abortando qualquer tentativa de falar novamente

sobre meu primo.

— Sim. Já enviei para seu e-mail todo o cronograma

das reuniões. Esses encontros serão fundamentais para

que consolide as últimas alianças para a campanha. Com

Evelyn fora da estrada, sua caminhada para o topo será

limpa e reta.

— Com ou sem Evelyn, eu não tenho nada a esconder.

— Veremos, chefe. De qualquer modo, terei que revirar

seu passado do avesso no decorrer dos próximos meses.

— Isso não me agrada.

— O que prefere: eu ou os democratas[5]?

— Pelo amor de Deus, Dominika! Do jeito que você fala

parece que fiz parte de um cartel de drogas na

adolescência. Minha vida pode não ser um livro aberto

porque não me agrada a ideia de bisbilhoteiros noticiando

cada passo que dou, mas também não escondo segredos

obscuros.

— Não diga isso em voz alta, futuro governador. As

mulheres preferem os bad boys, que atravessaram a

juventude partindo o coração de uma conquista diferente

em cada esquina. Apesar de que, nesse quesito, você não

deixa nada a desejar. Minha irmã me contou a quantidade

de namoradas e casinhos que teve na universidade.

Dominika é a irmã caçula de uma colega de faculdade e

quando precisei de uma assistente, me foi altamente

recomendada, apesar de estar recém-formada.

Trabalhamos juntos já há cerca de quatro anos e a

admiração que tenho pela profissional que ela é, acabou se

transformando em amizade.

— Seu papel não é julgar o meu passado. Organize

minha campanha e tente não meter esse nariz sardento

onde não é chamada.

Ela sorri e dá de ombros. Infelizmente, sei que

vasculhará a minha vida amorosa inteira, incluindo ensino

médio e faculdade. Se existe alguém comprometido com

seu trabalho tanto quanto eu, é minha assistente. Seu

dever no momento é me fazer vencer a campanha eleitoral

e ela não desistirá até alcançar o objetivo.

— Daqui a uns dias você oficializará sua candidatura ao

governo. Eu gostaria muito de ver a cara da Evelyn quando

perceber que poderia lucrar mais com o divórcio.

— Ela não poderá me prejudicar. Meus advogados a

fizeram assinar um acordo de confidencialidade[6]. Se abrir

a boca em um site de fofoca ou para um repórter, haverá

um desconto de vinte por cento na pensão a que tem

direito. E se der mais entrevistas, trinta por cento e assim

sucessivamente, além de uma substancial multa no valor

total do acordo de divórcio.

Na verdade, eu não queria qualquer tipo de arranjo com

minha ex, mas acabei seguindo o conselho da banca

jurídica que contratamos especialmente para a

candidatura, mantendo essa possibilidade de punição

contra Evelyn durante seis anos. Esse será o tempo

necessário para que eu finalize minha campanha, cumpra

meu mandato como governador e ainda tenha um tempo

de descanso contra possíveis indiscrições dela.

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