Prólogo Tristan 2 de abril de 2014 - Pegou tudo? - perguntou Jamie, parada no meio do hall de entrada da casa dos meus pais, roendo as unhas. Quando seus belos olhos azuis sorriram para mim, pensei na sorte que tinha por ela ser minha. Fui até ela e a abracei, apertando seu corpo mignon junto ao meu. - Peguei. É isso, meu amor. A hora é essa. Ela entrelaçou os dedos na minha nuca e me beijou. - Estou tão orgulhosa de você. - De nós - eu a corrigi. Depois de tantos anos vivendo de planos e sonhos, meu objetivo de criar e vender minhas próprias peças de mobília artesanal estava prestes a se tornar realidade. Eu e meu pai, que também era meu melhor amigo e sócio, estávamos a caminho de Nova York para uma reunião com alguns empresários que se mostraram muito interessados em investir em nosso negócio. - Sem o seu apoio, eu não seria nada. Essa é a nossa chance de conseguir tudo que a gente sempre sonhou. Ela me beijou de novo. Nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim. - Antes de ir, é melhor saber logo que a professora do Charlie me ligou. Ele arranjou confusão na escola outra vez. O que não me surpreende, já que puxou tanto ao pai...
2 de abril de 2014
- Pegou tudo? - perguntou Jamie, parada no meio do hall de entrada da casa dos meus pais,
roendo as unhas. Quando seus belos olhos azuis sorriram para mim, pensei na sorte que tinha por
ela ser minha.
Fui até ela e a abracei, apertando seu corpo mignon junto ao meu.
- Peguei. É isso, meu amor. A hora é essa.
Ela entrelaçou os dedos na minha nuca e me beijou.
- Estou tão orgulhosa de você.
- De nós - eu a corrigi.
Depois de tantos anos vivendo de planos e sonhos, meu objetivo de criar e vender minhas
próprias peças de mobília artesanal estava prestes a se tornar realidade. Eu e meu pai, que também
era meu melhor amigo e sócio, estávamos a caminho de Nova York para uma reunião com alguns
empresários que se mostraram muito interessados em investir em nosso negócio.
- Sem o seu apoio, eu não seria nada. Essa é a nossa chance de conseguir tudo que a gente
sempre sonhou.
Ela me beijou de novo.
Nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
- Antes de ir, é melhor saber logo que a professora do Charlie me ligou. Ele arranjou confusão
na escola outra vez. O que não me surpreende, já que puxou tanto ao pai...
Sorri.
- O que ele aprontou agora?
- Segundo a Sra. Harper, ele disse para uma menina que zombava dos óculos dele que esperava
que ela engasgasse com uma lagartixa, já que ela se parecia com uma. Que engasgasse com uma
lagartixa. Dá pra acreditar?
- Charlie! - chamei.
Ele veio da sala de estar com um livro nas mãos. Não estava de óculos, e eu sabia que era por
causa do bullying.
- Que foi, pai?
- Você disse para uma menina que queria que ela se engasgasse com uma lagartixa?
- Disse - confirmou ele, como se não fosse nada de mais.
Para um menino de 8 anos, Charlie parecia se preocupar muito pouco com a possibilidade de
deixar os pais irritados.
- Cara, você não pode dizer uma coisa dessas.
- Mas, pai, ela tem mesmo cara de lagartixa! - retrucou ele.
Tive que me virar para disfarçar a risada.
- Vem aqui e me dá um abraço.
Ele me abraçou apertado. Eu ficava apavorado ao pensar no futuro, no dia em que ele não
quisesse mais abraçar o velho pai.
- Vê se você se comporta enquanto eu estiver fora. Obedeça à sua mãe e à sua avó, está bem?
- Tá, tá...
- E coloque os óculos pra ler.
- Por quê? Eles são ridículos.
Eu me agachei, o dedo em riste tocando o nariz dele.
- Homens de verdade usam óculos.
- Você não usa! - reclamou Charlie.
- Tá, alguns homens de verdade não usam. Só ponha os óculos, tá legal?
Ele resmungou antes de sair correndo para a sala. Eu ficava feliz por ele gostar mais de ler do que
de jogar videogame. Sabia que ele havia herdado da mãe, bibliotecária, o amor pela leitura. Mas, no
fundo, sempre achei que o fato de eu ter lido para ele durante a gravidez também influenciou um
pouco sua paixão por livros.
- O que vocês pretendem fazer hoje? - perguntei a Jamie.
- À tarde vamos ao mercado central. Sua mãe quer comprar flores. Provavelmente também vai
comprar alguma bobagem para o Charlie. Ah, já ia esquecendo... Zeus mastigou seu Nike favorito.
Vou tentar comprar um novo.
- Meu Deus! De quem foi a ideia de termos um cachorro?
Ela riu.
- Sua. Eu nunca quis um, mas você nunca soube dizer não a Charlie. Você e sua mãe são muito
parecidos. - Ela me beijou novamente antes de me entregar minha bolsa. - Tenha uma ótima
viagem e transforme nossos sonhos em realidade.
Eu a beijei de leve e sorri.
- Quando eu voltar, vou construir a biblioteca dos seus sonhos. Com aquelas escadas altas e
tudo mais. E depois, vou fazer amor com você entre a Odisseia e O sol é para todos.
Ela mordeu o lábio.
- Promete?
- Prometo.
- Me liga quando pousar, tá?
Fiz que sim com a cabeça e saí de casa para encontrar meu pai, que já estava no táxi, me
esperando.
- Tristan! - chamou Jamie, enquanto eu guardava a bagagem no porta-malas. Charlie estava ao
seu lado.
- Sim?
Eles colocaram as mãos em torno da boca e gritaram:
- NÓS TE AMAMOS.
Sorri e disse o mesmo para eles, em alto e bom som.
Durante o voo, meu pai não parava de dizer que essa era nossa grande oportunidade. Quando
aterrissamos em Detroit para aguardar a conexão, pegamos o celular para dar uma olhada nos e-
mails e enviar notícias para minha mãe e Jamie.
Assim que ligamos os telefones, nós dois recebemos um bombardeio de mensagens da minha
mãe. Soube instantaneamente que alguma coisa estava errada. Senti um frio na barriga e quase deixei
o telefone cair enquanto eu lia.
Mãe: Aconteceu um acidente. Jamie e Charlie não estão bem.
Mãe: Venham para casa.
Mãe: Rápido!!!
Num piscar de olhos, num breve momento, tudo que eu sabia sobre a vida mudou.
Capítulo 1
Elizabeth
3 de julho de 2015
Todas as manhãs, leio cartas de amor escritas para outra mulher. Nós duas temos muito em comum:
os olhos cor de chocolate e o mesmo tom de loiro no cabelo. Também temos a mesma risada: discreta
no início, mas que se torna mais alta quando estamos na companhia das pessoas que amamos.
Quando ela sorri, ergue o canto direito da boca, exatamente como eu.
Encontrei as cartas na lixeira, dentro de uma caixa de metal em formato de coração. Centenas
delas. Algumas longas, outras mais curtas; algumas felizes, outras incrivelmente tristes. Pelas datas,
são muito antigas. Bem mais velhas do que eu. Algumas assinadas por KB, e outras, por HB.
Imaginei como meu pai se sentiria se soubesse que mamãe havia jogado tudo fora.
Mas, ultimamente, tem sido difícil para mim imaginar que ela já foi como aquela carta.
Inteira.
Completa.
Parte de algo esplêndido.
Agora, ela parecia ser exatamente o oposto.
Acabada.
Incompleta.
Sozinha o tempo todo.
Depois que meu pai morreu, mamãe se tornou uma vadia. Não existe modo mais educado de
dizer isso. Não foi de uma hora para outra, apesar de a Srta. Jackson - a vizinha do final da rua -
ter espalhado para um monte de gente que minha mãe abria as pernas para todo mundo antes mesmo
que meu pai nos deixasse. Eu sabia que não era verdade, pois nunca me esqueci de como ela olhava
para ele quando eu era criança. Era como se ele fosse o único homem na face da Terra. Sempre que
ele tinha que sair bem cedo para trabalhar, a mesa do café já estava posta, e o almoço, pronto, para
ele levar. Ela até preparava uns lanchinhos, porque meu pai vivia reclamando que sentia fome entre
as refeições, e mamãe sempre se preocupava em fazer com que ele se alimentasse bem.
Papai era poeta e dava aulas em uma universidade que ficava a uma hora da nossa casa. Não foi
surpresa descobrir que eles trocavam cartas de amor. Palavras eram o ponto forte dele, sua grande
vantagem. E mesmo não sendo tão boa quanto o marido, minha mãe conseguia expressar tudo o que
sentia em cada carta que escrevia.
De manhã, quando ele saía de casa, ela cantarolava e sorria enquanto limpava a casa e me
arrumava. E falava dele, dizendo o quanto o amava, como sentia sua falta e que escreveria uma carta
de amor antes que ele voltasse, à noite. Quando ele chegava em casa, mamãe sempre o servia com
duas taças de vinho, e então era ele quem cantarolava a música favorita dos dois e beijava a mão
dela. Eles riam juntos e cochichavam como adolescentes que estão vivendo seu primeiro amor.
- Você é meu amor eterno, Kyle Bailey - dizia ela, enquanto o beijava.
- Você é meu amor eterno, Hannah Bailey - respondia ele, girando-a em seus braços.
O amor dos dois era capaz de provocar inveja até nos contos de fada.
Quando papai morreu, naquele dia abafado de agosto, uma parte de minha mãe também se foi.
Lembro-me de ter lido um romance em que o autor dizia algo do tipo: "Nenhuma alma gêmea deixa
esse mundo sozinha. Ela sempre leva consigo um pedaço de sua outra metade." Odiei aquilo, pois
sabia que era verdade. Minha mãe ficou enclausurada em casa por meses. Eu a obrigava a se
alimentar todos os dias, na esperança de que ela não definhasse de tanta tristeza. Nunca a tinha visto
chorar até aquele momento. Não demonstrava minhas emoções quando estava perto dela, pois sabia
que isso só a deixaria mais triste.
Eu já chorava o suficiente quando ficava sozinha.
Quando finalmente saiu da cama, foi para ir à igreja. Eu a acompanhei durante algumas semanas.
Lembro-me de me sentir totalmente perdida, aos 12 anos, sentada no banco de uma paróquia. Nunca
fomos uma família religiosa, só rezávamos quando algo de ruim acontecia. Nossas visitas à igreja
não duraram muito tempo, pois mamãe chamou Deus de mentiroso e desrespeitou os fiéis, dizendo
que deveriam parar de perder tempo, de ser enganados com esperanças vazias e inúteis de uma terra
prometida.
O pastor Reece pediu que ficássemos algum tempo sem aparecer. Pelo menos até as coisas se
acalmarem.
Até então, nunca tinha passado pela minha cabeça que alguém pudesse ser banido de um templo
sagrado. Quando o pastor dizia "venham todos", acho que não estava se referindo a "todos" de fato.
Recentemente, mamãe adotou outro passatempo: homens diferentes em curtos intervalos de
tempo. Uns para dormir, outros para ajudar a pagar as contas. E há ainda aqueles que ela gosta de
manter por perto em momentos de solidão, ou também porque lembram meu pai. Alguns ela até
chama de Kyle. Agora à noite havia um carro parado em frente a nossa casa. Azul-escuro, com alguns
cromados e bancos de couro vermelho. Dentro dele, um homem estava sentado com um charuto na
boca, minha mãe no colo. Pareciam ter acabado de sair dos anos 1960. Ela ria baixinho enquanto ele
sussurrava algo em seu ouvido, mas não era o mesmo tipo de risada da época do papai.
Era vazia, frívola e triste.
Dei uma olhada na rua e vi a Srta. Jackson cercada de outras fofoqueiras, apontando para mamãe
e o homem da semana. Queria ouvir o que elas diziam e mandar que ficassem quietas, mas elas
estavam na calçada oposta. Até mesmo as crianças que brincavam de bola na rua, driblando alguns
gravetos, observavam os dois com os olhos arregalados.
Carros caros como aquele nunca transitavam numa rua como a nossa. Tentei convencer minha
mãe a se mudar para uma vizinhança melhor, mas ela se recusou. Na época, achei que era porque ela
e papai tinham comprado a casa juntos.
Talvez ela não tivesse se esquecido completamente dele.
O homem soltou a fumaça do charuto no rosto dela, e os dois riram. Mamãe usava seu melhor
vestido: amarelo, tomara-que-caia, com cintura justa, saia rodada. A maquiagem era tão pesada que a
fazia parecer ter 30 e poucos anos, em vez de 50. Ela era bonita sem toda aquela porcaria na cara,
mas dizia que se maquiar transformava uma menina em mulher. O colar de pérolas era da minha
avó, Betty. Eu nunca a vi usar aquele colar com um estranho, e não entendi o porquê de ela fazer isso
agora.
Os dois olharam na minha direção, e me escondi na varanda, de onde continuei espiando-os.
- Liz, se você está tentando se esconder, pelo menos faça isso direito. Venha aqui conhecer meu
novo amigo - falou minha mãe bem alto.
Saí de trás da pilastra e caminhei na direção dos dois. O homem soprou a fumaça mais uma vez e,
conforme eu me aproximava, observando seus cabelos grisalhos e seus olhos azul-escuros, o cheiro
do charuto chegou ao meu nariz.
- Richard, esta é a minha filha, Elizabeth. Mas todo mundo a chama de Liz.
Richard me olhou de cima a baixo, o que fez com que eu me sentisse um objeto. Ele me analisou
como se eu fosse uma boneca de porcelana prestes a se quebrar. Tentei disfarçar o desconforto, mas
não consegui, então baixei os olhos.
- Como vai, Liz?
- Elizabeth - corrigi, ainda olhando para o chão. - Só os mais íntimos me chamam de Liz.
- Liz, isso não é jeito de falar! - repreendeu minha mãe, franzindo a testa e deixando as rugas à
mostra. Ela não teria falado dessa forma se soubesse que isso acentuava as linhas de expressão em
seu rosto. Eu odiava quando um homem novo aparecia e ela sempre escolhia ficar do lado dele e não
do meu.
- Tudo bem, Hannah. Além do mais, ela está certa. Leva tempo para conhecermos alguém. E
apelidos têm que ser merecidos. Não são oferecidos a troco de nada.
Havia algo nojento na forma como Richard me encarava e baforava seu charuto. Eu usava uma
calça jeans larga, com uma camiseta bem grande, mas, mesmo assim, me sentia exposta.
- A gente está indo à cidade comer alguma coisa. Quer ir? - convidou ele.
- Emma ainda está dormindo - recusei. Olhei em direção à casa, onde minha menininha estava
deitada num sofá-cama. Nós duas já o dividíamos há um bom tempo, desde que viemos para a casa
da minha mãe.
Ela não foi a única que perdeu o amor de sua vida.
Eu tinha esperanças de não acabar como ela.
Esperava ficar só na fase da tristeza.
Steven tinha morrido há um ano, e eu ainda tinha dificuldade para respirar. Emma e eu
morávamos em Meadows Creek, no Wisconsin, nossa casa de verdade. O lugar foi reformado, e nós
o transformamos em um lar. Foi ali que eu e Steven nos apaixonamos, brigamos e fizemos as pazes
inúmeras vezes.
Bastava a nossa presença para tornar a casa um lugar aconchegante. Mas, depois que Steven se foi,
parecia que uma nuvem escura pairava sobre ela.
Foi no hall de entrada que ficamos juntos pela última vez. Seu braço envolvia minha cintura, e
nós achávamos que nos lembraríamos daquele instante para sempre.
Mas o "para sempre" foi bem mais curto do que todos imaginavam.
Durante muito tempo, a vida seguiu seu curso, até que, um dia, tudo ruiu.
Eu me senti sufocada pelas lembranças e pela tristeza, e então corri para a casa da minha mãe.
Voltar ao nosso lar significava encarar a verdade: ele não estava mais entre nós. Por mais de um
ano, vivi um faz de conta, fingindo que ele tinha saído para comprar leite e que voltaria a qualquer
momento. Todas as noites, quando me deitava, ficava do lado esquerdo da cama e fechava os olhos,
imaginando que Steven estava ali comigo.
Mas minha filha merecia mais do que isso. Minha pobre Emma precisava de mais do que um sofá-
cama, homens estranhos e vizinhos fofoqueiros dizendo coisas que uma garotinha de 5 anos nunca
deveria ouvir. Ela também precisava de mim. Eu estava vagando pela escuridão, não era a mãe que
ela merecia. Enfrentar as lembranças do nosso lar talvez me trouxesse paz.
Voltei para dentro de casa e olhei para meu anjinho dormindo, seu peito subindo e descendo em
um ritmo perfeito. Nós duas temos muito em comum: as covinhas na bochecha e o mesmo tom loiro
no cabelo. Também temos a mesma risada: discreta no início, mas que se torna mais alta quando
estamos na companhia das pessoas que amamos. Quando ela sorri, ergue o canto direito dos lábios,
exatamente como eu.
Mas tínhamos uma grande diferença.
Os olhos dela eram azuis como os dele.
Deitei-me ao lado de Emma, beijando suavemente seu nariz. Depois, peguei a caixa no formato de
coração e li mais uma carta. Já tinha lido aquela antes, mas mesmo assim ela tocou minha alma.
Às vezes, eu fazia de conta que as cartas eram de Steven.
E sempre derramava algumas lágrimas.
Eu estava no final da cama de Amira observando-a dormir através da escuridão, olhos cansados. O vazio no meu coração mais uma vez se espalhando por deixar seu calor. Ela gemeu, como se pudesse sentir minha ausência também, mesmo em seu sono. Eu escolhi passar os últimos minutos que me restava com ela, absorvendo tudo, do seu longo cabelo bagunçado e indisciplinado cobrindo parcialmente o rosto, até os lábios carnudos e inchados, inchados pelo meu implacável e insaciável ataque. Sua pele nua e rubra, apenas uma lembrança de quantas vezes eu me perdi dentro dela. O cheiro de sexo flutuando pesado no quarto, só alimentou as memórias de quantas vezes eu fiz dela verdadeiramente minha. Sua beleza me manteve cativo. Ela estava brilhando. Serena. De tirar o fôlego.
Vou lhe contar uma história. É escura. É brutal. É real pra caralho. Para entender meu presente, quem eu sou e o que eu me tornei... Você precisa entender meu passado. O mal nem sempre se esconde nas sombras, na escuridão. Na maioria das vezes, está fora ao ar livre, em plena vista. Possuindo o homem que menos esperaria. Sabe, eu nunca imaginei outra vida até eu fazer uma para mim. Naquele tempo, eu estava muito longe, engolfado em nada além de escuridão sombria. Exatamente como era para ser. Ninguém poderia me tocar. Ninguém fodia comigo. Eu. Era. Invencível. Nada mais… Nada menos. Quando eu sonhei com o amor verdadeiro - de almas gêmeas, minha outra metade dela - a crueldade da minha vida iria me levar de volta para a minha realidade, se tornando, apenas isso mesmo, um sonho. Um que poderia facilmente se transformar em um pesadelo. Meu pior pesadelo. Toda memória, o bom, o ruim, o meio termo. Todos o eu te amo, todos os últimos eu te odeio, seu coração e alma que eu quebrei, despedaçados e destruídos ao longo dos anos, pertenciam a mim. Seu prazer. Sua dor.
Por um longo tempo, Nacy vinha incomodando seus pais para encontrar Bruce. Mas como ela nem sabia o nome dela, eles não conseguiram encontrá-lo simplesmente por causa da descrição de uma garota. "Sim Ele sempre foi muito gentil e gentil comigo desde que eu o conheci. Eu acho que realmente gosto disso. Talvez ele não goste de mim agora, mas acho que ainda terei uma chance. Encontrar o amor verdadeiro não é fácil. Agora que encontrei meu verdadeiro amor, por que não deveria tentar? Até eu tentar, nunca vou saber se vou conseguir ou não - disse Nacy com um sorriso, duas covinhas embelezando as bochechas de cada lado do rosto. Seu encontro com Bruce quando criança parecia-lhe o mesmo de ontem. "Ok Nacy, deixe-me perguntar outra coisa. O que você acha do Simon? Nathan mudou de assunto e falou com indiferença, tentando esconder a crueldade em seu coração. "Talvez ele seja apenas um amigo meu. Na verdade, eu gostei quando estávamos na escola. Mas ele não é tão ousado quanto Bruce. Ele é menos corajoso ", respondeu Nacy calmamente, com a cabeça apoiada nas mãos. "Você sabe, Nacy, às vezes, não importa quão ousado seja um homem, ele é cauteloso diante da garota que ama. Nacy, acho que você deveria pensar sobre isso e se certificar de que não sente falta de quem realmente ama você. - Nathan disse sem expressão enquanto se recostava na cadeira com as mãos cruzadas, tentando colocar um ponto morto na frente de Nacy. Nacy franziu o cenho para as palavras de Nathan. Então ela também cruzou os braços sobre o peito, virou-se para Nathan e disse: "Então, você já decidiu?" Nathan assentiu solenemente. Seu rosto se suavizou com o pensamento de Mandy. Ele disse: "Sim, eu pensei sobre isso". "Então, quando você vai contar a Mandy sobre Sharon?" Nacy mordeu o lábio e agitou os cílios quando mencionou o nome de Sharon na frente de Nathan. Toda vez que ele mencionava esse nome na frente de Nathan, seu coração tremia. Sharon, o nome acumulou muitas lembranças dolorosas no coração de Nathan. Nacy sempre esperava que ele pudesse seguir em frente. De fato, há algum tempo, ele nem se atreveu a mencionar. "Talvez depois de um tempo. Precisamos escolher um horário apropriado. Receio que você não possa aceitá-lo se contarmos agora. " Nathan tocou sua têmpora com os dedos finos. Sua cabeça doía toda vez que pensava nesse problema. No momento, Nathan estava aconselhando Nacy a não sentir falta de quem a amava. E agora, ele parecia um pouco distraído quando se tratava de seu próprio relacionamento. Se Mandy alguma vez soubesse que o verdadeiro motivo para ele se aproximar dela era por desgosto e vingança, ela ainda aceitaria? De fato, pensando bem, Nathan achou que seria melhor não deixar Mandy saber disso. Ninguém mais sabia sobre o relacionamento entre Nathan e Sharon, exceto Nacy, a menos que alguém realmente investigasse o suficiente para descobrir a verdade. "Nathan, eu tenho uma sugestão. Eu acho que é melhor não contar a Mandy sobre isso. Vamos pensar cuidadosamente sobre isso. Se você optar por ocultar algo desde o início, deverá ocultá-lo a vida toda. " Nacy mordeu o lábio e se virou para olhá-lo. Ao ver o cenho franzido na testa, ela sabia que ele já estava lutando em seu coração. Seria melhor para ele evitar revelar a verdade para Mandy. Mas, ao mesmo tempo, seria igualmente arriscado esconder a verdade também. Não importa o quão conveniente pareça agora, e se Mandy descobrisse um dia? Nathan inconscientemente tocou o queixo e o queixo ósseo com os dedos, o que costumava fazer quando estava nervoso. Nacy estreitou os olhos e sorriu. Divertia-o ver uma indecisão tão inesperada que até homens frios e dominadores como Nathan podiam passar agora.
Perigoso e temido. Essas palavras descrevem meu futuro marido. Que por acaso também é meu ex-namorado. É complicado. Dois anos atrás, ele quebrou meu coração quando me deixou para cumprir as ordens de seu pai. Depois de meses chorando, finalmente aceitei que ele havia partido e não ia olhar para trás. Que talvez ele nunca tenha me amado. Não queria ver Luca nunca mais. Agora, uma reviravolta cruel do destino me entregou a ele em um acordo cruel. Sou dele. Ele acha que me fez um favor, mas sinto que recebi uma sentença de morte. Ele não quer se casar porque ainda me ama. Não, ele fez isso por dinheiro. Mais poder. Vou ser uma esposa da máfia. E só há uma maneira de sair disso. Morta. Mas, ao que parece, outra pessoa não quer que me case com o implacável Luca Bianchi. E se ele conseguir o que quer, verei essa sepultura prematura.
— Obrigada de verdade, mas minha bolsa está bem leve. – Ela me passa um sorriso acolhedor e na mesma hora acabo me punindo por ter duvidado da boa vontade da senhorinha. Mas o que eu posso fazer? Enquanto divago tentando tirar minha mente do aperto que estou vivendo, alguns minutos se vão. — A senhora sabe me dizer qual o ponto da Quinta Avenida? – Chego a suspirar, pois desta vez não estou indo para a tão conhecida e cheia de classe rua de Nova Iorque que leva o mesmo nome e eu amava passear. — Vixi, menina. Já é no próximo ponto. – Ela olha para o fundo do ônibus onde fica a porta da saída. — Só um milagre para dar tempo de você conseguir descer do busão. – O pânico toma conta de todas as minhas terminações nervosas, pois realmente não vejo como conseguirei tal milagre, e o bus, que deveria ter no máximo cinquenta pessoas, parece que têm pelo menos o triplo. — Obrigada. – Desesperadamente, depois de quase pular para alcançar a cordinha que sinaliza ao motorista que é chegado o meu ponto, peço licença e prossigo para minha saga. Em segundos o ônibus estaciona, para meu desespero ser ainda maior estou consideravelmente longe da porta, incansavelmente peço licença, aumentando o meu tom de voz de forma que não estou habituada, as pessoas notam o meu desespero, em uma empatia coletiva, parecem viver o mesmo pânico que eu e em um ato de amor, que só usuários de transporte público vivenciam, eu ouço: — Esperaaaa aí seu motô. Morro de vergonha por chamar tanta atenção e um outro passageiro prossegue: — Segura o busuuuu pra moça...
O que Taylor Magnus está fazendo aqui? Me encostei na parede com a saia subindo pela minha bunda enquanto me ajeitava na áspera parede de estuque. Eu não a ajeitei. O belo anfitrião, vestido incrivelmente bem, definitivamente percebeu. Enquanto lambia os lábios e andava na minha direção, eu sabia que ele se perguntava se eu estava usando calcinha. - É o bar mitzvah do melhor amigo da filha dele. O que você está fazendo aqui? Senhorita... Ele inclinou a cabeça para baixo e leu o nome no meu crachá de imprensa. Fitzpatrick? Aprendi com o tempo a não ficar nervosa; as pessoas farejam aproveitadoras de longe. Respirei fundo para afastar o medo. - Essa é uma festa e tanto. Trabalho na coluna de sociedade, sabe? Noticiando todo mundo que é alguém. Dei meu sorriso característico, uma expressão bem ensaiada de inocência com uma pitada de sedução. - Muito ousada, você não devia estar aqui. Essa é uma festa particular! Estava claro que ele não ia me dedurar. - Não se eu for convidada. Me abaixei um pouco na parede, fazendo minha saia subir ainda mais. - Clara Fitzpatrick, disse ele, lendo meu crachá. - Um nome muito judeu... - Vem da minha mãe. Então, você acha que Taylor vai passar o projeto da educação? Aquele dá àqueles garotos uma chance real de se educar... com faculdade, alimentação e moradia gratuitos? Eu sabia que estava pressionando, mas o cara sabia muito mais do que estava dizendo. Acho que ele esperava algo do tipo. - Ele deve assinar essa noite. Tem algo a dizer? Endireitei a gravata dele, que estava realmente torta. - Quero dizer, você é o anfitrião do pós Bar Mitzvah, recebendo na própria casa uma lista de convidados muito exclusiva".
Abandonada no altar pelo noivo que fugiu com outra mulher, Linsey, furiosa, agarrou o braço de um estranho e sugeriu: "Vamos nos casar!" Ela agiu por impulso, percebendo tarde demais que seu novo marido, Collin, era conhecido por ser inútil. Os outros, incluindo seu ex-noivo, zombaram dela, mas ela retrucou: "Collin e eu estamos muito apaixonados!" Enquanto todos pensavam que Linsey estava apenas delirando, Collin se revelou ser o homem mais rico do mundo. Na frente de todos, ele se ajoelhou e ergueu um deslumbrante anel de diamante, declarando: "Estou ansioso pelo nosso para sempre, querida."
Jennifer Smith era filha do Alfa. Devido ao traidor da sua matilha, sua família foi destruída totalmente. Sua mãe morreu de uma doença, seu pai foi assassinado pelo Beta, e sua matilha foi conquistada. Sozinha e presa, Jennifer escapou para a Matilha de Rio Escuro, onde vivia como uma escrava. Embora fosse constantemente abusada e insultada, ela nunca desistiu ou admitiu a derrota. Inesperadamente, seu companheiro acabou sendo Anthony Jones, o príncipe lobisomem do Reino de Osman. O Reino de Osman governava todas as matilhas, mas o nobre príncipe parecia ter seu próprio segredo. O poder forte de Jennifer atraiu o príncipe e ela logo foi levada para o campo de treinamento real, onde seu destino mudou para sempre. Anciosa por vingança, Jennifer se concentrou de todo o coração no treinamento. O príncipe Anthony rejeitaria Jennifer por sua humilde identidade? O que aconteceria com eles durante o treinamento? O que ela escolheria entre amor e ódio? E qual seria o segredo do príncipe?
Todos não sabiam que eu era uma menina e me olhavam como se eu fosse um homem, um príncipe. Os Urekais, conhecidos como os seres mais fortes e imponentes do mundo, sempre compavam seres humanos para satisfazer seus desejos lascivos. E quando eles vieram ao nosso reino para levar minha irmã, eu intervim para protegê-la. Foi assim que acabaram me comprando também. Meu plano era escapar, mas minha irmã e eu nunca tivemos uma chance. Como eu poderia saber que nossa prisão seria o lugar mais fortificado deles? Eu deveria permanecer discreto, pois eles não viam utilidade em mim, alguém que eles nunca deveriam ter comprado. Mas então o Urekai mais poderoso dessa terra, seu implacável rei, se interessou nesse "lindo príncipezinho". Como poderíamos sobreviver neste reino brutal, onde todos odiavam nossa espécie e não demonstravam misericórdia? E como alguém, com um segredo como o meu, podia se tornar uma escrava sexual? Nota do autor: Este é um romance sombrio para adultos, com vários tópicos delicados, como violência. Se você é um leitor experiente do gênero e está procurando por algo diferente, pronto para começar sem saber o que esperar, então mergulhe nesta aventura! Do autor do best-seller internacional "A escrava mais odiada do rei".
Júlia Ricci é uma jovem e recém-formada arquiteta que ama o que faz. Contudo, a moça é mãe solteira e a sua vida gira em torno do seu único filho, Alex Ricci. Um garotinho de apenas sete anos que precisa com urgência de um transplante de coração. Entretanto, Júlia jamais poderá arcar com os custos de uma cirurgia desse padrão. Mas ela o ama desesperadamente e desistir do seu filho nunca será uma opção. David Bennett é o CEO e sócio majoritário da Bennett Designer S/A. Um CEO jovem, poderoso, arrogante e prepotente, que devido a um passado conturbado e doloroso ele não confia nas mulheres, mas principalmente no amor e não importa o tipo de amor. Ele simplesmente não acredita nesse sentimento. Entretanto, a sua nova funcionária chama a sua atenção por sua beleza e jovialidade e ele não hesitará em fazer-lhe uma PROPOSTA INDECENTE.
Chloe é uma jovem linda e inteligente, mas a vida nunca lhe deu escolhas fáceis. Filha da mais famosa e controversa prostituta de Moscou, ela cresceu sob o peso da reputação de sua mãe. Quando atinge a maioridade, Chloe se vê encurralada: sua mãe está muito doente, e a má fama que herdou fecha todas as portas. Sem alternativas, ela segue os passos de sua mãe, mergulhando em um mundo que a torna cada vez mais infeliz. Edward, um homem frio e implacável, é o chefe de uma poderosa máfia, conhecido e temido no submundo do crime. Viril, perigoso e envolto em segredos, ele contrata Chloe para um programa, mas o encontro entre os dois toma um rumo inesperado. Edward vê em Chloe algo que nunca encontrou em ninguém, e ela, apesar do medo e insegurança, sente a barreira de gelo dele começar a rachar. Em meio a perigos, desejos proibidos e escolhas difíceis, Chloe e Edward terão que enfrentar seus passados sombrios e descobrir se, em um mundo tão cruel, é possível salvar um coração de vidro antes que ele se quebre para sempre.
Ethan sempre via Nyla como uma mentirosa compulsiva, enquanto ela o via como um homem implacável. Nyla pensava que, depois de dois anos ao lado dele, ele se importaria com ela, mas a realidade a atingiu com força quando ela o viu acompanhando outra mulher a um check-up pré-natal. Com o coração partido, ela decidiu desistir, não tentando mais quebrar a frieza desse homem. Porém, ele não a deixou ir. Então, ela perguntou: "Se você não confia em mim, por que quer me manter por perto?" Ethan, que antes era tão arrogante, agora implorou humildemente: "Nyla, a culpa é toda minha. Por favor, não me deixe."