Incapaz de conter sua tristeza por mais tempo, a garota chorou das profundezas de seu ser, a dor abrangendo tanto seu corpo quanto seu espírito.
Eventualmente, o homem, satisfeito com a experiência, se afastou.
Sob a luz do sol, ele estava ereto, seu perfil era marcante, com traços marcantes e definidos, e sua pele mostrava um leve rubor.
Ao ouvir o som desanimado dos passos da garota atrás dele, seus lábios se curvaram em um sorriso sarcástico, seus olhos frios.
"Você ainda não pagou por este mês." Brynn Gibson se endireitou o máximo que pôde, agarrando-se à sua dignidade restante.
O homem deu um riso debochado, aproximou-se dela e passou o dedo por seus lábios inchados, cada contato a fazia tremer involuntariamente.
Seus olhos escureceram, e ele engoliu visivelmente.
Todos sabiam do desprezo dele por ela, mas isso não diminuía seu prazer nas reações dela nesses momentos.
Sua mão vagou, e Brynn, cheia de vergonha, fechou os olhos enquanto seu corpo tremia descontroladamente.
Um segurança pessoal se aproximou. "Senhor, a senhorita Scott acabou de ligar."
Lawrence Yates baixou o olhar e, quando o levantou novamente, todos os sinais de desejo haviam desaparecido.
Ele retirou a mão e limpou-a com um lenço.
Brynn virou o rosto para o lado, seu rosto uma mistura de vergonha e raiva.
Com um tom depreciativo, Lawrence pegou um cartão de sua carteira e entregou a ela. "Estou muito satisfeito com você..."
O vento farfalhava através das folhas.
Os pensamentos de Brynn se esvaziaram enquanto ela aceitava silenciosamente o cartão, segurando-o firmemente.
Lawrence se afastou, aceitando um telefone de seu segurança pessoal. Seu tom suavizou. "Hmm... acabei de encerrar uma reunião..."
***
Após o dia escolar, Brynn dirigiu-se ao seu trabalho, e depois de terminar seu turno, chegou a um hospital já bastante tarde.
Aproximando-se de uma ala específica, ela ouviu o som da risada de sua mãe, Jayne Duffy.
Brynn abaixou a cabeça. Havia apenas uma pessoa que poderia trazer tanta alegria à sua mãe.
Ela abriu a porta e encontrou Kelley Rayne, sua meia-irmã mais velha de outro pai.
Kelley a cumprimentou com um sorriso. "Brynn, você chegou."
"Mm," Brynn respondeu friamente. Jayne percebeu e franziu a testa. "Kelley agora é uma famosa. Não é fácil para ela encontrar tempo para visitar. Por que essa atitude?"
Kelley tranquilizou a mãe, "Mamãe, está tudo bem. Talvez Brynn não esteja bem hoje."
"Quem se importa com o humor dela? Quem ela está tentando impressionar com essa cara fechada?"
Jayne, que sempre demonstrou preferência pela filha mais velha, costumava visitar a família do ex-marido após o divórcio.
Segurando uma faca de frutas, Brynn descascava uma maçã metodicamente. "Eu cuidei das despesas hospitalares."
Jayne não olhou para ela, continuando sua conversa com Kelley. "Eu toco sua música 'Vagar' todos os dias. Todos na mídia dizem que você é uma brilhante cantora e compositora! Tal mãe, tal filha!"
Há vinte anos, Jayne mesma era uma figura na indústria da música, mas deixou a cena após seu caso extraconjugal se tornar público.
Ela se divorciou, casou-se novamente, e Brynn nasceu.
Brynn parou de descascar a maçã por um momento.
"Contanto que você esteja feliz, mamãe." Kelley olhou para Brynn.
"A propósito, ouvi da mídia que você vai à grande celebração de aniversário do Grupo Yates."
"Sim!" Kelley respondeu com entusiasmo. "Ser convidada pelo Grupo Yates é um grande reconhecimento das minhas habilidades e fama!"
"Isso é fantástico! Certifique-se de estar deslumbrante. Se precisar de dinheiro, posso ajudar!"
Jayne então se dirigiu à filha mais nova. "Brynn, dê alguns milhares de dólares para sua irmã."
Brynn encarou a mãe, uma mistura de descrença e decepção em seus olhos.
Ela baixou o olhar, sua voz estava lenta. "Mãe, eu sou apenas uma estudante. Estou no primeiro ano da universidade."
"Chega de desculpas. Pegue o dinheiro agora!"
Kelley tentou acalmar a situação, dizendo: "Mamãe, tudo bem. Posso ir com algo simples."
"Isso não vai servir! Você é minha filha! Você deve ter o melhor!"
"Mas..." Kelley virou-se para a irmã, parecendo desamparada e preocupada.
A raiva de Jayne aumentou. "Brynn! Você não me ouviu? Pegue o dinheiro!"
Brynn desatou a rir de repente. "Mãe, você está no hospital, papai está na prisão, e nossa casa se foi... Você está ciente dessas coisas?"
Jayne fez uma careta. "Por que você está trazendo isso agora?"
"Ha, então me diga, você faz ideia de como estou financiando meus estudos? Você sabe onde eu durmo? Você sabe por que ainda não foi expulsa deste hospital?!"
Jayne acenou com a mão de forma displicente, não querendo ouvir. "Chega! Tudo que eu quero saber é se você vai dar o dinheiro ou não?"
Lágrimas encheram os olhos de Brynn enquanto ela olhava para sua mãe, vendo não culpa, mas direito.
De repente, Brynn percebeu.
"Você sempre soube, não é?"
Jayne desviou os olhos. "Saber o quê?"
Brynn fixou seu olhar na mãe. Ha, ela definitivamente sabia. Ela sempre soube que a única razão pela qual estava nesta ala privada de luxo era porque sua filha havia sacrificado seu orgulho e dignidade para isso!
Brynn apertou o punho com tanta força que a dor a trouxe de volta à realidade. Ela olhou para baixo e viu o sangue escorrendo de sua palma.
"Brynn, você está machucada..."
Kelley se moveu em sua direção, mas o olhar frio de Brynn a deteve.
Ao sair da ala, a voz irritada de Jayne seguiu-a.
"Quem ela pensa que é, fazendo drama? Eu estaria nessa confusão se não fosse por ela? Eu poderia ter sido uma lenda na indústria musical! É tudo por causa dela e do pai dela que minha vida e carreira desmoronaram! É tudo culpa dela e do pai dela!"
A ala estava cheia de choros e lamentos.
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Depois de sair da loja de conveniência à 1 da manhã, uma exausta Brynn sentiu seu telefone vibrar. Seu toque distinto a fez estremecer.
Ela tirou um telefone da bolsa, que não era seu telefone usual, e atendeu. A voz do outro lado estava carregada de álcool.
"Venha para o meu apartamento."
A linha ficou muda antes que ela pudesse responder.
Brynn queria dizer que não estava se sentindo bem hoje. Poderia passar?
Mas ela sabia que tal pedido só levaria a mais degradação.
Resignada, ela chamou um táxi que custou 120 dólares, apagando o ganho de dois dias de trabalho de meio período.
Ela chegou a um complexo de apartamentos comum, dificilmente o lugar onde se esperaria que o rico CEO do Grupo Yates morasse.
Ela pegou a chave de um vaso de planta ao lado da porta e entrou.
O apartamento estava arrumado. Um homem estava esparramado no sofá, um cigarro aceso pendia de seus lábios, sua brasa lançando um brilho tênue.
"Vou tomar um banho," ela disse suavemente.
"Não precisa." Lawrence gesticulou com a mão. "Venha aqui."
Nesta noite, seu comportamento parecia um pouco diferente, não tão distante como de costume.
Brynn hesitou, então se moveu em sua direção.
Lawrence a segurou no sofá até as primeiras horas da manhã.
Ele a pressionou contra o sofá, seu olhar escuro era intenso, quase a devorando.
Quando a dor a dominou, ela implorou por misericórdia. De repente, Lawrence se aproximou, mordendo seu lóbulo da orelha. No meio de sua agonia, ele murmurou: "Vou me casar."