O telefone tocou no meio da noite, rasgando o silêncio. Era o Hospital Central: meu pai, o Dr. Alves, sofrera um acidente grave e estava em coma. No hospital, o cheiro de antisséptico sufocava. Minha esposa, Ana Clara, chegou impecável, seu abraço frio. Então, ela sussurrou a verdade chocante: o motorista era João, seu primo, meu pai o acolheu como filho. A raiva me consumiu, mas quando peguei o telefone para chamar a polícia, ela me deteve. "Não", disse Ana Clara, friamente. "João está prestes a fechar um grande projeto para a minha família. Um escândalo arruinaria tudo." Ela me olhou com desprezo: "Você depende de mim, Ricardo. Se insistir nisso, nosso casamento acaba. E mais, eu posso cortar cada centavo." O sangue gelou. Minha independência financeira era uma ilusão. No dia seguinte, todas as minhas contas estavam congeladas. Eu havia perdido tudo. Desesperado, sentei na sala de espera do hospital. Meu telefone tocou. Era o advogado do meu pai. "Seu pai transferiu uma patente para você, Senhor Ricardo. Uma invenção revolucionária avaliada em milhões." Uma chama de esperança se acendeu. O jogo havia virado.